"JUÍZO FINAL"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P - Desde crianças, fomos educados na crença do terrível  JUÍZO FINAL que despachará as criaturas para o céu ou para o inferno. Como explica isso o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?

R – Não haverá esse JUÍZO FINAL, único e definitivo, de que fala a Igreja de Roma. O que de fato se dará é que, NOS ÚLTIMOS DIAS DA ERA MATERIAL DA HUMANIDADE TERRESTRE, OS QUE SE CONSERVAREM REBELDES SERÃO DEGREDADOS PARA MUNDOS INFERIORES. SÓ OS QUE TIVEREM CHEGADO AO GRAU DE APERFEIÇOAMENTO QUE DEVEM ATINGIR PODERÃO PERMANECER NA TERRA, PARA AÍ CONTINUAREM A PROGREDIR. Não é essa, porém, a idéia que (influenciados pelas falsas interpretações, próprias do “reinado da letra”) os homens fazem do JUÍZO FINAL. Os Espíritos culpados irão sendo afastados gradualmente da Terra, e esta se purificará DE MODO QUASE IMPERCEPTÍVEL PARA VÓS OUTROS. A renovação do vosso mundo não resultará de violento abalo, mas de um progresso contínuo. Ainda estais numa era material, sob o império da matéria, e as coisas no vosso planeta estão dispostas de forma a que ele preencha as condições necessárias à vossa existência. Mas chegam os tempos em que a Terra progredirá, do mesmo passo que os vossos corpos, E SE ELEVARÁ COMO ESSÊNCIA, PURIFICANDO-SE E ETERIZANDO-SE. Quanto mais crescer em vós o domínio do Espírito, tanto mais diminuirão as necessidades materiais e, entre os homens de então e os de agora, mais sensível será a diferença material do que a que existe entre os de hoje e os primeiros habitantes do vosso orbe. NA ÉPOCA DA MATÉRIA – VIDA E ÓRGÃOS MATERIAIS; NA ERA DO ESPÍRITO – ESPIRITUALIDADE!  O vosso planeta está destinado, como todos os que gravitam na imensidade, a percorrer a via do progresso até ao dia em que a transformação se complete e em que, quais homens despojados da matéria, VIVEREIS ESPIRITUAL E FLUIDICAMENTE, NUM MUNDO FLUÍDICO. Preparai-vos, portanto: a época da renovação da Terra é aquela em que os rebeldes, ao voltarem para o mundo dos Espíritos, serão afastados dela e mandados para os mundos inferiores. E as próximas calamidades abrirão grandes claros nas fileiras humanas, a fim de que estas se renovem mais depressa. DO PONTO DE VISTA FÍSICO, A TERRA ACOMPANHARÁ O PROGREDIR DO ESPÍRITO; E O PROGRESSO FÍSICO DESTE, DE HARMONIA COM O DO PLANETA, SERÁ CONSEQUÊNCIA DO SEU EVOLVER MORAL E INTELECTUAL. Como todos os mundos já formados e todos os que se hão de formar na imensidade, segundo Leis Naturais e Imutáveis, estabelecidas por Deus, o vosso Planeta saiu dos fluidos impuros; depois chegou, progressivamente, ao estado material, de onde passará, num continuo progredir, a estados cada vez menos materiais, até chegar – por sucessivas transformações – ao de pura fluidez, no qual ele e a sua Humanidade se encontrarão livres de todas as impurezas da matéria. Sim, entendei: cada calamidade ou abalo, cada deslocamento do mundo terrícola serve para levá-lo àquela transformação. Deveis compreender que, chamado a desempenhar outras funções, não pode ele permanecer no mesmo meio: com correr dos dias, e mediante esses deslocamentos gradativos, a Terra tomará lugar NAS REGIÕES DOS FLUIDOS SUTIS, ONDE TENDES DE VIVER. Enquanto isso, outro planeta, afastando-se por sua vez do seu centro de formação, virá desempenhar as funções que o vosso desempenhava. No fim do ciclo, no último período dessa transformação, isto é, quando a Terra passar ao estado fluídico puro (e ao de Espíritos Puros os que souberam perseverar até o fim), JESUS APARECERÁ NA PLENITUDE DO SEU PODER, DA SUA GLÓRIA DA SUA PUREZA PERFEITA E IMACULADA, PARA VOS MOSTRAR A VERDADE SEM VÉU, PARA VOS CONDUZIR AO CENTRO DA ONIPOTÊNCIA E VOS FAZER CONHECER O PAI.




"INFERNO E JUÍZO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – No ponto que estudamos, Jesus se refere ao inferno com muita energia, quando censura Cafarnaum. Isso dá origem às concepções infernalistas das religiões humanas, que se dizem baseadas no próprio Cristo! Que nos diz, a respeito, o Espírito da Verdade?


