"O “MILAGRE” DE JONAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – A passagem do “milagre” de Jonas tem sido causa de muita controvérsia. Como a explica, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Vejamos o Evangelho segundo Mateus, XII: 38-42, e segundo Lucas, XI: 29-32.
MATEUS: 38 – Então, alguns dos escribas e fariseus lhe disseram: “Mestre, queremos ver um milagre feito por ti”. 39 – Jesus lhes respondeu: “Esta geração adúltera e má pede um milagre, mas nenhum outro lhe será dado senão o do Profeta Jonas. 40 – Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, também o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra. 41 – Os Ninivitas, no dia do juízo, se levantarão contra esta geração para condená-la, pois eles fizeram penitência ao ouvirem a pregação de Jonas: e aqui está quem é maior do que Jonas. 42 – A rainha do Sul se levantará, no dia do juízo, contra esta geração e a condenará, pois veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria do rei Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão.
LUCAS: 29 – Disse, então, à turba que o cercava: “Esta geração perversa me pede um sinal; mas nenhum sinal lhe será dado senão o do Profeta Jonas. 30 – Assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, o Filho do Homem o será para esta geração. 31 – A rainha do Sul se levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará, pois veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui quem é maior do que Salomão. 32 – Os ninivitas se levantarão, no juízo, contra esta geração para condená-la, pois se arrependeram ouvindo a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Salomão”.
Aquela geração, que repelia todos os esforços empregados para conduzi-la ao caminho do Bem, era má e adúltera: ADÚLTERA NO SENTIDO DE DESPREZAR A FÉ NO SEU DEUS PARA SE ENTREGAR ÀS PRÁTICAS MATERIAIS LAMENTÁVEIS. Não é este o lugar de vos explicarmos como se deu o que os homens consideraram a passagem de Jesus da vida material para a morte e a sua volta a vida espiritual. Respondei-nos, porém: - Sua ressurreição depois de três dias e três noites de morte aparente, mas considerada real pelo vulgo – não constitui um milagre, idêntico ao que se atribui a Jonas? Dizemos “que se atribui” a Jonas porque o fato, que com ele se deu, foi referido aos hebreus ampliado, comentado e desnaturado. Houve, da parte do narrador, erro e falsa interpretação quando disse “que Jonas fora atirado ao mar; que Deus preparara um peixe imenso para engolir o profeta; que este passou três dias e três noites dentro de tal peixe; que o Senhor falou ao peixe e que este pela boca deitou Jonas na praia”. JONAS NÃO FOI LANÇADO AO MAR: ESTEVE, SIM, TRÊS DIAS E TRÊS NOITES A FERROS NO FUNDO DO NAVIO QUE O LEVAVA.  Um devotado marinheiro tirou-o de lá e o trouxe; num bote, até à praia, onde o deixou. Salvou-o, portanto, a dedicação de um homem – que serviu de instrumento à Divina Providência – o qual, por influência e inspiração espirituais, cumpriu a vontade de Deus, libertando Jonas das cadeias que o prendiam, trazendo-o num bote do navio e deixando-o na praia. A credulidade e a atração que exerce no homem tudo o que revista a auréola do maravilhoso deram origem à crença num acontecimento sobrenatural, isto é, num milagre. ENTRETANTO, O GRANDE PEIXE OUTRO NÃO ERA SENÃO O NAVIO A CUJO BORDO ESTAVA JONAS: A BOCA NADA MAIS ERA QUE O BOTE, QUE DEIXOU O PROFETA NA PRAIA. Dizendo “Assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim também o Filho do Homem o será para esta geração". Jesus se colocava – como sempre – no ponto de vista das crenças humanas, relativamente a Jonas e a si próprio. O profeta que era um homem igual aos demais, foi tido pelos habitantes de Nínive como um ENTE EXCEPCIONAL DA RAÇA HUMANA, visto que pudera viver dentro de um peixe e sair, são e salvo, depois de haver passado ali três dias e três noites. Para o vulgo, e mesmo para os discípulos, Jesus era um homem igual aos outros, com um corpo de carne e ossos, exatamente como os corpos deles. Em tais condições, sua ressurreição e sua ascensão não podiam ser mais compreensíveis nem menos milagrosos do que a volta de Jonas. Mas vós, que conheceis as causas e compreendeis os efeitos, não podeis ver na ressurreição e na ascensão de Jesus mais do que uma consequência da sua missão e da sua organização fluídica. SIM, NÃO HÁ MILAGRE NO SENTIDO QUE LHE DÁ A IGREJA HUMANA, COM DERROGAÇÃO DAS LEIS IMUTÁVEIS QUE DEUS ESTABELECEU PARA TODA A ETERNIDADE.


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