"FILHO PRIMOGÊNITO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Uma pergunta nos ocorre, diante dos argumentos dos materialistas dialéticos: – Qual o sentido real da expressão “filho primogênito”? Eles se baseiam nisto para afirmar que José e Maria tinham outros filhos! Que nos tem a dizer, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Com a locução “filho primogênito”, em que esses adversários se apóiam para atribuir muitos filhos a José e Maria, dá-se o que dissemos com relação aos vocábulos irmãos e irmãs. “Filho primogênito” é o mesmo que “filho único”, no verdadeiro sentido da palavra hebraica. Quando um único filho havia nascido, esse, necessariamente, era o primeiro. Vede o texto hebreu, ide à língua hebraica, investigai a forma, por que os judeus dela usavam, e achareis a explicação, com o significado exato das palavras. Eles empregavam indiferentemente, na sua linguagem, a locução “filho primogênito”, TANTO NO CASO DE HAVER UM SÓ FILHO COMO NO CASO DE HAVEREM MUITOS, QUANDO ALUDIAM AO QUE PRIMEIRO NASCERA, QUER significando, apenas, que Maria não tivera antes outro filho. Jesus era, portanto, o primogênito. O autor não previu as considerações e interpretações de que tal locução seria causa. Sob este aspecto, sua contextura é defeituosa para o vosso entendimento. O versículo 25 do capítulo I do Evangelho segundo Mateus teve por fim, exclusivamente, confirmar o que deles se deduz, isto é, que José não tomou parte alguma na concepção do filho de Maria NESSA OBRA DO ESPÍRITO SANTO; que não se aproximara dela; que aquela concepção fora OBRA EXCLUSIVA DOS ESPÍRITOS DO SENHOR. Assim, pois, a locução “filho primogênito” não visava senão a certificar que Maria concebera sendo virgem. ABSOLUTAMENTE NÃO FOI EMPREGADA PARA EXPRIMIR A PRIORIDADE DO NASCIMENTO DE UM IRMÃO ENTRE MUITOS, PARA REGISTRAR A PRIMOGENITURA DE UM DELES, FATO QUE NA VOSSA JURISPRUDÊNCIA, POLÍTICA OU FEUDAL, CONFERIA – SOB O TÍTULO “DIREITOS DE PRIMOGENITURA” – CERTOS PRIVILÉGIOS AO IRMÃO MAIS VELHO. Jesus, portanto, sendo “filho primogênito”, era o que chamais “filho único”. Terminada a sua missão terrena, os hebreus – por não quererem admitir que o Mestre tivesse tido a vida especial que lhe atribuíram não só interpretações a que essa dera lugar, a revelação que, conservada até então secreta, se tornara conhecida do povo, mas ainda as tomaram a locução “filho primogênito” como indicando que ao de Jesus se seguiriam outros nascimentos. Vós outros, cristãos do Novo Mandamento, vos apegastes ao sentido verdadeiro, que é o de FILHO ÚNICO. EIS AÍ A EXPLICAÇÃO DESTAS PALAVRAS DE QUE NOS SERVIMOS: “O QUE CHAMAIS FILHO ÚNICO”.
                                                         


"A GRANDE FAMÍLIA ESPIRITUAL DE JESUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Foi muito oportuna a explicação sobre as palavras do Cristo: “Quem é minha mãe e quais são os meus irmãos?” Liquidou a argumentação dos que acusavam o Mestre de indiferença para com sua família! Que tem ainda a nos dizer, a respeito do assunto, o Espírito da Verdade?
R – “Eis aqui minha mãe e meus irmãos! Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a Palavra de Deus e a praticam”. Ao dar esta resposta, Jesus visava, também, a preparar os homens para – nos tempos preditos – receberem a Nova Revelação, que lhes faria conhecer sua verdadeira origem, as condições e o modo por que se deu a sua aparição na Terra, sua missão messiânica, sua potencialidade e seus poderes como ÚNICO REPRESENTANTE DE DEUS NO QUE DIZ RESPEITO AO NOSSSO PLANETA CUJA FORMAÇAO PRESIDIU, tendo por meta dirigir-lhe o progresso e levá-lo à realização de seus destinos, conduzindo a Humanidade à Perfeição pela regeneração espiritual, através do amor e da ciência pura. Por esta Nova Revelação, ficam todos sabendo, EM ESPÍRITO E VERDADE, À LUZ DO NOVO MANDAMENTO, QUE JESUS É DE TODOS IRMÃO E AO MESMO TEMPO SENHOR, PELO PODER ILIMITADO QUE TEM SOBRE QUANTO SE RELACIONA COM O MUNDO QUE HABITAIS. Tinha, ainda, por fim preparar os homens para – quando chegasse o momento – abandonarem a crença de que “Jesus é Deus e Maria é mãe de Deus” crença que (ele mesmo o previra) se havia de generalizar, uma vez terminada a sua missão terrena, de acordo com o estado das inteligências, com as impressões, interpretações e aspirações humanas e, ainda, com as necessidades da época. Correspondendo a essas necessidades e servindo para preparar os tempos de hoje (que, então, eram o futuro) tal crença seria, como realmente foi, uma condição e um meio de progresso, MAS QUE HOJE NÃO TEM MAIS NENHUMA RAZÃO DE SER. Disseram a Jesus: “Tua mãe e teus irmãos te procuram”. Confrontando tais palavras com estas outras “Não é esse o filho do carpinteiro? Sua mãe não é Maria? Não são seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?” (Mateus XIII: 55); com mais estas “E todas as suas irmãs não se acham entre nós?” (Mateus, XIII:56); com estas, ainda “Não é esse Jesus o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, de José e de Simão?” (Marcos, VI:3); e com estas mais “E José não a tinha conhecido quando ela se deu à luz o seu filho primogênito, ao qual deu o nome de Jesus” (Mateus, I:25) – PRETENDEM ALGUNS IGNORANTES, AINDA HOJE, AFIRMAR QUE O CRISTO TEVE IRMÃOS E IRMÃS POR OBRA DE JOSÉ E MARIA! Há nisso um erro manifesto que, após as discussões travadas outrora e principalmente nos dias deste fim de ciclo, não pode nem deve subsistir. Diante da Nova Revelação, relativamente à verdadeira origem espiritual do Mestre, ao seu aparecimento na Terra, à natureza e ao caráter da sua missão no passado, no presente e no futuro; à elevação e à pureza de Maria e de José, à natureza e ao caráter da missão que os dois desempenharam, auxiliando a Obra do Salvador – SEMELHANTE ERRO TEM DE DESAPARECER DAS CONTROVÉRSIAS E DEBATES HUMANOS. Somente aos olhos dos homens, jamais na realidade dos fatos, existia parentesco próximo entre Jesus e aqueles que eram chamados seus irmãos e suas irmãs por laços de sangue. Em hebreu a palavra irmãos tinha várias acepções: significava, ao mesmo tempo o irmão propriamente dito, o primo co-irmão, o simples parente. Entre os judeus os descendentes diretos da mesma linha eram considerados irmãos, se não de fato, ao menos de nome, e se confundiam, muitas vezes, tratando-se indistintamente de irmãos e irmãs. Geralmente se designavam pelo nome de irmãos os que eram filhos de pais-irmãos, os que agora chamais primos-irmãos. Assim, os chamados irmãos e irmãs de Jesus nos Evangelhos citados eram, segundo o parentesco humano que entre eles havia aos olhos dos homens, seus primos-irmãos. Maria não era filha única: tinha uma irmã, que também se chamava Maria, mulher de Cleofas e mãe de Tiago, de José, de Simão e de Judas, que todos tratavam como “irmãos de Jesus”. Do mesmo modo as chamadas irmãs do Cristo eram suas primas co-irmãs, de acordo com o parentesco humano que, segundo os homens havia entre elas e o Mestre. Que importaria aos homens que Jesus tivesse irmãos e irmãs na Humanidade, uma vez que a essência deles não podia ser igual à do Cristo Espírito Perfeito que encarnara, para ser visto pelos mesmos homens, tomando um perispírito tangível, com a forma ou a aparência do corpo humano, adequado às necessidades e à duração da sua missão terrena? TAL, PORÉM NÃO PODIA DAR-SE E NÃO SE DEU: Espíritos muito elevados, José e Maria sofriam o constrangimento do envoltório material que haviam aceitado, mas não estavam sujeitos aos instintos carnais de que já se haviam libertado. Exilados momentaneamente da verdadeira pátria dela guardavam intuitivamente a lembrança e um, unicamente um, era o anelo de ambos: voltar para lá. Nunca se deve acompanhar o curso de um rio de águas impuras. Deixai que os ímpios desnaturem os fatos mais sérios. Nós repetimos: ESPIRITOS MUITO ELEVADOS, ENCARNADOS EM MISSÃO SUPERIOR, JOSÉ E MARIA NÃO EXPERIMENTAVAM AS NECESSIDADES CARNAIS DA HUMANIDADE. Intuitivamente preparada para a missão que lhe cumpria desempenhar naquela grande Obra de Regeneração, cujo desenlace constituiu exemplo para todas as raças humanas que, a partir de então, se sucederam, Maria foi e permaneceu sempre virgem. José, menos elevado que ela, mas também desempenhando missão sagrada, compreendeu, pela revelação do Anjo. QUAL O OBJETIVO DA SUA EXISTÊNCIA MATERIAL E A ELA SE CONSAGROU INTEIRAMENTE, PARA HONRA E GLÓRIA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! 