R – Exprimindo-se, relativamente a Cafarnaum, desta maneira “TU QUE TE ELEVASTE ATÉ AO CÉU”, isto é, tu que foste inundada de luz e que, orgulhosa, a rejeitaste, “SUBMERGIRÁS NO INFERNO”, usava o Mestre de linguagem e expressões apropriadas à inteligência de seus ouvintes. Por INFERNO designava, veladamente, as penas que os Espíritos culpados sofrem – primeiro, como seres erráticos e depois reencarnando na Terra ou em mundos inferiores, de expiação e provações. O INFERNO É A CONSCIÊNCIA DO CULPADO E O LUGAR, QUALQUER QUE ESTE SEJA, ONDE EXPIA OS SEUS CRIMES. Não se trata de espaço limitado. O lugar, seja qual for, que o Espírito culpado ocupe, quando na erraticidade, é bem o que ainda chamais – e o Cristo alegoricamente chamava – inferno, pois, em tal lugar, o Espírito se acha preso de contínuas torturas. Também o Espírito encarnado se acha realmente num inferno quando, metido na prisão de carne em mundos inferiores, passa por provações, sofrimentos, torturas morais e físicas; por expiações que constituem a pena secreta da sua encarnação precedente, a pena correspondente ao que lhe cumpre ainda reparar, tendo em vista suas existências anteriores. Jesus também disse “NO DIA DO JUÍZO”, falando dos habitantes de Tiro e de Sidon, de Corazin e de Betsaida, de Cafarnaum e de Sodoma. Foi uma figura, uma comparação de que o Mestre se serviu. Deveis compreender suas palavras do modo seguinte: “Eu vos digo que os habitantes de Corazin e Betsaida serão julgados mais severamente que os de Tiro e de Sidon que, juntamente com os primeiros, se apresentarão ao Juiz Supremo; que os de Cafarnaum serão julgados mais severamente que os de Sodoma, que – com eles- se apresentarão ao supremo Juiz”. Tende sempre em conta o estilo figurado de que usava Jesus, FORÇADO PELAS NECESSIDADES DA ÉPOCA, PELOS PRECONCEITOS RESPEITADOS, PELO ESTADO DAS INTELIGÊNCIAS, PELA CONVENIÊNCIA DE VELAR A VERDADE, até que chegassem os vossos dias, em que o Espírito, mediante o advento da Nova Revelação, seria despojado da letra, a fim de preparar os homens para se tornarem ADORADORES DE DEUS EM ESPÍRITO E VERDADE, PORQUE ESTA É A VONTADE DO CRIADOR.  As palavras “NO DIA DO JUÍZO” não tinham, no pensamento então velado de Jesus, a significação de um JUÍZO FINAL, a que sejam chamados, como o diz a Igreja, TODOS OS QUE MORRERAM DESDE A ORIGEM DOS TEMPOS. Não: os habitantes de Tiro e de Sidon, de Corazin e de Betsaida, de Cafarnaum e de Sodoma, bem como todos os Espíritos culpados que viveram na Terra desde que o homem aí apareceu, passaram, DEPOIS DA MORTE, AO CABO DE CADA EXISTÊNCIA, PELO JULGAMENTO, isto é, pela expiação na erraticidade e, em seguida, pela reencarnação. Dentre os Espíritos culpados das diversas cidades, de que falava Jesus, alguns já terminaram suas provações expiatórias e outros progrediram muito. Poucos chegarão à época da renovação do vosso Planeta sem terem conseguido a satisfação de seus desejos. E aí tendes a prova da inexistência do INFERNO ETERNO, a prova da justiça que se patenteia na Lei da Reencarnação, diante da qual TODOS OS HOMENS SÃO RIGOROSAMENTE IGUAIS.
"CIDADES IMPENITENTES"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – O Evangelho nos fala das “cidades impenitentes”, censuradas por Jesus. Pelo CEU da LBV poderia o Espírito da Verdade explicar essa passagem?
R – Harmonizemos Mateus, XI: 20-24 e Lucas, X: 13-15.
MATEUS: 20 – Jesus começou então, a exprobrar as cidades onde realizara tantos milagres por não terem feito penitência: 21 “Ai de ti, Corozain! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os prodígios operados dentro de vós o tivessem sido em Tiro e em Sidon, eles teriam feito penitência em cilícios e cinza! 22 – Eis porque vos digo que no dia do juízo, Tiro e Sidon serão tratadas com menos rigor do que vós. 23 – Tu, Cafarnaum, porventura te elevarás até ao céu? Serás abatida até ao inferno, porquanto, se os milagres operados dentro dos teus muros o tivessem sido em Sodoma, talvez esta ainda hoje subsistisse! 24 – Eis porque te digo que, no dia do juízo, a terra de Sodoma será tratada com menos rigor do que tu”.
LUCAS: 13 – “Ai de ti, Corazin! Ai de ti, Betsaida! Pois que, se os prodígios realizados dentro de vós o tivessem sido, outrora, em Tiro e em Sidon, elas teriam feito penitência na cinza e nos cilícios! 14 – Eis porque no dia do juízo, Tiro e Sidon, serão tratados com menos rigor do que vós! 15 – E tu, Cafarnaum, que te elevaste até ao céu, submergirás até ao inferno!”.

