"OS DOGMAS E AS VERDADES ETERNAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P - A Igreja baseia sua crença no inferno e suas penas eternas em palavras de Jesus, como as que constam do capítulo em estudo. Que diz a isto, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R - Jesus se dirigia a homens cuja imaginação precisava ser despertada. Vede que o mesmo ainda hoje se dá: não usamos de idêntica linguagem, para com todos vós. Muitas vezes nos adaptamos às vossas fraquezas, aos vossos preconceitos e até mesmo ao ranço de sectarismo latente em vós, A FIM DE VOS CONDUZIRMOS GRADUALMENTE AS VERDADES QUE, REVELADAS DE CHOFRE, PODERIAM DETERMINAR O VOSSO AFASTAMENTO. Jamais chocamos inutilmente as crenças humanas, enquanto possam conciliar-se com o progresso da Humanidade. Mas, desde que um Espírito fraco se apegue fortemente a este ou aquele dogma, a tal ou qual cerimônia, nós lhe dizemos lealmente: “O CULTO QUE AGRADA AO SENHOR É UNICAMENTE O CULTO QUE VEM DO CORAÇÃO; A SEUS OLHOS NENHUM VALOR TÊM OS ATOS EXTERIORES". Inversamente, aos fracos que necessitem de apoio para a sua crença, de uma barreira que os impeça de transpor certos limites, dizemos: "SERVI EM PLENA CONSCIÊNCIA, AO SENHOR DEUS: PRATICAI COM REGULARIDADE E SINCERA ATENÇÃO O VOSSO CULTO, QUALQUER QUE ELE SEJA; MAS' NÃO VOS DESCUIDEIS DO CULTO DA ALMA, TÃO GRATO AO PAI CELESTIAL. SOIS FRACOS E TENDES NECESSIDADE DE AMPARO; BUSCAI-O ONDE COSTUMAIS ENCONTRÁ-LO; MAS BUSCAI, TAMBÉM, O DOS VOSSOS AMIGOS CERTOS, OS ESPÍRITOS DO SENHOR, QUE VOS CERCAM E AUXILIAM, QUE CONHECEM O ÚNICO OBJETIVO  QUE DEVEIS ALCANÇAR: A PAZ NA VIDA PRESENTE E A FELICIDADE NA VIDA FUTURA". Como vedes, conformamos nossos ensinos com os preconceitos e as fraquezas humanas. Todavia, para que não haja obscuridade em nossas palavras, declaramos: jamais os conformamos com erros e faltas das crenças humanas, subordinando a Verdade Eterna à transitoriedade dos dogmas. Falamos a uns com doçura e outros com severidade, apropriando nossa linguagem ao caráter e às disposições de cada um. Ora, Jesus - sábio por excelência - soube muito melhor do que todos nós, tornar a lição compreensível de modo oportuno e útil, aos Espíritos obstinados que o ouviam. Por isso vos dizemos; NÃO HÁ, NUNCA HOUVE, DA PARTE DO MESTRE, AMEAÇA DE PENAS ETERNAS. Entendei bem, portanto, estas palavras: "Aquele que houver blasfemado contra o Espírito Santo não achará perdão na eternidade, será réu de um delito eterno; não terá perdão nem neste século, nem no futuro". O Cristo adequava a palavra à inteligência: A FALTA ACARRETA UM CASTIGO QUE PODEIS CONSIDERAR ETERNO, TENDO EM VISTA A MEDIDA DE QUE USAIS PARA MEDIR O TEMPO. O Espírito rebelde, que blasfema contra Deus, tem de sofrer longas provações para voltar ao cumprimento do dever. Esse ato inaudito denota, no Espírito, um sentimento de rebelião e de orgulho que o levará a multas quedas. Não concebeis que as diversas categorias de delito impliquem a ideia de maior ou menor perversidade? Necessariamente, quem cometer certa falta que, comparada a outra, seja leve, estará mais perto de se arrepender: e menos radicalmente vicioso ficando entendido que A DIFERENÇA DE CULPABILIDADE RESULTA DA INTENÇÃO E NÃO DA CARÊNCIA DE OPORTUNIDADE. Não há caso algum em que o Espírito fique absolutamente excluído de perdão. Apenas, relativamente semelhante exclusão, existe para o culpado pelo temor, que este experimenta, de que ela seja real, à vista do castigo e da sua duração. ESTA NADA É EM FACE DA ETERNIDADE, MAS SE AFIGURA SER A PRÓPRIA ETERNIDADE AQUELE QUE NADA VÊ PARA ALEM DOS ACANHADOS LIMITES DA SUA INTELIGÊNCIA. Não tendes ouvido Espíritos culpados dizerem, por entre gemidos, que se acham condenados a "penas eternas"? E não sabeis que a existência neles desta crença, constitui um dos meios de os levar ao arrependimento? Não vedes como? Eis aqui: o rigor e a duração do castigo consomem as más energias do culpado. Cansado de sofrer, aterrorizado com a perspectiva de dores sem fim, ele se volta para si mesmo, olha com desespero para o seu passado, conta todas as faltas, todos os crimes que o precipitaram no abismo e, finalmente, exclama: "Ah! se eu pudesse começar tudo de novo!” Os Espíritos, que o cercam logo tratam de intervir, impelindo-o a pesquisar SE TERÁ, MESMO, DE RECOMEÇAR E A SABER COMO ELE O FARIA SE TIVESSE A NOVA OPORTUNIDADE. Pouco a pouco, o arrependimento lhe vai penetrando no íntimo, fazendo nascer a esperança do perdão, ao influxo desta esperança, o arrependimento se desenvolve; a expiação passa a ser suportada com paciência e resignação. Depois, à medida que aquele se torna mais sincero e profundo, vem surgindo o desejo de reparar, de expiar e progredir, com o auxílio de novas provações. E DEUS PERDOA E CONCEDE AO CULPADO QUE SE ARREPENDEU E SUBMETEU A GRAÇA DA REENCARNAÇÃO.



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