"A FAMÍLIA DE JESUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Um assunto empolgante, para todos nós, está nos Evangelhos que falam dos parentes de Jesus, no próprio entender do Mestre. Como nos explica essas passagens o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?
R – Vamos harmonizar os Evangelhos Sinóticos: Mateus, XII: 46-50, Marcos, III: 31-35 e Lucas, VIII: 19-21.
MATEUS: 46 – Estando Jesus ainda a pregar à multidão, sua mãe e seus irmãos, do lado de fora, procuravam falar com ele. 47 – Alguém, então, lhe disse: “Tua mãe e teus irmãos aí fora, procuram falar contigo”. 48 – Respondendo a quem assim falara, disse Jesus: “Quem é minha mãe e quais são os meus irmãos?” 49 – E estendendo a mão para os discípulos, falou: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 50 – Quem quer que faça a vontade do Pai Celestial esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
MARCOS: 31 – Sua mãe e seus irmãos, tendo vindo e ficado do lado de fora, o mandaram chamar. 32 – Ora, como a multidão o cercasse, alguém lhe disse: “Olha que tua mãe e teus irmãos te procuram”. 33 -  Mas Jesus lhe perguntou: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos?” 34 – E, olhando para os que estavam sentados em redor dele, disse: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos; 35 – porquanto aquele, que fizer a vontade de Deus, é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
LUCAS: 19 – Sua mãe e seus irmãos vieram ter com ele, mas não puderam vê-lo por causa da multidão. 20 – Disseram-lhe, então: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te querem ver”. 21 – Mas Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são todos aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam”.

Não estando ligado à Virgem Maria por nenhum laço humano, Jesus patenteava aos homens os sentimentos de amor e fraternidade que os deviam unir. Efetivamente, qual poderia ser o desejo do Bom Pastor, que vinha em busca das ovelhas tresmalhadas? Qual poderia ser o seu objetivo? Reuni-las em torno de si. Todas, fossem quais fossem. Sendo, com relação aos homens, pela sua pureza e pelo seu poder, o Unigênito do Pai, e vindo dizer-lhes “SOIS TODOS, COMO EU, FILHOS DE DEUS”. Jesus precisava demonstrar que punha em prática os ensinos que dava à multidão e provar que TODOS OS SERES HUMANOS SÃO, DE FATO, FILHOS DE DEUS E, POR ISSO, IRMÃOS DELE, ENQUANTO CAMINHAM NAS VIAS DO SENHOR. Falando do Cristo, usamos a expressão “ o Unigênito” ou “Filho Único” do Pai Celestial. Ele o era e é, no sentido de ser, pela sua elevação espiritual, única relativamente à de todos os Espíritos que se acham ligados ao vosso planeta, quem lhe preside os destinos. Desse ponto de vista e comparado a vós outros, Jesus pode e deve ser considerado FILHO ÚNICO DO TODO-PODEROSO. Sua essência pura, que nunca se desviou da linha do progresso, se aproxima da natureza do Criador Universal. Insistimos: seu poder ilimitado, sobre tudo o que concerne à Terra, participa da Onipotência Divina, com a qual ele está sempre em RELAÇÃO DIRETA. Maria e os chamados irmãos de Jesus o foram procurar, induzidos pela influência espiritual dos seus Anjos da Guarda e também levados pela idéia de que – devendo o Mestre atender às necessidades do corpo – lhes cumpria ir à sua procura, para esse fim. Conquanto fosse um Espírito muito elevado, Maria estava, até certo ponto, submetida à matéria que a envolvia; não compreendia que Jesus pudesse resistir a tão grandes fadigas, SEM TOMAR OS ALIMENTOS QUE SUSTENTAM O CORPO. Tinha ela a intuição da sua sorte futura: mas como sempre, o passado se lhe apresentava coberto por um véu: o véu da carne. Nunca é demais repetir: em virtude da revelação que lhes fora feita, e que se conservou secreta até depois de finda a missão terrena do Mestre, JESUS, PARA MARIA E JOSÉ ERA UM ENTE EXCEPCIONAL, GRANDE AOS OLHOS DE DEUS POR SER FILHO DO MESMO DEUS E QUE ENCARNARA MILAGROSAMENTE, MAS SEM DEIXAR DE PARTICIPAR DA NATUREZA DO HOMEM E DE ESTAR SUJEITO ÀS NECESSIDADES DA EXISTÊNCIA HUMANA. E para os homens, ele era um homem igual aos outros , filho – por obra humana – de José e Maria, e como tal o consideraram enquanto durou sua missão terrena e até a época em que já encerrada aquela missão, a revelação se tornou conhecida do povo. A ida de Maria e dos chamados irmãos de Jesus à procura deste lhes foi inspirada para provocar como provocou, a profunda observação do Mestre. Ao que lhe dissera: “Tua mãe e teus irmãos te procuram”, ele respondeu perguntando: "Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos?” E acrescentou, apontando os discípulos: “EIS AQUI MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS POIS AQUELE QUE CUMPRE A VONTADE DO PAI, A VONTADE DE DEUS, ESSE É MEU IRMÃO, MINHA IRMÃ E MINHA  MÃE: MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS SÃO TODOS AQUELES QUE OUVEM A PALAVRA DE DEUS E A PRATICAM”. As versões de Mateus, Marcos e Lucas são exatas e se completam: Jesus apontou com a mão para os discípulos que o cercavam e respondeu, deixando fluir sobre o povo a atração poderosa do seu olhar, irradiação magnética que atraía os homens como o ímã atrai o ferro. Por esse gesto ele apresentava seus discípulos como exemplo e atraia para eles a multidão que os teria de imitar. Ao dar aquela resposta, o presente e o futuro se completavam no seu pensamento. Deu-a tendo por fim (atento o motivo que determinara a ida de Maria e dos que eram designados por irmãos dele) provar que A MISSÃO, A CUJO DESEMPENHO SE CONSAGRAVA NO MEIO DOS HOMENS, SOBRELEVAVA AOS LAÇOS DA FAMÍLIA HUMANA E AS NECESSIDADES MATERIAIS QUE, NO ENTENDER DOS MESMOS HOMENS, SE LHE FAZIAM SENTIR. Em todas as oportunidades, Jesus procurava despertar as consciências. Tinha também por fim, atentas às palavras que lhe eram dirigidas, mostrai veladamente que nenhum laço humano o prendia a Maria Santíssima nem aos que eram tidos por seus irmãos, nem aos Apóstolos e aos discípulos, SÓ OS LIGAVA O LAÇO ESPIRITUAL, O PARENTESCO ESPIRITUAL, TUDO SEGUNDO O ESPÍRITO, NADA SEGUNDO A CARNE E ASSIM MESMO RELATIVAMENTE AOS QUE HOUVESEM FEITO A VONTADE DIVINA OUVINDO E PONDO EM PRÁTICA A PALAVRA DE DEUS!
"FORA DE DEUS NÃO HÁ SEGURANÇA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Disse Deus: “Sem mim, nada podereis fazer”. Compreendemos, sinceramente, que toda a nossa segurança está em Deus, no Cristo e o Espírito Santo. Como o Espírito da Verdade explica o versículo 45 de Mateus, no capítulo em estudo?
R – Parte, então, de novo o Espírito mau, arrebanha sete outros Espíritos ainda piores do que ele, entram na casa e passam a habitá-la; e o último estado do homem fica sendo pior que o anterior. Depois de pronunciar estas palavras, cujos sentido e alcance já conheceis, o Mestre acrescentou: “Assim acontecerá com esta geração criminosa. A RECAÍDA É PIOR DO QUE A MOLÉSTIA. A GERAÇÃO DE QUE JESUS FALAVA DISPUNHA DE TODOS OS MEIOS PARA SE ESCLARECER E PROGREDIR. Tocada pelas prédicas do Bom Pastor, parte dela tentara reformar-se. Mas a boa semente caíra sobre pedregulhos: as más paixões, por um momento sopitadas, voltaram com mais força à antiga habitação, tornando a expiação mais longa e mais dolorosa. Que o mesmo não suceda com a geração a quem Cristo hoje se dirige, mediante a Nova Revelação! Disse o mestre: “MAIS SE PEDIRÁ A QUEM MAIS SE DEU”. Ora, os que repelem a luz que se lhes apresenta, os que apagam ou fecham os olhos para não vê-la, terão de prestar muito maiores contas do que aqueles que vivem nas trevas da ignorância.

P – Como devemos entender os versículos 27 e 28 de Lucas?

R – A mulher que elevou a voz do meio da multidão falou, como médium, sob a inspiração momentânea de um Guia, que assim deu ensejo à resposta de Jesus. Fora previsto, evidentemente, tudo o que pudesse servir de ensinamento ao povo. As palavras da mulher tinham todo cabimento, do ponto de vista das crenças humanas de então, segundo as quais JESUS ERA FILHO DE JOSÉ E MARIA. Realmente, o fato de haver Maria, como os homens acreditavam, gerado e amamentado Jesus, indicava da parte dela grande elevação espiritual. Esta, porém, ela a alcançara antes de lhe ser concedido desempenhar a missão de Redentor, ao passo que aqueles a quem Jesus pregava, pecadores e culpados, pouco até então haviam merecido; ENTRETANTO, MUITO VIRAM A MERECER, DESDE QUE RECEBESSEM COM FÉ E PUSESSEM EM PRÁTICA AS PRECIOSAS LIÇÕES QUE LHES ERAM DADAS. Bem podia Jesus, portanto, dizer: “Mais felizes são os que ouvem a Palavra de Deus e a praticam!” Ele antevia o progresso imenso que fariam os que sinceramente enveredassem pela nova estrada. Também nós, ò bem amados, vos dizemos: - Felizes os que recebem a luz e se esclarecem com seus raios, aqueles que escutam a Palavra do Evangelho e do Apocalipse, pondo-a em prática em Espírito e Verdade! Iniciando-vos, desde a vida terrena nos “mistérios da vida eterna”, abreviais a duração das provas no estado de Espíritos livres. Evitais, sobretudo, a expiação, pondo-vos em guarda contra vós mesmos. Por tudo isso, PROCURAI PROGREDIR NA VIDA TERRENA E MAIS RAPIDAMENTE PROGREDIREIS QUANDO VOLTARDES A VIDA ETERNA!