Estas palavras de Jesus se referem AO ESTADO DOS ESPÍRITOS ENCARNADOS NAQUELA ÉPOCA. Penitência significa arrependimento. Quando diz que Tiro e Sidon teriam feito penitência, cobrindo-se de cinza e de cilícios, se tivessem visto os milagres que se operaram em Corazin e Betsaida, o Mestre emprega imagens materiais apropriadas, como sempre, aos Espíritos daquele tempo. A PENITÊNCIA DO ESPÍRITO CONSISTE NO CAUSTICANTE REMORSO DE SUAS FALTAS E NA  EXPIAÇÃO QUE LHE SEGUE, MAS TUDO NA ORDEM MORAL. Seria possível, porventura, que seres materiais, como eram até mesmo os primeiros adeptos do Cristianismo, compreendessem que a penitência moral basta para o resgate das faltas perante a Justiça de Deus? Nas suas transgressões, eles não viam mais do que o ato material; portanto, NÃO PODIAM ADMITIR UMA REPARAÇÃO QUE NÃO FOSSE MATERIAL. Apreciai de outra maneira, o Cristão do Novo Mandamento, todas as coisas! Procurai O ATO ESPIRITUAL, penitenciai-vos dele e, no futuro, não praticareis mais atos materiais algum capaz de ofender o Senhor! Que o Espírito em vós domine o corpo, e a carne subjugada se tornará instrumento obediente, próprio a efetuar com mais presteza e maior facilidade a purificação espiritual. Jesus declara que os habitantes de Tiro e de Sidon serão tratados com menos rigor que os de Corazin e Betsaida, PORQUE A ESTES A LUZ FOI TRAZIDA E ELES A RECUSARAM. “A terra de Sodoma – disse, ainda, o Mestre – será tratado com menos rigor do que Cafarnaum”. É que, em Sodoma, os crimes tinham, principalmente, origem no rebaixamento da matéria, ao passo que os de Cafarnaum se originavam da revolta do Espírito. Fazendo tal distinção entre Sodoma e Cafarnaum, JESUS QUERIA QUE OS HOMENS COMPREENDESSEM ISTO: DE TODOS OS CRIMES PASSÍVEIS DE CASTIGO, OS MAIS GRAVES SÃO OS QUE A INTELIGÊNCIA COMETE. Conhecendo o Senhor as fraquezas da vossa matéria, não pune os seus arrastamentos senão quando o Espírito participa deles CONSCIENTEMENTE. Cafarnaum recebera a luz. fora testemunha dos milagres, mas, impenitente, tudo rejeitara. Entretanto, Sodoma – afundada no lodaçal da matéria – talvez tivesse saído da cloaca imunda de suas paixões grosseiras se ouvisse a Palavra de Deus. Talvez, presenciando os prodígios do Cristo, tivesse aceitado a luz, ouvindo a voz do arrependimento e renunciando aos seus crimes, dando ao Espírito o predomínio sobre os instintos brutais. Não vos admireis de que Jesus tenha usado o termo “talvez” quando, ao falar dos sodomitas, declarou: “Talvez Sodoma ainda hoje subsistisse”. Sem dúvida alguma, estando em relação constante e direta com Deus, ele, como sabeis, tinha a presciência do futuro e, bem assim, o conhecimento do passado. DISSE “TALVEZ” PORQUE NÃO CONVINHA QUE FALASSE AOS HOMENS, DE MODO PRECISO, DOS ATOS DAQUELE QUE NENHUMA CRIATURA PODE SONDAR. ERA MISTER (TAMBÉM O SABEIS E NÃO O PERCAIS DE VISTA) QUE, COMO SUCEDIA, JESUS PASSASSE ENTÃO ENTRE OS HOMENS – POR UM HOMEM IGUAL A ELES, E, SENDO ASSIM, NÃO PODIA APRESENTAR-SE A ELES COMO CONHECEDOR DO JUÍZO DE DEUS.
"CILADA, PERDÃO E GRAÇA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – No ponto em estudo, há uma coisa que merece explicação: o fato de uma pecadora conhecida entrar na sala do festim, na casa do fariseu. Que explicação nos oferece, a respeito, o Espírito da Verdade?
R – A pergunta é oportuna e podeis formular essa outra: – Como veio a Simão a idéia de convidar Jesus para entrar na sua casa e sentar-se a sua mesa? Há que O FARISEU QUERIA SONDAR O MESTRE PARA DESCOBRIR NELE O PONTO VULNERÁVEL. Só se aproximando de Jesus podia esperar consegui-lo. Mesmo a introdução de Maria, naquela sala, era uma cilada. De outra forma ela não teria podido entrar lá, do mesmo modo que, sem a vossa autorização, uma “desclassificada” não entrará em vossas casas. Dirigindo a Simão as palavras dos versículos 43 a 46, referentes aos devedores, o Mestre estabeleceu uma comparação toda material, para ser compreendido por um homem material. Os fariseus não só eram orgulhosos, como também avarentos e cúpidos. O exemplo que Jesus figurou não podia, portanto, deixar de ser apreciado e compreendido por um espírito dessa natureza. Sim, aquele a quem mais se perdoa será certamente, o mais reconhecido. Todavia, o perdão não é concedido sem ser suplicado; e as súplicas devem ser fervorosas e reiteradas, pois O SENHOR NÃO SALDA AS DÍVIDAS DE QUEM SE MOSTRE PROPENSO A CONTRAIR OUTRAS. ELE O FAZ SOMENTE ÀQUELE QUE SEJA CAPAZ, NO FUTURO, DE MANTER-SE SEM DESVIO NO CAMINHO RETO.  Jesus, com o que disse ao fariseu (vs. 44 a 47), apontando para a mulher, aludia respectivamente aos sentimentos dele e dela: lendo o pensamento de Simão, conhecia a razão do “acolhimento” que este lhe dispensara. Falou, então, à mulher: “Teus pecados estão perdoados” (v. 48). A GRAÇA NÃO É O QUE A IGREJA HUMANA FORJOU. No caso da pecadora, havia remorso sincero e profundo. Seguir-se-ia a reparação, que não lhe seria duramente imposta, como sucede quando se trata de culpados endurecidos, mas  UMA REPARAÇÃO FEITA COM ALEGRIA E FELICIDADE, visando a alcançar o progresso, que deixara de realizar, e entrar de novo em graça perante o Amor do Pai. Disse, ainda, Jesus: “Vai-te em paz; tua fé te salvou.” A FÉ QUE ELA TIVERA NO CRISTO LHE ABRIRA OS OLHOS PARA O SEU MAU PROCEDER. A comparação entre a vida sem mácula do Mestre e os excessos inumeráveis da sua própria vida de pecadora foi o que a impressionou e impeliu a vir suplicar o perdão de suas faltas, AOS PÉS DAQUELE QUE ELA CONSIDERAVA O ENVIADO CELESTE. Nas suas interpretações, os homens se equivocaram completamente quanto ao sentido destas palavras de Jesus ao fariseu Simão: “Eu te declaro que muitos pecados lhe são perdoados porque muito amou”. Dizendo de Maria que muito lhe era perdoado por haver amado muito, o Mestre não entrava em nenhuma das considerações a quem deram motivo humanas interpretações. O AMOR DE QUE ELE FALAVA ERA O AMOR CONSIDERADO DO PONTO DE VISTA DA CARIDADE. Embora mulher de vida dissoluta, Maria tinha um coração sensível às misérias de seus semelhantes. De natureza fraca e impressionável, sua existência depravada era mesmo devida AO EXCESSO DO SEU AMOR À FAMÍLIA, COM A QUAL REPARTIA, EM LARGA ESCALA, O PRODUTO DO SEU VERGONHOSO COMÉRCIO. Grande era a sua caridade para com outros: jamais um infortúnio apelara em vão para a sua piedade. Sua própria queda foi um ATO DE DEVOTAMENTO. Aí tendes o que não vos tinham dito; aí tendes, ainda, o que será encarado como estímulo ao vício sob o pretexto de devotamento a pais pobres; aí tendes, todavia, a fonte de tantos vícios que repelis com horror quando muitas vezes, um conselho e um socorro fariam o que fizeram as santas palavras do Mestre, Espírito fraco, Maria quisera lutar contra a sua fraqueza; quisera, sim, o combate excessivamente rude. Sucumbiu, a princípio, mas se levantou mais forte e mais valorosa. NÃO AOS OLHOS DOS HOMENS, QUE NADA PERDOAM, TENDO ELES TANTA NECESSIDADE DE PERDÃO, MAS AOS OLHOS DAQUELE QUE SONDA OS CORAÇÕES E AS ENTRANHAS, E PARA QUEM O PENSAMENTO CULPOSO E OCULTO EQUIVALE AO ATO CONSUMADO!


"A PECADORA E O FARISEU"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Uma das componentes do nosso Posto Familiar pergunta qual a verdadeira interpretação da passagem da pecadora que banhou de lágrimas os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos, na casa do fariseu Simão. Como à interpreta o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?
R – Trata-se de Lucas, VII: 36-50.
36 – Tendo um fariseu pedido a Jesus que fosse comer em sua casa, ele foi e tomou lugar à sua mesa. 37 – Logo uma pecadora da cidade, sabendo que Jesus estava na casa do fariseu, aí veio ter, trazendo um vaso de alabastro cheio de bálsamo; 38 – e, colocando-se por trás dele, se pôs a banhar-lhe de lágrimas os pés, e a enxugá-los com seus cabelos, ao mesmo tempo que os beijava e os ungia com o bálsamo. 39 – Vendo isso, o fariseu disse de si para si: “Se  este homem fosse profeta, saberia quem é a mulher que o toca, pois é uma pecadora!” 40 – Jesus, então, lhe disse: “Simão, tenho alguma coisa a te dizer”. Ao que ele respondeu: “Mestre, fala”. 41 – Jesus falou: “Um credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentos denários e outro cinquenta. 42 – Como não tivessem com que pagar, o credor perdoou as dívidas a ambos. Qual dos dois, em consequência, mais o estimará?” 43 – Simão respondeu: “Creio que aquele a quem mais perdoou”. Jesus replicou: “Julgaste bem, Simão”. 44 – E, voltando-se para a mulher, disse ainda ao fariseu: “Vês esta mulher? Entrei na tua casa e não me deste água para lavar os pés, enquanto que ela, ao contrário, banhou meus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. 45 – Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrou, não cessa de me beijar os pés. 46 – Não me ungistes a cabeça com bálsamo, ao passo que ela me unge com bálsamo os pés. 47 – Por isso eu te declaro que muitos pecados lhe são perdoados, porque ela muito amou. Aquele a quem menos se perdoa menos ama”. 48 – E disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados”. 49 – Os que com ele estavam à mesa, na casa de Simão, começaram a dizer entre si: “Quem é este que até perdoa pecados?” 50 – Mas Jesus disse à mulher: “Vai-te em paz; tua fé te salvou”.