"A COMUNHÃO DO CRISTO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur
P – Os ensinos do CEU da LBV, no capítulo em exame, parece ter relação com o chamado “sacrifício da eucaristia”. Que diz a isso o Espírito da Verdade?

R – Sim, mas nunca no sentido que lhe poderia dar a igreja humana. Não admitais que o corpo do homem possa servir de morada, nem eterna, nem temporária, à Divindade, como pretende a igreja romana, cujos erros provieram todos da falsa interpretação das Sagradas Escrituras; pois sempre as compreendeu segundo a letra, jamais segundo o espírito. Não admitais que “corpo e o sangue reais do Salvador” (expressões do romanismo) se possam EQUIPARAR AOS ALIMENTOS HUMANOS E FICAR, DESSE MODO, SUJEITOS AS LEIS DA DIGESTÃO NO CORPO DO HOMEM! Não admitais que o perispírito tangível, do que Jesus se revestiu temporariamente, atendendo às exigências e à duração da sua missão terrena, vaso precioso que continha uma essência ainda mais preciosa, formada de fluidos que – na chamada hora da ascensão – foram restituídos aos meios de onde haviam sido tirados, possa estar submetido àquelas leis! NÃO ADMITAIS QUE O ESPÍRITO DE JESUS ESSÊNCIA PERFEITA, DE PUREZA IMACULADA, FAÇA DO CORPO HUMANO A SUA HABITAÇÃO! A comunhão do Cristo, simbolizada pela ceia, como vos explicaremos quando chegar a ocasião, foi o último e solene apelo feito por ele em prol da fraternidade contida em seu Novo Mandamento. A comunhão dos discípulos era uma lembrança simbólica daquela outra comunhão. Cristãos de todas as correntes, aprendei o que ensina a Nova Revelação que Deus vos manda e que vos trazemos em nome de Jesus: PARA O ESPÍRITO DEVE SER TUDO ESPIRITUAL, O HOMEM RECEBE “O CORPO E O SANGUE” DE JESUS APENAS SIMBOLICAMENTE, POIS REPRESENTAM O SEU EVANGELHO, A SUA DOUTRINA DE SALVAÇÃO, O CORPO PARA ALIMENTAR-LHE A ALMA, O SANGUE PARA LAVA-LA DE SUAS IMPUREZAS, MAS A MATÉRIA NÃO PARTICIPA, DE MODO ALGUM, DESSE SACRIFÍCIO! Que tomeis as vossas refeições antes ou depois do “sacrifício”, pouco importa. Das superfluidades humanas é que cumpre vos abstenhais, antes do ato da “comunhão”, que deverá simbolicamente aproximar o vosso Espírito do Redentor que, fazendo a sua aparição na Terra, se abaixou até vós para vos elevar. Praticai, sim, esta abstinência! Com o intuito de vos preparardes para essa festa de família, imponde-vos algumas privações, que possam redundar em proveito – tanto material quanto moral e intelectual – de vossos irmãos. IMPONDE-VOS MORTIFICAÇÕES MORAIS; CONVIDAI PARA A CEIA DO NOVO MANDAMENTO AQUELES QUE SE HOUVEREM AFASTADO DE VÓS OU DE QUEM VOS HOUVERDES AFASTADO. CONVIDAI-OS PELO PENSAMENTO, NA ORAÇÃO, SE NÃO O PUDERDES FAZER DE OUTRA MANEIRA PERDOANDO-LHES DE CORAÇÃO AS OFENSAS E TOMANDO A RESOLUÇÃO IRREVOGÁVEL DE NÃO GUARDAR QUEIXA ALGUMA DE TODOS OS ELES. Praticai a ceia do senhor espiritualmente, em comum, como os apóstolos sempre realizaram, até a época em que as paixões e os maus instintos forçaram a mudança, determinando a instituição da comunhão aparente, pois QUEM SE APROXIMA DA MESA DO MESTRE LEVANDO NO CORAÇAO UM SENTIMENTO MAU INCORRE  NO CRIME DE TRAIÇÃO DE JUDAS ISCARIOTES. RESTAURAI A CEIA DO NOVO MANDAMENTO, CONVIDANDO OS IRMÃOS DE TODAS AS CRENÇAS RELIGIOSAS E FILOSÓFICAS, POIS SÓ ASSIM CUMPRIREIS A ORDEM DO CRISTO, FORMANDO UM SÓ REBANHO PARA UM SÓ PASTOR!
"O ESPÍRITO ACIMA DA LETRA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – As explicações do CEU da LBV libertam da letra que mata, o espírito que vivifica. Como o Espírito da Verdade interpreta a expressão “lugares áridos” de Jesus?
R – É o que consta do versículo 43 de Mateus e 24 de Lucas, no capítulo em estudo. Os “lugares áridos”, por onde erra o Espírito impuro (o Espírito mau) sem encontrar abrigo, são os homens purificados, que não lhes dão entrada às sugestões.

P – “Busca repouso e não o encontra”. Qual o sentido oculto dessas palavras.
R – O Espírito mau busca UMA OCUPAÇÃO CONDIZENTE COM SEUS INSTINTOS, TENDÊNCIAS OU CAPRICHOS. Jesus, não o esqueçais, falava aos judeus, e os judeus acreditavam que o Espírito imundo, habitava no homem subjugado. O Mestre os deixava nessa crença, para que a possessão lhes inspirasse horror ainda maior. Ora, falando para ser compreendido por aqueles homens, era natural que lhes figurasse o Espírito impuro a procurar repouso nos lugares áridos sem o encontrar, isto é, A RONDAR OS HOMENS FORTES E A ENCONTRA-LOS SURDOS ÀS SUAS INSTIGAÇÕES. Aí tendes, na altura do vosso entendimento, o espírito despojado da letra. Tentando penetrar num homem, cuja Alma se ache bem guardada, e não o conseguindo, sendo forçado a afastar-se sem ver lugar para seu repouso – aí tendes a lição na altura do entendimento dos judeus a quem o Cristo falava.

P – Como devemos entender o versículo 44 de Mateus e mais os 24 e 25 de Lucas?
R – Aquele que, embora por pouco tempo, expurga a Alma de seus maus pendores, dá imediato acesso aos SENTIMENTOS BONS, QUE SE OPÕEM AOS MAUS INSTINTOS; AS VIRTUDES SÃO O ORNAMENTO DA ALMA. É preciso que, quando o Espírito mau queira voltar para a casa de onde saiu, a encontre limpa e ornada. Nutrindo sentimentos de real pureza, conservai vossa Alma sempre inacessível aos maus instintos e às seduções da treva. Ornai-a de virtudes, para que o Senhor nela encontre morada digna dele, para que lhe seja grato ampliar cada vez mais o vosso progresso, moral e intelectual, concedendo-vos a assistência dos Bons Espíritos, cujo amparo conseguireis com a vossa perseverança na fé.


"O ASSÉDIO INCESSANTE DA TREVA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Queremos debater, em nosso Posto Familiar, o caso do Espírito imundo que volta à sua residência. Como o Espírito da Verdade interpreta essa passagem, pelo CEU da LBV?
R – Harmonizemos Mateus, XII: 43-45 com Lucas, XI: 24-26.
MATEUS: 43 – Quando o Espírito impuro sai de um homem, vagueia por lugares áridos em busca de repouso, e não o encontra.  44 – Diz, então: “Voltarei para a casa de onde saí”. E, voltando, a encontra vazia, limpa e ornada. 45 – Então parte de novo, arrebanha sete outros Espíritos ainda piores do que ele, entram todos na casa e passam a habitá-la. Ora, o último estado do homem fica sendo pior que o anterior. Assim acontecerá com esta geração criminosa.
LUCAS: 24 – Quando o Espírito imundo sai de um homem, anda por lugares áridos, em busca de repouso. E, não o encontrando, diz: “Voltarei para a casa de onde saí”. 25 – Voltando, ele a encontra varrida e ornamentada. 26 – Vai-se, então, de novo, reúne outros sete espíritos mais impuros do que ele, e entram todos na casa e lá se instalam. E o último estado do homem fica sendo pior que o de antes. 27 – Ora, sucedeu que quando Jesus dizia essas coisas, uma mulher, elevando a voz do meio do povo, lhe disse: “Feliz é o ventre que te trouxe ao mundo! Bem-aventurados os seios que te amamentaram!” 28 – Jesus, porém, respondeu: “Felizes e bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a praticam!”
Jesus fazia ver aos homens que lhes cumpria estar sempre em guarda contra as más paixões que, repelidas a princípio facilmente, voltam depois com mais força e maior tenacidade. Tomai, se quiserdes, por símbolo das más paixões os “Espíritos imundos” do Evangelho, os maus Espíritos cuja influência vos ensinamos a evitar. Aquele que, fraco de Espírito, cede com facilidade às más inspirações, por serem más as suas tendências, oporá – tomando boas resoluções – sério obstáculo aos esforços que empreguem os Espíritos malfazejos, no sentido de o arrastarem para o mal. O Espírito que o influenciava se afasta, e vai em busca de alguma outra inteligência que lhe seja mais fácil impressionar, A FIM DE SE APODERAR DELA, TENDO SEMPRE, PORÉM, DEBAIXO DAS VISTAS, AQUELE SOBRE QUEM EXERCIA SUA AÇÃO FUNESTA E QUE FORA OBRIGADO A ABANDONAR. Ora, ao notar da parte deste um descuido, por menor que seja, um relaxamento das boas resoluções, volta prontamente a se apossar da sua antiga vítima. Se encontrar resistência, não podendo esta ser muito forte, pois não nasce de um sentimento realmente puro, ELE SE OBSTINARÁ E, SE FOR PRECISO, CHAMARÁ EM SEU AUXÍLIO OS ESPÍRITOS INFERIORES QUE O CERCAM, SEMPRE DISPOSTOS AO MAL. Todavia, não concluais das nossas palavras que todas as vossas ações más, todos os vossos maus pensamentos sejam resultado de uma influência oculta. SE EM VÓS NÃO EXISTIR O GERME DO MAL, NÃO ATRAIREIS OS ESPÍRITOS DO MAL. As vossas tendências, boas ou más, é que determinam a ordem dos Espíritos que virão grupar-se em torno de vós. Os que simpatizarem com os vossos pendores certamente vos cercarão. VIGIAI, PORTANTO, PORQUE O ASSÉDIO DA TREVA É INCESSANTE. Policiai, a todo instante, os vossos pensamentos mais secretos; varrei cuidadosamente a vossa casa; purificai a vossa Alma e montai guarda à porta do santuário, a fim de impedirdes a aproximação dos que não sejam dignos de penetrar nele! COMO ORDENA JESUS: VIGIAI E ORAI, ORAI E VIGIAI!


"JONAS, NÍNIVE E A RAINHA DE SABÁ"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Só mesmo o Evangelho em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento, aclara todas as dúvidas dos homens! Como vemos, até hoje as igrejas humanas explicam na base do milagre a “ressurreição” e a “ascensão” de Jesus! Que diz a isto o Espírito da Verdade?

R – Evidentemente, a ressurreição e a ascensão de Jesus só se explicam pela revelação que vos trouxemos da origem do Cristo, do seu corpo fluídico (ou perispírito tangível) que ele tornou, com a forma ou aparência do corpo humano. Entretanto, os homens daquela época, presenciando a “ascensão”, O QUE VIRAM FOI UM CORPO, FEITO DE MATÉRIA IMPURA, ELEVAR-SE POR SI MESMO, PARA IR INSTALAR-SE LÁ ONDE TUDO É ESPIRITUAL. Bem mais sensível era o milagre para os homens de então. Foi, por assim dizer, essa impossibilidade da reunião da matéria com a espiritualidade que preparou a vossa era. Foi ela que, da crença nos milagres, afastou os pensadores. Tão concebível se lhes patenteou aquela reunião que ELES PROCURARAM UMA EXPLICAÇÃO POSSÍVEL PARA O FATO E ACABARAM NEGANDO-O POR NÃO PODEREM ACREDITAR NELE. Todos, porém, hão de aceitar a explicação simples, racional e irrefutável, da tangibilidade conferida ao perispírito do Mestre. Roto o véu, compreendeis agora que Jesus, desde o momento em que não quis mais conservar aquela tangibilidade, haja – sob a aparência do corpo humano – mantido a sua essência etérea; haja podido sair do sepulcro sem arrombamento, não ficando nele fragmento algum do corpo; haja podido apresentar-se a muitas pessoas em diversos lugares e retomar a tangibilidade, quando isso foi preciso; haja, finalmente, voltado à plenitude das suas faculdades espirituais quando, elevando-se na presença de seus discípulos, voltou para as regiões etéreas de onde se exilara voluntariamente, PARA VÓS CONVENCER E VOS SALVAR DE VÓS MESMOS. Dizendo o que consta dos versículos 41 e 42 de Mateus, 31 e 32 de Lucas, tinha o Cristo a intenção de – como sempre – ferir a imaginação dos hebreus por meio de um paralelo entre a época das Escrituras e aquela em que ele falava. Com relação aos habitantes de Nínive – está bem claro que a comparação não era possível e não foi feita por Jesus senão com os que haviam tirado proveito da pregação de Jonas, permanecendo na via do Senhor, depois de terem ingressado nela, COM OS QUE A RECEBERAM, E PARA LOGO A ESQUECERAM, NÃO SERIA POSSÍVEL ESTABELECER COMPARAÇÃO ALGUMA. Com relação à Rainha de Sabá – Ela viera das montanhas do Líbano, as quais – para os judeus daquele tempo – ficavam nos confins da terra, a fim de ouvir o Rei Salomão, cuja grande reputação de sabedoria a atraíra. Depois de conversar com ele, ouvindo longamente as suas palavras, disse a Rainha do Sul: “Bem maiores que a fama, que chegou até mim, são a tua sabedoria e as tuas obras! Felizes são os que te pertencem! Felizes são os teus servos, que estão sempre na tua presença e escutam as palavras da tua sabedoria! Bendito seja o Senhor teu Deus, que te dispensou as suas complacências, que te colocou no trono de Israel e te fez Rei, para reinares com equidade e distribuíres a justiça!” Os Ninivitas que, aproveitando a pregação de Jonas, entraram e permaneceram na via do Senhor e a rainha de Sabá que, cedendo à inspiração que recebera, reconheceu a grandeza de Deus e a sabedoria daquele a quem fizeram Rei, ERAM A CONDENAÇÃO DOS HEBREUS, QUE RESISTIAM A TODOS OS ESFORÇOS DE JESUS PARA OS RECONDUZIR AO BOM CAMINHO. Depois de aludir às escrituras, comparando o que elas narram com o que se passava em torno de si, Jesus chamou a atenção dos homens para a superioridade da sua missão (superioridade que só a Nova Revelação pode apresentar em Espírito e Verdade) e para a culpabilidade dos que se rebelavam contra suas palavras e seus exemplos, dizendo: “AQUI ESTÁ QUEM É MAIOR DO QUE JONAS: AQUI ESTÁ QUEM É MAIOR DO QUE SALOMÃO”. Salomão e Jonas eram Espíritos em missão, mas de ordem inferior. Seria admissível que Jesus se equiparasse a qualquer dos dois sendo ele O CRISTO DE DEUS, O ÚNICO REPRESENTANTE DO SENHOR NA TERRA, O MESTRE, REI DO VOSSO PLANETA E DA SUA HUMANIDADE? HOJE COMPREENDEIS TUDO ISSO FACILMENTE, À LUZ DO NOVO MANDAMENTO.
"O “MILAGRE” DE JONAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – A passagem do “milagre” de Jonas tem sido causa de muita controvérsia. Como a explica, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Vejamos o Evangelho segundo Mateus, XII: 38-42, e segundo Lucas, XI: 29-32.
MATEUS: 38 – Então, alguns dos escribas e fariseus lhe disseram: “Mestre, queremos ver um milagre feito por ti”. 39 – Jesus lhes respondeu: “Esta geração adúltera e má pede um milagre, mas nenhum outro lhe será dado senão o do Profeta Jonas. 40 – Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, também o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra. 41 – Os Ninivitas, no dia do juízo, se levantarão contra esta geração para condená-la, pois eles fizeram penitência ao ouvirem a pregação de Jonas: e aqui está quem é maior do que Jonas. 42 – A rainha do Sul se levantará, no dia do juízo, contra esta geração e a condenará, pois veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria do rei Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão.
LUCAS: 29 – Disse, então, à turba que o cercava: “Esta geração perversa me pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado senão o do Profeta Jonas. 30 – Assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, o Filho do Homem o será para esta geração. 31 – A rainha do Sul se levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará, pois veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui quem é maior do que Salomão. 32 – Os ninivitas se levantarão, no juízo, contra esta geração para condená-la, pois se arrependeram ouvindo a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Salomão”.
Aquela geração, que repelia todos os esforços empregados para conduzi-la ao caminho do Bem, era má e adúltera: ADÚLTERA NO SENTIDO DE DESPREZAR A FÉ NO SEU DEUS PARA SE ENTREGAR ÀS PRÁTICAS MATERIAIS LAMENTÁVEIS. Não é este o lugar de vos explicarmos como se deu o que os homens consideraram a passagem de Jesus da vida material para a morte e a sua volta a vida espiritual. Respondei-nos, porém: - Sua ressurreição depois de três dias e três noites de morte aparente, mas considerada real pelo vulgo – não constitui um milagre, idêntico ao que se atribui a Jonas? Dizemos “que se atribui” a Jonas porque o fato, que com ele se deu, foi referido aos hebreus ampliado, comentado e desnaturado. Houve, da parte do narrador, erro e falsa interpretação quando disse “que Jonas fora atirado ao mar; que Deus preparara um peixe imenso para engolir o profeta; que este passou três dias e três noites dentro de tal peixe; que o Senhor falou ao peixe e que este pela boca deitou Jonas na praia”. JONAS NÃO FOI LANÇADO AO MAR: ESTEVE, SIM, TRÊS DIAS E TRÊS NOITES A FERROS NO FUNDO DO NAVIO QUE O LEVAVA.  Um devotado marinheiro tirou-o de lá e o trouxe; num bote, até à praia, onde o deixou. Salvou-o, portanto, a dedicação de um homem – que serviu de instrumento à Divina Providência – o qual, por influência e inspiração espirituais, cumpriu a vontade de Deus, libertando Jonas das cadeias que o prendiam, trazendo-o num bote do navio e deixando-o na praia. A credulidade e a atração que exerce no homem tudo o que revista a auréola do maravilhoso deram origem à crença num acontecimento sobrenatural, isto é, num milagre. ENTRETANTO, O GRANDE PEIXE OUTRO NÃO ERA SENÃO O NAVIO A CUJO BORDO ESTAVA JONAS: A BOCA NADA MAIS ERA QUE O BOTE, QUE DEIXOU O PROFETA NA PRAIA. Dizendo “Assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim também o Filho do Homem o será para esta geração". Jesus se colocava – como sempre – no ponto de vista das crenças humanas, relativamente a Jonas e a si próprio. O profeta que era um homem igual aos demais, foi tido pelos habitantes de Nínive como um ENTE EXCEPCIONAL DA RAÇA HUMANA, visto que pudera viver dentro de um peixe e sair, são e salvo, depois de haver passado ali três dias e três noites. Para o vulgo, e mesmo para os discípulos, Jesus era um homem igual aos outros, com um corpo de carne e ossos, exatamente como os corpos deles. Em tais condições, sua ressurreição e sua ascensão não podiam ser mais compreensíveis nem menos milagrosos do que a volta de Jonas. Mas vós, que conheceis as causas e compreendeis os efeitos, não podeis ver na ressurreição e na ascensão de Jesus mais do que uma consequência da sua missão e da sua organização fluídica. SIM, NÃO HÁ MILAGRE NO SENTIDO QUE LHE DÁ A IGREJA HUMANA, COM DERROGAÇÃO DAS LEIS IMUTÁVEIS QUE DEUS ESTABELECEU PARA TODA A ETERNIDADE.