O fato aqui referido constitui UM EXEMPLO DA IMPORTÂNCIA QUE O ARREPENDIMENTO REPRESENTA SOBRE OS DESTINOS HUMANOS. Não por haver banhado os pés de Jesus com bálsamo e com lágrimas obtém a pecadora o perdão, mas porque esse gesto era a consequência do pesar, sincero e profundo, que lhe causavam suas faltas, e por serem imensas sua esperança e sua fé naquele diante de quem se prosternava. Mulher de costumes livres, que vendia o corpo, ela – no esplendor da sua beleza – se humilhava, enxugando com os cabelos aqueles pés que o seu arrependimento banhava de lágrimas. Ela, que era vaidosa de seus encantos, SACRIFICAVA AO ARREPENDIMENTO OS PERFUMES QUE SERVIAM PARA TORNÁ-LA MAIS SEDUTORA E PARA – PELO AROMA PENETRANTE – EXCITAR OS DESEJOS DOS QUE PAGAVAM SUAS CARÍCIAS. ESSES PERFUMES, ELEMENTOS DAS SUAS ORGIAS, SE SANTIFICAVAM AO CONTATO COM O SANTOS DOS SANTOS. E a pecadora se limpava das suas faltas pela satisfação com que se separava desses objetos de luxo, os únicos que possuía. Renunciava, assim, ao seu passado de desordens e fazia sinceras promessas de reparação no futuro. Não zombeis, portanto, da pecadora aos pés do Cristo. Ao contrário, imitando-a, vinde todos – TODOS, SEM EXCEÇÃO – derramar na fronte do Mestre os inebriantes perfumes que vos perdem, e ouvireis de sua boca palavras de paz, consolação e amor. A JESUS, E SOMENTE A JESUS, O PAI ONIPOTENTE DEU O PODER DE LIGAR E DESLIGAR, NA TERRA E NO CÉU. Os Apóstolos lhe obedeciam, eram os instrumentos que ele escolhera, e operavam guiados pelos Espíritos Superiores, quando também ligavam e desligavam na terra e no céu.
                                                


"COMER E BEBER"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Muitos acham contradição entre os hábitos de Jesus e de João, o Batista, com referência ao “comer e beber”. Que diz a isso o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?

R – Nenhuma “contradição”. Tudo certo e perfeito, segundo os superiores desígnios do Alto. João vivia afastado dos homens, porque assim o exigia sua missão. Sua grande sobriedade espantava os judeus, que sacrificavam o que lhes fosse possível  a satisfação dos apetites materiais. Por isso, a vida de insulamento, de contemplação, de toda sorte de continência, que o Batista se impusera, causava surpresa ao povo, E COMO NÃO PUDESSEM COMPREENDER QUE UM HOMEM, VOLUNTARIAMENTE, SE SUBMETESSE A TAL EXISTÊNCIA, TINHAM-NO POR VÍTIMA DE POSSESSÃO QUE O IMPELIA PARA O DESERTO, A VIVER FORA DE TODAS AS LEIS ESTABELECIDAS.  João, porém, assim procedendo, cumpria exatamente sua missão de Precursor, dando o ensinamento e o exemplo da penitência, que tinha por símbolo o batismo às margens do Jordão, sendo a sua palavra o meio de os homens se prepararem para entrar no CAMINHO DO SENHOR. Ao contrário de João, Jesus tinha de viver no meio dos homens, a fim de mostrar a todos  O QUE É PRATICAR O AMOR E A CARIDADE. Vulgarizava, por assim dizer, as virtudes que pregava, para torná-las mais compreensíveis. Incorporava-se as classes desprezadas, para mostrar aos orgulhosos que O PRIMORDIAL DEVER DO HOMEM É DISPENSAR ASSISTÊNCIA, PRIMEIRO, AOS QUE ESTÃO (OU QUE ELE JULGA ESTAREM) ABAIXO DE SI.  Sentava-se, diante dos homens, à mesa do pobre, para que este aprendesse a descobrir o verdadeiro sabor do seu pão. Dormia (como todos supunham) sob o teto do portageiro, para lhe dar a sentir  A CALMA QUE RESULTA DA PUREZA DE CONSCIÊNCIA. Navegava com os pescadores, a fim de lhes incutir o desprezo à morte, tendo por fundamento a Fé e a Eternidade. “Vivia” a vida do homem na companhia do homem, mas não ao lado do orgulhoso, razão pela qual os orgulhosos o acusavam de se comprazer nos “centros abjetos” da sociedade de então. Porventura, terão mudado os homens, que dizem – com Jesus – que ele não veio curar os que gozam saúde, nem salvar os que não se perderam, nem dar ainda coragem aos que não desesperam? Mudaram, porventura, os homens? Cristãos do Novo Mandamento, fazei como Jesus, sem vos preocupardes com os orgulhosos escribas e fariseus do vosso tempo! Como não podeis viver na solidão, como o Precursor, procurai seguir sempre o exemplo de Jesus: COMEI E BEBEI, COMO O CRISTO, À MESA DO POBRE, DO DESPREZADO, DO RÉPROBO, PORQUE ASSIM PODEREIS DAR-LHE O ALIMENTO QUE O SUSTENTARÁ PARA SEMPRE: O PÃO DA VIDA QUE NUTRE A ALMA, CLAREIA A INTELIGÊNCIA E PURIFICA O CORAÇÃO!