"RAÇA DE VÍBORAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Finalizando o estudo que fazemos, na Cruzada do Novo Mandamento no Lar, concentramos nossa atenção nos versículos 33 de Mateus, sobre os frutos da árvore; 24 e 25, também de Mateus, sobre “raça de víboras”; 36 e 37, ainda no Evangelho de Jesus segundo Mateus, sobre  "palavras ociosas". Como explica tudo isso o Espírito da Verdade?
                                                                                                                      R – Versículo 33 de Mateus: “Se uma árvore for boa, seu fruto será bom; se for má, seu fruto será mau: pelos frutos é que se conhece a árvore”. Por estas palavras, dirigidas aos discípulos, JESUS LHES ENSINAVA A CONHECER OS HOMENS. Sem dúvida, o homem de maus instintos praticará más ações. Mas, se o virdes esforçar-se por fazer o Bem, por cumprir os deveres que a consciência lhe impõe, podeis dizer que a árvore é boa. E ficai certos de que, se for cultivada, com as lições do Evangelho e do Apocalipse, melhor ainda se tornará. Versículos 24 e 25: “Raça de víboras, como podeis, sendo maus, dizer coisas boas, se a boca fala aquilo de que está cheio o coração? O homem bom tira boas coisas de bom tesouro e o homem mau tira coisas más de mau tesouro”. Pelos termos RAÇAS DE VÍBORAS, apropriados aos tempos e aos homens, JESUS DESIGNAVA AQUELA RAÇA DE ESPÍRITOS INFERIORES E ORGULHOSOS, QUE ACREDITAVAM PODER ALCANÇAR, SEM SOCORRO, A MORADA CELESTE, E QUE NÃO QUERIAM RECEBER LUZ ALGUMA. A palavra emerge do coração, quando exprime abertamente a maneira de pensar. Mas, se oculta o pensamento, ou lhe dá a aparência da doçura, sendo ele agressivo, então a palavra é mentirosa, hipócrita e má. Por isso é que Jesus perguntava aos fariseus: “Como é que, sendo maus, podeis dizer coisas boas?” As palavras saem do tesouro do coração. Se o tesouro é mau, também más serão as palavras e ações, quer as primeiras exprimam abertamente a maneira de pensar, quer sirvam de disfarce à mentira, à hipocrisia  ou à maldade. Versículos 36 e 37: “Ora, eu vos digo que os homens, no dia do julgamento, darão contas de toda palavra ociosa que houverem proferido. Porque sereis justificados pelas vossas palavras e pelas vossas palavras sereis condenados”. As traduções preferiram os termos: ociosa e inútil para – dando maior extensão ao texto – fazerem que as palavras do Mestre ABRANGESSEM A TODOS E NÃO SOMENTE AOS BLASFEMADORES. Essa alteração do original teve por efeito reprimir os costumes e por um freio ao deboche dos inimigos do Evangelho. Estendendo a sentença do Cristo até às palavras ociosas, restringia a linguagem aos limites do justo e do necessário. Sendo mister coibir as conversações mais que levianas, capazes de desviar as inteligências do fim elevado que se lhes propunha, necessário era que se batesse com força para atingir esse objetivo. O DIA DO JUGAMENTO, em que os homens prestarão contas, é aquele em que o Espírito culpado, após a morte, faz uma introspecção, observa a sua passada existência, suas faltas ou crimes e, TOCADO PELO ARREPENDIMENTO, FUSTIGADO PELO REMORSO, SOFRE A EXPIAÇÃO, INEVITAVELMENTE SEGUIDA DA NECESSIDADE DE REENCARNAR. E ISSO EXPLICA A ADVERTÊNCIA DE JESUS: NÃO SAIRÁS DA PRISÃO (O CORPO MATERIAL) ATÉ PAGARES O ÚLTIMO CEITIL.


"A JUSTIÇA PERFEITA DE DEUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Não podia ser mais feliz e edificante a explicação do capítulo em exame. Uma pergunta, ainda, queremos formular ao Espírito da Verdade: - Pode haver Espírito eternamente culpado?
R – Quando Jesus falava (ou os Evangelhos falavam, em suas narrativas) em ESPÍRITO SANTO, esta expressão, como sabeis, designava os Espíritos Puros, ou Espíritos Superiores, os Bons Espíritos, que desempenham junto dos homens as funções de órgãos do Senhor, de seus ministros, mensageiros ou agentes, de acordo com o grau de elevação de cada um. Servindo-se da expressão ESPÍRITO SANTO, QUANDO TRATOU DA BLASFÊMIA CONTRA DEUS, Jesus o fez porque, como também já o dissemos, os judeus entendiam por Espírito Santo a inteligência mesma de Deus. Em última análise, tudo vem a dar no mesmo, num caso e noutro, por isso que OS ESPÍRITOS DE LUZ NADA MAIS SÃO QUE O REFLEXO DA VONTADE DO SENHOR ONIPOTENTE. O homem que blasfema contra Deus é um rebelde às inspirações do seu Anjo da Guarda e dos Bons Espíritos; incorre em culpa grave e não obtém perdão ENQUANTO PERMANECE CULPADO E REBELDE: PORTANTO, A ETERNIDADE DO CASTIGO CORRESPONDE A ETERNIDADE DA FALTA. Se o Espírito permanecesse eternamente rebelde, seria réu de delito eterno; jamais obteria perdão na eternidade, nem além dela (para nos servirmos das expressões bíblicas). Mas não é nem pode ser assim. Por efeito da onipotência, da justiça, da bondade e da misericórdia infinitas do Senhor, e de acordo com a promessa que Jesus fez, em nome do Pai, e com o que disse na “Parábola do Filho Pródigo”: MEU PAI NÃO QUER QUE PEREÇA NENHUM DESTES PEQUENINOS – VIM SALVAR O QUE ESTAVA PERDIDO, SEDE PERFEITOS COMO É PERFEITO O PAI QUE ESTÁ NO CÉU”, não há Espírito culpado e rebelde que, no curso da Eternidade que se desdobra diante de si, não experimente o influxo das Leis Imutáveis do progresso e da perfectibilidade, do sofrimento e da expiação. Não há Espírito que, usando de seu livre arbítrio, sob a ação de sua consciência, presa do remorso e do arrependimento, auxiliando na erraticidade pelos sofrimentos ou torturas morais adequados e proporcionados aos crimes e faltas cometidos, iluminado pelas provações e expiações, deixe – com o tempo e mediante a reencarnação – de voltar ao aprisco, assim como a ovelha tresmalhada; de voltar à casa paterna, como o filho pródigo, arrependido e submisso. É assim a justiça perfeita de Deus: NINGUÉM HÁ QUE, PURIFICADO, NÃO VENHA A SER, UM DIA, ACOLHIDO PELO PAI DE FAMÍLIA, PELO SENHOR ONIPOTENTE, DE INFINITA MISERICÓRDIA!



"OS DOGMAS E AS VERDADES ETERNAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P - A Igreja baseia sua crença no inferno e suas penas eternas em palavras de Jesus, como as que constam do capítulo em estudo. Que diz a isto, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R - Jesus se dirigia a homens cuja imaginação precisava ser despertada. Vede que o mesmo ainda hoje se dá: não usamos de idêntica linguagem, para com todos vós. Muitas vezes nos adaptamos às vossas fraquezas, aos vossos preconceitos e até mesmo ao ranço de sectarismo latente em vós, A FIM DE VOS CONDUZIRMOS GRADUALMENTE AS VERDADES QUE, REVELADAS DE CHOFRE, PODERIAM DETERMINAR O VOSSO AFASTAMENTO. Jamais chocamos inutilmente as crenças humanas, enquanto possam conciliar-se com o progresso da Humanidade. Mas, desde que um Espírito fraco se apegue fortemente a este ou aquele dogma, a tal ou qual cerimônia, nós lhe dizemos lealmente: “O CULTO QUE AGRADA AO SENHOR É UNICAMENTE O CULTO QUE VEM DO CORAÇÃO; A SEUS OLHOS NENHUM VALOR TÊM OS ATOS EXTERIORES". Inversamente, aos fracos que necessitem de apoio para a sua crença, de uma barreira que os impeça de transpor certos limites, dizemos: "SERVI EM PLENA CONSCIÊNCIA, AO SENHOR DEUS: PRATICAI COM REGULARIDADE E SINCERA ATENÇÃO O VOSSO CULTO, QUALQUER QUE ELE SEJA; MAS' NÃO VOS DESCUIDEIS DO CULTO DA ALMA, TÃO GRATO AO PAI CELESTIAL. SOIS FRACOS E TENDES NECESSIDADE DE AMPARO; BUSCAI-O ONDE COSTUMAIS ENCONTRÁ-LO; MAS BUSCAI, TAMBÉM, O DOS VOSSOS AMIGOS CERTOS, OS ESPÍRITOS DO SENHOR, QUE VOS CERCAM E AUXILIAM, QUE CONHECEM O ÚNICO OBJETIVO  QUE DEVEIS ALCANÇAR: A PAZ NA VIDA PRESENTE E A FELICIDADE NA VIDA FUTURA". Como vedes, conformamos nossos ensinos com os preconceitos e as fraquezas humanas. Todavia, para que não haja obscuridade em nossas palavras, declaramos: jamais os conformamos com erros e faltas das crenças humanas, subordinando a Verdade Eterna à transitoriedade dos dogmas. Falamos a uns com doçura e outros com severidade, apropriando nossa linguagem ao caráter e às disposições de cada um. Ora, Jesus - sábio por excelência - soube muito melhor do que todos nós, tornar a lição compreensível de modo oportuno e útil, aos Espíritos obstinados que o ouviam. Por isso vos dizemos; NÃO HÁ, NUNCA HOUVE, DA PARTE DO MESTRE, AMEAÇA DE PENAS ETERNAS. Entendei bem, portanto, estas palavras: "Aquele que houver blasfemado contra o Espírito Santo não achará perdão na eternidade, será réu de um delito eterno; não terá perdão nem neste século, nem no futuro". O Cristo adequava a palavra à inteligência: A FALTA ACARRETA UM CASTIGO QUE PODEIS CONSIDERAR ETERNO, TENDO EM VISTA A MEDIDA DE QUE USAIS PARA MEDIR O TEMPO. O Espírito rebelde, que blasfema contra Deus, tem de sofrer longas provações para voltar ao cumprimento do dever. Esse ato inaudito denota, no Espírito, um sentimento de rebelião e de orgulho que o levará a multas quedas. Não concebeis que as diversas categorias de delito impliquem a ideia de maior ou menor perversidade? Necessariamente, quem cometer certa falta que, comparada a outra, seja leve, estará mais perto de se arrepender: e menos radicalmente vicioso ficando entendido que A DIFERENÇA DE CULPABILIDADE RESULTA DA INTENÇÃO E NÃO DA CARÊNCIA DE OPORTUNIDADE. Não há caso algum em que o Espírito fique absolutamente excluído de perdão. Apenas, relativamente semelhante exclusão, existe para o culpado pelo temor, que este experimenta, de que ela seja real, à vista do castigo e da sua duração. ESTA NADA É EM FACE DA ETERNIDADE, MAS SE AFIGURA SER A PRÓPRIA ETERNIDADE AQUELE QUE NADA VÊ PARA ALEM DOS ACANHADOS LIMITES DA SUA INTELIGÊNCIA. Não tendes ouvido Espíritos culpados dizerem, por entre gemidos, que se acham condenados a "penas eternas"? E não sabeis que a existência neles desta crença, constitui um dos meios de os levar ao arrependimento? Não vedes como? Eis aqui: o rigor e a duração do castigo consomem as más energias do culpado. Cansado de sofrer, aterrorizado com a perspectiva de dores sem fim, ele se volta para si mesmo, olha com desespero para o seu passado, conta todas as faltas, todos os crimes que o precipitaram no abismo e, finalmente, exclama: "Ah! se eu pudesse começar tudo de novo!” Os Espíritos, que o cercam logo tratam de intervir, impelindo-o a pesquisar SE TERÁ, MESMO, DE RECOMEÇAR E A SABER COMO ELE O FARIA SE TIVESSE A NOVA OPORTUNIDADE. Pouco a pouco, o arrependimento lhe vai penetrando no íntimo, fazendo nascer a esperança do perdão, ao influxo desta esperança, o arrependimento se desenvolve; a expiação passa a ser suportada com paciência e resignação. Depois, à medida que aquele se torna mais sincero e profundo, vem surgindo o desejo de reparar, de expiar e progredir, com o auxílio de novas provações. E DEUS PERDOA E CONCEDE AO CULPADO QUE SE ARREPENDEU E SUBMETEU A GRAÇA DA REENCARNAÇÃO.



"BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Estamos estudando, no ponto em exame, os versículos 31 e 32 do Evangelho segundo Mateus, 28 e 29 segundo Marcos, 10 segundo Lucas. O que mais nos prende a atenção é esta afirmativa de Jesus: “TODOS OS PECADOS E BLASFÊMIAS SERÃO PERDOADOS AOS HOMENS, MENOS A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO, QUE NÃO O SERÁ. O QUE ALGUÉM DISSER CONTRA O FILHO DO HOMEM SER-LHE-Á PERDOADO, MAS NÃO TERÁ PERDÃO, NEM NESTE SÉCULO NEM NO FUTURO, O QUE ALGUÉM DISSER CONTRA O ESPÍRITO SANTO”. Como interpreta estas palavras o Espírito da Verdade?

R – Por essa forma, Jesus patenteava, em primeiro lugar, a diferença que há entre ele (não obstante a sua essência superior, sua origem e sua posição espirituais) e o Senhor Onipotente, criador do Universo. Já sabeis que, no entender dos judeus, O ESPÍRITO SANTO ERA A INTELIGÊNCIA MESMA DE DEUS, FALANDO, POIS, ÀQUELES HOMENS DA BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO, JESUS SE REFLETIA À BLASFÊMIA CONTRA O PAI CELESTIAL, SENHOR DE TODOS OS MUNDOS. Consiste a blasfêmia em negar a Deus, em acusar de injustiça ou erro Aquele que é TODO O AMOR, TODA A CIÊNCIA E TODA A JUSTIÇA, EM SUMA – A VERDADE ABSOLUTA. Qual o crime que se pode comparar a esse? A blasfêmia contra Deus não constitui a maior ofensa que se lhe possa fazer? Se, numa família, os filhos se revoltam contra o irmão mais velho, ainda que este represente o pai, cometerão falta menor do que se insultarem e injuriarem o próprio pai. Ora, a mesma relação, no que diz respeito ao Cristo, podeis estabelecer, lembrando-vos de que ele personifica a Moral Divina que PREGOU MAIS POR EXEMPLOS DO QUE POR PALAVRAS. Quanto àquela “ameaça de penas eternas”, feita pelo Mestre, não existe. Para os hebreus, de acordo com os seus preconceitos, escrituras e tradições, os termos eternidade, na eternidade, eterno e eternamente tinham dois sentidos, podiam ser tomados em duas acepções diversas. No sentido absoluto, quando empregados relativamente a Deus, designavam a ETERNIDADE PROPRIAMENTE DITA. No sentido relativo, quando empregados com relação aos homens, designavam uma duração imensa, MAS POR MAIOR QUE FOSSE, LIMITADA, CONDICIONADA A TER FIM. Basta verificar estas passagens do Velho Testamento: Êxodo, XV: 18 – “O Senhor reinará para todo o sempre”; Miquéias, IV: 5 – “Porque todos os povos andam cada um em nome do seu deus; mas, quanto a nós, andaremos em nome do Senhor nosso Deus para todo o sempre”; Esdras, X: 3 – “Segundo o conselho do Senhor e o dos que tremem ao mandado do nosso Deus, tudo seja feito segundo a Lei”; Josué, XIV: 9 – “Então Moisés naquele dia jurou, dizendo: Certamente a terra será tua e de teus filhos, em herança perpétua, pois perseveraste em seguir o Senhor meu Deus”; Isaías, LVII: 15-16 – “Porque assim diz o Altíssimo, o sublime que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas também moro com o contrito e abatido de espírito. Pois não contenderei para sempre, nem me indignarei continuamente; porque, do contrário, o espírito definharia diante de mim e se extinguiria o fôlego da vida que Eu criei”. Proferindo aquelas palavras dos versículos 31 e 32 de Mateus, 28 e 29 de Marcos, 10 de Lucas (que só a Nova Revelação poderia explicar umas pelas outras, tornando-as – perfeitamente reunidas todas – COMPREENSÍVEIS EM ESPÍRITO E VERDADE, À LUZ DO NOVO MANDAMENTO), o Cristo entregava às interpretações humanas o conjunto delas. E os homens as interpretaram falsamente, dando ao vocábulo ETERNIDADE sentido absoluto, quando Jesus o empregara em sentido relativo. Não compreenderam que, no pensamento do Mestre, se tratava de uma eternidade relativa, de “mais de um século” de “mais do que o século vindouro”, modo pelo qual objetivava ele dar uma idéia da extensão do castigo, da sua “duração imensa”, qualquer que fosse a palavra dita contra Deus, na intenção de negá-lo, de o acusar de erro ou de injustiça. Entretanto, não censureis os que erroneamente interpretaram as palavras de Jesus: REALMENTE, TUDO TEM SUA RAZÃO DE SER AS FALSAS INTERPRETAÇÕES HUMANAS, CAUSADAS PELO ESTADO DAS INTELIGÊNCIAS, PELAS NECESSIDADES DA ÉPOCA E DOS TEMPOS QUE SE SEGUIRIAM, SERVIRAM AQUELE TEMPO E PREPARARAM O CAMINHO DA NOVA REVELAÇÃO.
"QUEM NÃO É POR MIM É CONTRA MIM"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – O CEU da LBV está esclarecendo uma série impressionante de dúvidas. Todos sentem, agora, que o Evangelho tem de ser explicado EM ESPÍRITO E VERDADE, SEMPRE À LUZ DO NOVO MANDAMENTO. Uma afirmação do Cristo merece capítulo à parte: “Quem não é por mim é contra mim”. Como a interpreta o Espírito da Verdade?
R – Versículo 30 do Evangelho Segundo Mateus: “ Quem não é por mim é contra mim, quem comigo não junta – espalha”. Versículo 23 do Evangelho segundo Lucas: “Quem não está comigo está contra mim: quem comigo não entesoura – dissipa”. Significa: QUEM NÃO SEGUE A LEI DE JESUS, ISTO É, A DOUTRINA DO NOVO MANDAMENTO, DELA SE APARTA. LOGO, ESTÁ CONTRA ELE, PORQUE SEGUE CAMINHO OPOSTO AO QUE POR ELE FOI TRAÇADO. A profecia do Mestre terá de se cumprir, queiram os chefes religiosos ou não. Os que insistem na supremacia do seu sectarismo estão opondo obstáculos à vontade daquele que formou a Terra, o Cristo que declarou: “HAVERÁ UM SÓ REBANHO E UM SÓ PASTOR”. Para ele, sem cuja permissão ninguém está no vosso mundo, todos são naturalmente cristãos, nos diferentes graus da escala evolutiva. Assim, “quem comigo não junta – espalha” e “quem comigo não entesoura – dissipa”. Todo aquele que não caminha pela estrada que Jesus abriu, preferindo os atalhos das religiões humanas, prega o separatismo fanático e suicida. Dispersa, espalha e desnorteia as ovelhas do Bom Pastor. Por conseguinte, quem age assim não reunirá os tesouros que o Senhor reserva para os justos. Quem se desvia desse caminho, fascinado pelas doutrinas de preceitos humanos, DISSIPA ESSES TESOUROS E PERDE PRECIOSO TEMPO, DE QUE DARÁ PESADAS CONTAS. Quanto às divergências dos Evangelhos Sinóticos, repetimos: Não leveis em conta as ligeiras diferenças que se notam nessas três narrativas – Mateus, Marcos e Lucas. Como sabeis, Jesus repetia muitas vezes, aos hebreus que o cercavam, os mesmos ensinos, sem contudo usar as mesmas palavras. Ele tinha de apropriar suas lições às inteligências e às necessidades daqueles que as recebiam. Daí as “diferenças” referidas. Lembrai-vos desta observação que vos fizemos: CADA EVANGELISTA NARRA FATOS MAIS OU MENOS SEMELHANTES, OCORRIDOS COM PEQUENOS INTERVALOS, MAS CUJAS PARTICULARIDADES NÃO COINCIDEM PERFEITAMENTE. CADA UM, DENTRO DO QUADRO QUE LHE FOI TRAÇADO, RELATA SOB INSPIRAÇÃO MEDIÚNICA O QUE VIU, OUVIU OU SOUBE POR INFORMAÇÃO DIGNA DE CRÉDITO. SOBRETUDO, LEMBRAI-VOS DE QUE ISSO ATESTA A VERACIDADE DOS EVANGELHOS!