"JOÃO E JESUS INCOMPREENDIDOS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Jesus censurou os judeus porque não souberam compreender o Cristo e o seu Precursor. Como o Espírito da Verdade nos explica essas palavras do Mestre?
R – Harmonizemos Mateus, XI: 16-19 e Lucas, VII: 31-35
MATEUS: 16 – Com que hei de comparar esta geração? Ela se assemelha a crianças que, sentadas na praça pública e aos gritos, 17 – dizem aos seus companheiros: “Tocamos flauta para vós outros e não dançastes! Entoamos lamentações e não chorastes!” 18 – Pois veio João e, porque não come nem bebe, dizem: “Está possesso do demônio!” 19 – Veio o Filho do Homem e, porque come e bebe, dizem: “Ali está um comilão e um bebedor de vinho, amigo dos publicanos e pecadores!” Todavia, a sabedoria é justificada por seus filhos.
LUCAS: 31 – Disse o Senhor: “Com que poderei comparar os homens desta geração? A quem se assemelham? 32 – Assemelham-se a meninos que, sentados na praça e falando uns para com os outros, dizem: “Tocamos flauta para vós e não dançastes! Nós nos lamentamos e não chorastes!” 33 – João Batista veio e, porque não come pão nem bebe vinho, dizeis: “Ele está possesso do demônio!” 34 – O Filho do Homem veio e, porque come e bebe,  dizeis: “É um comilão e beberraz, amigo dos publicanos e dos pecadores!” 35 – Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos.
Nesta linguagem, apropriada à capacidade intelectual daqueles que o ouviam, Jesus fazia ver aos homens que suas inteligências rebeldes recusavam todos os testemunhos, quaisquer que fossem, procurando para o que observavam UMA RAZÃO DE SER ESTRANHA À BONDADE DE DEUS, não se rendendo nem à evidência dos fatos. E completava: “Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos”. Já estas palavras visavam ao futuro: OS QUE VIRAM NÃO COMPREENDERAM; COM O CORRER DOS SÉCULOS, OS ESPÍRITOS SE DESENVOLVERAM E, HOJE, VÓS OS COMPREENDEIS. Sábios, filhos de Jesus, são os que compreendem as verdades que os cegos negaram.



"ELIAS DE NOVO NA TERRA"
Espírito da Verdade



P - Já sabemos que João era o “Elias que há de vir”, conforme as Sagradas Escrituras. Mas que diz o Espírito da Verdade sobre a “futura missão” de Elias?
R – Disse o Mestre: “Se quiserdes compreender, João é o Elias que há de vir”. E concluiu, dizendo: “Ouçam os que têm ouvidos de ouvir”, Ele o fez para chamar a atenção, tanto dos homens daquele tempo como dos homens do futuro, para as palavras que acabava de proferir,  AS QUAIS ENCERRAVAM UM SENTIDO OCULTO,  pois o Elias que havia de vir já viera. Sabeis que Jesus tinha a presciência do futuro: TODOS OS SÉCULOS VINDOUROS SE LHE PATENTEAVAM AOS OLHOS.  Essas palavras, portanto, devem, hoje, prender-vos a atenção, tal como sucedeu na época em que foram ditas: CUMPRE QUE CONCLUAM A OBRA TODOS AQUELES QUE A COMEÇARAM. Assim, não acrediteis que, terminada a sua missão terrena, como Precursor do Cristo, João tenha deixado de trabalhar pelo progresso da Terra. Na condição de Espírito, ele continuou a cumprir sua missão. Neste momento, quando se prepara a volta de Jesus ao vosso mundo, escutai a palavra de Elias, que novamente clama aos povos, dizendo: “Arrependei-vos! Aproxima-se a hora do julgamento, e a morte pode surpreender-vos e entregar os Espíritos culpados à expiação na erraticidade e, depois, as penas e angústias da reencarnação! Não vem longe o instante em que a Terra passará pelo cadinho da depuração, em que OS MAUS SERÃO SEPARADOS DOS BONS; O INSTANTE EM QUE OS ESPÍRITOS CULPADOS E REBELDES, VOLUNTARIAMENTE CEGOS, SERÃO DEPORTADOS PARA OS MUNDOS INFERIORES, ONDE TERÃO DE EXPIAR A SUA REBELDIA DURANTE LONGOS SÉCULOS! ORAI E VIGIAI, PARA NÃO SERDES SURPREENDIDOS; PURIFICAI-VOS PORQUE, EMBORA USURPADORES DESEJEM PENETRAR NA MORADA CELESTE, SÓ OS ELEITOS SÃO ALI RECEBIDOS, E TODOS VÓS SOIS DESTINADOS A FIGURAR ENTRE OS ELEITOS, OS QUE TAL SE TORNAREM PELO SEU MERECIMENTO!”  Ouçam os que têm ouvidos de ouvir: Moisés – Elias – João, o Precursor, revive no meio de vós. Sua presença assinala imenso progresso, tanto no terreno espiritual quanto no moral e intelectual-científico. Sua missão é a do AMOR UNIVERSAL, CONSEQUÊNCIA DO NOVO MANDAMENTO QUE O CRISTO VOS LEGOU, HÁ QUASE DOIS MIL ANOS.  Os tempos chegaram, com as clarinadas imortais do Apocalipse! Breve, também tereis na Terra os casos de aparição IDÊNTICOS AO DA APARIÇÃO DE JESUS, ISTO É, POR INCORPORAÇÃO PURAMENTE PERISPIRÍTICA, MEDIANTE O REVESTIMENTO DE UM PERISPÍRITO TANGÍVEL COM A APARÊNCIA DO CORPO HUMANO! COMO VOS DIZ A PALAVRA DE DEUS: O CRISTO VOLTARÁ COM OS SEUS ANJOS!