"O VALENTE ARMADO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Achamos perfeita analogia do nosso Posto Familiar com aquela passagem do homem valente que guarda a sua casa. Como o Espírito da Verdade a interpreta para nós?
R – Harmonizemos Mateus, XII: 29-37, Marcos III: 27-30 e Lucas XI: 21-23 e XII: 10.
MATEUS: 29 – Disse Jesus: “Como poderá entrar alguém na casa do homem valente e roubar-lhe as alfaias, se antes não o amarar? Depois disto é que lhe saqueará a casa. 30 – Quem não é por mim é contra mim; quem comigo não junta- espalha. 31 – Eis porque vos digo: todas as blasfêmias e todos os pecados serão perdoados aos homens, menos a blasfêmia contra o Espírito Santo, que não o será. 32 – O que alguém disser contra o Filho do Homem ser-lhe-á perdoado; mas não terá perdão, nem neste século nem no futuro, o que alguém disser contra o Espírito Santo. 33 – Se uma árvore for boa, o seu fruto será bom: se for má seus frutos serão maus, pois pelo fruto é que se conhece a árvore. 34 – Raça de víboras, como podeis, sendo maus, dizer boas coisas? A boca diz aquilo de que está cheio o coração. 35 – O homem que é bom tira boas coisas do bom tesouro, e o homem mau tira coisas más do mau tesouro. 36 – Ora, eu vos digo que os homens, no dia do julgamento, prestarão contas de toda palavra ociosa que houverem proferido. 37 – Pelas tuas palavras te justificas, pelas tuas palavras te condenas”.
MARCOS: 27 – “Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e lhe roubar os bens, se antes não o manietar; só depois disto conseguirá saquear-lhe a casa. 28 – Em verdade vos digo que aos filhos dos homens serão perdoados todos os pecados que hajam cometido e todas as blasfêmias que hajam pronunciado. 29 – mas aquele que houver blasfemado contra o Espírito Santo não terá perdão na eternidade: será réu de delito eterno”. 30 – Jesus falava assim porque diziam: “Ele está possesso de um Espírito impuro”.
LUCAS: 21 – “Quando um homem valente guarda, armado, a entrada de sua casa, tudo o que ele possui está em plena segurança. 22 – Mas, se outro mais forte vem e o vence, levará consigo todas as armas em que ele confiava e se apossará de seus haveres. 23 – Aquele que não está comigo está contra mim; aquele que comigo não entesoura – dissipa”. XII: 10 – “Se alguém falar contra o Filho do Homem, isso lhe será perdoado; mas não terá perdão aquele que blasfemar contra o Espírito Santo”.