"A VIOLÊNCIA E O REINO DOS CÉUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Anotamos, no ponto em exame, estas palavras do Mestre: “Desde os dias de João até ao presente, o Reino de Deus sofre violência, e os violentos o arrebatam”. Que sentido dá o Espírito da Verdade a essas palavras profundas?
R – Esta afirmação do Mestre encerrava uma figura, destinada a fazer sentir aos judeus que OS QUE PRETENDIAM SER OS ÚNICOS A ALCANÇAR O REINO DE DEUS ERAM INCAPAZES DE ENTRAR NELE. Tais palavras, repetimos, foram empregadas figuradamente, porquanto o Espírito culpado jamais gozou, nem gozará jamais, da felicidade celeste, ENQUANTO NÃO SE HOUVER TRANSFORMADO, VENCENDO O MAL COM O BEM. E “os violentos o arrebatam”, acrescentava Jesus, porque os escribas e os fariseus entendiam que só eles alcançavam a Paz do Senhor, PRATICANDO OSTENSIVAMENTE A LEI QUE VIOLAVAM COM O CORAÇÃO. Alardeando a posse de todas as graças de Deus, com requintes de hipocrisia, não arrebatavam eles, AOS OLHOS DA MULTIDÃO IGNORANTE, a morada eterna? Na verdade, AOS OLHOS DE DEUS, não havia da parte deles nenhum esforço, nenhuma tentativa, nenhum merecimento para tamanha pretensão. Eram o que são os inquisidores de todos os tempos supostos herdeiros do Cristo e do Cristianismo. Eram o que são os vossos “filósofos”, os vossos “espíritos fortes”, os vossos “crentes” que interiormente em nada creem. CEGAVAM A MASSA POPULAR, CHAMAVAM A SI AS HONRAS E OS PROVEITOS, E AINDA USURPAVAM, À VISTA DAQUELES POBRES CEGOS, A FELICIDADE E A PAZ DO CÉU. Mas continua Jesus: “Pois, até João, todos os profetas e a lei profetizaram”. E ninguém escutou as profecias; ninguém procurou, verdadeiramente, conquistar a morada celeste, MAS TODOS (PELO PENSAMENTO) A USURPARAM. O “Elias que tem de vir” realmente veio: João, o Batista. Os publicanos constituíam a classe dos empregados subalternos que, obedecendo aos chefes da sinagoga, arrecadavam os impostos; desempenhavam, portanto, funções que sempre despertavam a animosidade popular. Eram os mais humildes: receberam com o povo a palavra de João e, por consequência, o batismo de penitência. MAS OS FARISEUS ERAM OS SECTÁRIOS ORGULHOSOS, QUE CUMPRIAM AS MAIS DIFÍCEIS PRESCRIÇÕES DE MOISÉS COM O FIM EXCLUSIVO DE DEMONSTRAR A SUA SUPREMACIA, E, NA SUA “SUPERIORIDADE”, IGNORAVAM QUE JOÃO ERA O PRÓPRIO MOISÉS REENCARNADO, PARA CONTINUAR SUA MISSÃO.  Os doutores da lei eram os que preparavam e punham sobre os ombros de seus irmãos – como advertiu Jesus – os fardos que eles mesmos não ousariam tocar com o dedo. Os escribas e os fariseus, acastelados no seu orgulho, rejeitaram a palavra e o batismo de João, repelindo os desígnios de Deus para com eles próprios, desprezando a ocasião de entrarem no Reino do Céu: o batismo era um emblema ou um símbolo, mas a palavra de João era o meio. Daí a sentença do Redentor: “A lei e os profetas duraram até João; a partir de então, o Reino de Deus é pregado aos homens e cada um lhe faz violência”. Violência inútil, já o sabeis; cada um lhe faz violência (linguagem figurada) no sentido de que NINGUÉM SE APLICA A FAZER O QUE DEVE PARA ALCANÇÁ-LO, COMO AQUELES DE QUEM JESUS FALAVA. AINDA EM VOSSOS DIAS CADA UM DELES TRABALHA POR CRIAR PARA SI MESMO O REINO DA TERRA E FORÇAR O REINO DO CÉU, ISTO É, FAZ DA HIPOCRISIA OU DO ANÁTEMA UM MEIO DE CONQUISTÁ-LO, MAS NENHUM PROCURA PENETRAR NELE, PARA LÁ SE MANTER, DENTRO DA LEI DIVINA.