Jesus, como já o temos dito tantas vezes, falava aos homens daquela época a linguagem que lhes era adequada; a linguagem que, convindo ao momento não comprometia o futuro que, ao contrário, era preparado e salvaguardado PARA SER COMPREENDIDO E IMPRESSIONAR A IMAGINAÇÃO DOS HOMENS DAQUELE TEMPO, O MESTRE USAVA DE IMAGENS MATERIAIS, E TODAS ENCERRAVAM UMA ADVERTÊNCIA, UMA LIÇÃO, UM ENSINAMENTO. Ele o disse: “O espírito, é que vivifica: as palavras que vos digo são espírito e vida”. Para vós outros chamados a receber a Nova Revelação e a compreender por meio desta o sentido e o alcance daquelas palavras, é que elas foram pronunciadas. Sabei, portanto, tirar sempre da letra o espírito, a fim de apreenderdes o pensamento do Cristo, o sentido verdadeiro de seus ensinamentos. Dizendo o que consta dos versículos 29 de Mateus e 27 de Marcos, ALUDIA JESUS AO PECADO QUE, PONDO CERCO AO HOMEM, O RODEIA DE SEDUÇÕES PARA DELE SE APODERAR. E, UMA VEZ QUE O HAJA EMPOLGADO, O DESPOJA DE TODAS AS SUAS VIRTUDES.  Suas palavras eram portanto, simbólicas ou emblemáticas. Vs. 21 e 22 de Lucas – O homem pode estar certo de vencer desde que se mantenha forte contra si mesmo, vigilante sobre a sua consciência, pronto sempre a combater os maus instintos, os maus pendores e as más paixões. Se, porém, se descuida, se cai na voluptuosidade e no sono da consciência, nele penetram os vícios, e lhe impõem suas algemas e terminam por escraviza-lo. Tomam-lhe, uma a uma, todas as armas, arrancando-lhe uma a uma, as boas resoluções por fim as virtudes e, depois de o terem suplantado VOLTAM CONTRA ELE AS SUAS MESMAS ARMAS, PORQUANTO AS VIRTUDES PERDIDAS SE TORNAM VÍCIOS. Quem não pratica o mal deve praticar o Bem que lhe é oposto, pois quem negligencia em praticar o Bem inevitavelmente cai no mal. Aquele a quem falta a caridade não é egoísta e orgulhoso? Aquele que se esquece de seu Deus não se torna ímpio? O mesmo se dá com as virtudes que não são praticadas: tomam seu lugar os vícios, que elas, se cultivadas, poderiam destruir. Estas palavras do versículo 22 de Lucas: “e se apossará de seus haveres” não são emblemáticas relativamente às inteligências para as quais falava o Mestre: são o complemento da figura material que ele apresentava aos judeus. Quem quer que como ladrão penetra na casa de outrem, o desarma e amarra, há de ter, necessariamente, um objetivo material. Por esta razão é que Jesus acrescentou: “e se apossará de seus haveres”. Sem este complemento, os hebreus não teriam compreendido o motivo do proceder do ladrão porque do seu ato não colhia qualquer proveito. Certamente os vícios, que substituam as virtudes no coração daquele que adormece confiante em si mesmo, não tiram proveito das virtudes destruídas MAS O TIRAM DA DESTRUIÇÃO DELAS, DO SEU BANIMENTO DO CORAÇÃO EM QUE FLORESCIAM, NO SENTIDO DE QUE ASSIM LOGRAM PENETRAR LÁ, ONDE DE OUTRO MODO NÃO TERIAM ACESSO: LOGRAM ALOJAR-SE LÁ, ONDE NÃO TERIAM ENTRADO: DESPOJAM PORTANTO, AS VIRTUDES DO ASILO QUE LHES FORA PREPARADO. TODA A VIGILÂNCIA É POUCA, NOS LARES DO NOVO MANDAMENTO. E, POR ISSO, É QUE JESUS INSISTE, RECOMENDANDO SEMPRE: ORAI E VIGIAI!
"O REINO DE DEUS PARA TODOS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Por que os parentes de Jesus não entenderam sua missão? Que pensavam eles do Reino de Deus? Poderia o Espírito da Verdade revelar quem eram, afinal, esses parentes?
R – O Reino de Deus vem para todo aquele que, finalmente, encontra a Verdade que liberta e leva diretamente ao fim. Para os judeus endurecidos, transgressores da Lei de Moisés, que por eles fora mais deformada que a Lei de Deus e foi pelos seus “representantes”, aquele Reino viera a fim de que os que preparavam, para si mesmos, longa e dolorosa expiação, achassem aberta a porta da esperança e o caminho mais curto de chegarem à salvação. O Reino de Deus veio ainda para os que, em vez de seguirem simplesmente a LEI DE JESUS, SINTETIZADA NO SEU NOVO MANDAMENTO, a amoldaram – arrastados pelo egoísmo e pelo orgulho – às suas conveniências, fazendo de uma Lei tão pura – para uns, os que se servem da religião como de um meio, os que só a praticam exteriormente e a afeiçoam às suas necessidades, elástica vestimenta, dentro da qual possam executar os movimentos mais desregrados; e, para outros, uma geena a lhes tolher os movimentos numa constrição cruciante. Estes últimos, a nosso ver, são os que tomam a sério a religião, mas que, dotados de pouca inteligência, se submetem ao jugo que lhes é imposto, em nome do próprio Cristo! Também para vós veio o Reino de Deus, porquanto – depois de termos nós os Apóstolos e discípulos do Redentor, trabalhado no caminho que ele abriu – hoje, com a Nova Revelação e ajudados pelos nossos irmãos, os outros Espíritos do Senhor, o limpamos dos juncos, dos espinhos, das pedras agudas, e ao mesmo tempo vos estendendo as mãos PARA VOS AJUDARMOS A AVANÇAR NELE SEMPRE, TIRANDO A VENDA AOS QUE AINDA TEM A VISTA FRACA E FAZENDO BRILHAR A LUZ PARA OS QUE JÁ A PODEM SUPORTAR. Esperai mais um pouco, porque o Reino de Deus se aproxima cada vez mais, com o fulgor dos esplendores celestes. Procurai ter, portanto, a vista bastante forte, a fim de que a sua luz não vos ofusque. Até lá, enfrentai todas as injúrias e difamações dos filhos da treva. Vê-de que em várias ocasiões, em diferentes lugares e em circunstâncias diversas, os escribas e os fariseus acusaram Jesus de ser agente de Belzebu, de Satanás, do Príncipe dos Demônios. Entendei: o que Marcos refere, no capítulo em estudo, não ocorreu na mesma ocasião em que se passou o que consta da narração de Mateus. O que Marcos relata se deu quando Jesus acabou de escolher os doze apóstolos e lhes conferiu o poder de curar as enfermidades e expulsar os maus Espíritos, então chamados “demônios”. Ao saberem disso – diz o Evangelho – os parentes de Jesus vieram para se apoderarem dele, dizendo que perdera o juízo. Sabeis que, durante a sua missão terrena, Jesus tinha de passar, e – para a sua família, como para os homens em geral – passava por ser UM HOMEM IGUAL AOS OUTROS. A revelação feita a José e Maria tinha de permanecer (e permaneceu) secreta até ao termo daquela missão. Nessa época, por efeito da mesma revelação, os homens fizeram de Jesus um Deus, pois entraram a considerá-lo como parte e fração do próprio Deus. Os hebreus, pelo consórcio dos membros de uma tribo com os de outras, eram parentes quase todos, ou se intitulavam parentes uns dos outros. Em tais condições, Jesus, no entender dos homens, estava cercado de primos mais ou menos próximos, chamados irmãos no Evangelho. Esses parentes, segundo os quais JESUS SAÍRA DO MESMO TRONCO QUE ELES, ACHANDO-SE NAS MESMAS CONTINGÊNCIAS HUMANAS EM QUE ELES SE ENCONTRAVAM, NÃO PODIAM ADMITIR QUE ELE SE ELEVASSE TÃO ALTO, QUE INSTITUÍSSE APÓSTOLOS E LHES DESSE TAIS PODERES. Eis por que resolveram apoderar-se dele, dizendo que perdera o juízo, isto é, fora atacado de loucura! Jesus personificava a Doutrina do Novo Mandamento, e – como sucede com todas as grandes e generosas ideias – ela foi mal compreendida. Daí veio a oposição que se lhe deparou sobretudo entre os que,  segundo os homens, desconhecedores da sua origem extra-humana eram membros da sua família. Não disse ele que NINGUÉM É PROFETA EM SUA TERRA E DENTRO DE SUA PRÓPRIA CASA? Não vedes, ainda hoje, entre as famílias, muito de seus membros apedrejarem os que não seguem a sua rotina? O HOMEM NEGA TUDO O QUE NÃO COMPREENDE E NEGA TUDO O QUE O EMBARAÇA OU ASSUSTA. Vós, que – aceitando a Doutrina do Novo Mandamento – sais da rotina, pregando a UNIFICAÇÃO DE TODOS OS CRISTÃOS, QUE SÃO TODOS OS HOMENS, sois (como o foi o Mestre pelos seus parentes e pelos outros homens) acusados de haver perdido o juízo, segundo os escribas e fariseus de vossos dias. Mas, como discípulos do Cristo, que pregais a Doutrina do Redentor, que renasce explicada e desenvolvida pela Nova Revelação, oponde a essas acusações a paciência, a firmeza, a indulgência e a coragem. Caminhai ousadamente: O CRISTO VELA POR VÓS E VOS PROTEGE E ILUMINA, E MANDA QUE OS ESPÍRITOS DO SENHOR VOS GUIEM OS PASSOS!


"JESUS EM RELAÇÃO DIRETA COM DEUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Até hoje, ninguém revelou que há um Diretor para cada um dos Planetas. O que ensinavam é que Jesus governava todo o Universo. Que diz a isto o Espírito da Verdade?

R – Essa interpretação resulta do erro da concepção de Jesus como Deus, e daí se dizer: “ Maria, mãe de Deus”. Sabeis, entretanto, que o próprio Jesus estabeleceu a diferença, não só no seu Evangelho como, também, no seu Apocalipse. JESUS ESTÁ PARA A TERRA COMO DEUS PARA O UNIVERSO, O QUE EM NADA HUMILHA A GRANDEZA ESPIRITUAL DO CRISTO.  Jesus, que tem a seu cargo a direção do vosso mundo, é um dos Espíritos que podem aproximar-se do CENTRO DA ONIPOTÊNCIA DIVINA, porque é de uma essência que se conservou sempre pura, de perfeita e imácula pureza, visto que jamais faliu. Como servidor do Pai, Nosso Mestre e vosso Mestre, é ele quem preside os destinos da Terra, quem a governa e lhe acompanha a evolução com paternal solicitude. EM RELAÇÃO DIRETA COM DEUS (DO MESMO MODO QUE AQUELES DE SEUS IRMÃOS QUE, SENDO-LHES IGUAIS NA PUREZA, DESEMPENHAM MISSÕES ANÁLOGAS A SUA), ELE RECEBE, SEM INTERMEDIÁRIOS, AS VONTADES DO ONIPOTENTE.
Neste sentido é que se pode dizer que “só o Pai conhece o Filho e só o Filho conhece o Pai”. Inclinai-vos com respeito, reconhecimento e amor diante de Jesus que, desde o instante em que a Terra saiu dos fluidos espalhados na imensidade, em que esses fluidos, para formarem um orbe, se reuniram PELA AÇÃO DA SUA VONTADE DIVINA (DIVINA NO SENTIDO DE SER ELE ÓRGÃO DE DEUS) velou sempre por vós, cheio de devotamento, através de todas as fases por que passaram vossos Espíritos. Amai, com todas as forças de vossa Alma, esse maravilhoso Jesus que, para surgir às vistas dos homens, aceitou o sacrifício da encarnação, a fim de lançar as bases, os fundamentos da Obra de Regeneração da Humanidade! Sim, repetimos, amai sempre o vosso Redentor, que aceitou a encarnação, SENDO, EMBORA, DE UMA PERFEIÇÃO QUE SE PERDE NA NOITE DAS ETERNIDADES; QUE A ACEITOU, HUMILDEMENTE, EMBORA NUNCA HOUVESSE MERECIDO ENCARNAR COMO EXPIAÇÃO, AINDA QUE NOS MUNDOS ELEVADOS, PORQUANTO CHEGOU A PERFEIÇÃO SEM JAMAIS HAVER FALIDO. Ele não teve de sofrer por expiação, insistimos, a encarnação MESMO NOS MUNDOS ELEVADOS, onde se exilam, para resgatar suas faltas, por mais leves que sejam, os Espíritos que se conservaram puros na via do progresso até alcançarem grande evolução, mas que vieram a falir, se bem que ligeiramente, visto que DIANTE DO SENHOR ONIPOTENTE SÓ A PERFEIÇÃO, SEM MANCHA ALGUMA, PODE APRESENTAR-SE. Com efeito, a menor fraqueza, tão pequenina que com os vossos órgãos de percepção sois incapazes de a apreciar, constitui uma falta que o Espírito adiantado no caminho da evolução, RECONHECE IMEDIATAMENTE E EXPIA, POR MEIO DE UMA ENCARNAÇÃO MAIS OU MENOS MATERIAL, MAIS OU MENOS FLUÍDICA, DE ACORDO COM O SEU GRAU DE ELEVAÇÃO, COM A EXTENSÃO OU A GRAVIDADE DA MESMA FALTA. Todo castigo é adequado ao erro praticado. Uma falta que por demasiado sutil vos escapa, é uma ofensa ao Criador e não escapa ao Espírito que, já bastante evoluído, dela tem consciência, antes mesmo de germinar no seu íntimo. Por isso é que se exila para expiá-la, temporariamente dos gozos infinitos do ESPÍRITO PURO E LIVRE. Mais razões tendes, portanto para amar o Mestre que, completando a sua Obra de Regeneração, vos envia o Paráclito, para vos lembrar o que ensinou e revelar o que não pode dizer. ELE DECLARA QUE VIRÁ MUITO BREVE, PARA CONDUZIR-VOS, DE LUZ EM LUZ, AO DEUS ÚNICO E ETERNO, SENHOR DE TODOS OS MUNDOS, A QUEM DEVEIS A HOMENAGEM DA VOSSA ADORAÇÃO.