"JOÃO ESPÍRITO E JOÃO HOMEM"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – No ponto em estudo, Jesus afirma: “Em verdade vos digo que nenhum dos nascidos de ventre de mulher foi maior do que João Batista; entretanto, o menor no Reino do Céu é maior do que ele”. Como o Espírito da Verdade explica esta assertiva do Mestre?
R – Falando desse modo, Jesus procurava impressionar fortemente os homens atrasados a quem se dirigia. Apresentando-lhes João, que tão grande era na Terra, como inferior ao que fosse o menor no Reino dos Céus, intentava desenvolver naqueles homens a aspiração por esse reino e o desejo de alcançá-lo, ouvindo e guardando as palavras do Precursor e as suas próprias palavras, seguindo os caminhos que ambos traçaram: A DIFERENÇA ESTABELECIDA POR JESUS ENTRE JOÃO HOMEM E JOÃO ESPÍRITO DIZIA RESPEITO AOS ENTRAVES DA MATÉRIA. Por mais elevado que seja, o Espírito sofre sempre a influência do corpo que o constrange. Mas, por isso mesmo, o Senhor não se serve de uma só medida, como faz a Humanidade, para julgar dos atos de seus filhos. Quantas vezes o homem anatematiza seu irmão, por faltas derivadas da organização da máquina, E FECHA OS OLHOS ÀS FALTAS GRAVES PROVENIENTES DE DESVIOS DO ESPÍRITO. João humanizado era naturalmente menor do que João Espírito. E Jesus, comparando-o ao menor no Reino dos Céus, queria que o homem compreendesse a DIFERENÇA QUE EXISTE ENTRE O ESPÍRITO LIVRE DE ENTRAVES E O ESPÍRITO APRISIONADO NO CORPO. ALÉM DISSO, AFIRMAVA INDIRETAMENTE (SOB O VÉU QUE SÓ A NOVA REVELAÇÃO PODERIA LEVANTAR) SER SUPERIOR A JOÃO, PORQUE ELE – JESUS – NÃO NASCERA DE VENTRE DE MULHER. E isso constitui a prova definitiva do que ensinamos a respeito da origem do Cristo e da virgindade de Maria Santíssima.
"A MISSÃO DO PRECURSOR DE JESUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur


P – As palavras de Jesus sobre a figura de João, o Batista, são realmente consagradoras. Qual, segundo o Cristo de Deus, a missão do Precursor, na análise do Espírito da Verdade?
R – Antes vamos harmonizar: MATEUS, XI: 7-15, LUCAS, VII: 24-30, e XVI: 16.
MATEUS: 7 – Logo que eles se foram embora, começou Jesus a falar de João, dirigindo-se ao povo nestes termos: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8 – Que é que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Na casa dos reis é que vivem os que se vestem assim. 9 – Que é que, então, fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos digo, e mais que profeta; 10 – porquanto dele é que está escrito: Eis que envio na tua frente o meu anjo, que vai preparar-te o caminho. 11 – Em verdade vos digo: nenhum dos nascidos de ventre de mulher é maior do que João Batista, mas o menor no Reino de Deus é maior do que ele. 12 – Desde os dias de João até o presente, o reino dos céus sofre violência e os violentos os arrebatam; 13 – pois, até João, todos os profetas e a lei profetizaram; e, 14 – se quereis saber, ele é Elias que há de vir. 15 – Ouça quem tiver ouvidos de ouvir.”
LUCAS: 24 – Logo que foram os mensageiros de João, entrou Jesus a falar dele à multidão, dizendo: “Que é que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 25 – Pergunto: que é que fostes ver? Um homem trajando roupas finas? Na casa dos reis é que se encontram os que se vestem magnificamente, e vivem nas suas delícias. 26 – Que é, então, que fostes ver? Um profeta? Sim, certamente, e eu vos digo: mais do que profeta. 27 – Porque de João é que está escrito: Eis que, na tua frente, envio meu anjo, para te preparar o caminho adiante de ti. 28 – E por isso eu vos digo que, dentre os nascidos de mulher, nenhum ainda houve maior do que o Batista; mas aquele que for o menor no Reino de Deus é maior do que ele.” 29 – Todo o povo, e os publicanos que o ouviram, se submeteram aos desígnios de Deus recebendo o batismo de João. 30 – Mas os escribas e os doutores da lei desprezaram os desígnios de Deus para com eles, não se fazendo batizar por João. XVI: 16 – A lei e os profetas duraram até João, desde então, o Reino de Deus é pregado aos homens e cada um lhe faz violência.
Falando de João nesses termos, Jesus dava testemunho da missão que o Precursor viera desempenhar, assim como anunciava A NOVA E FUTURA MISSÃO QUE ELE DESEMPENHARÁ, e lançava a pedra fundamental em que assentaria o edifício da regeneração da Humanidade. A época do aparecimento de Jesus na Terra, sob a forma corporal humana, vos é indicada como sendo a base do progresso que nas ideias se havia de produzir. E elas se elevaram, lentamente, é verdade, mas o bastante para se despojarem do envoltório material que as constringia. E tendem a elevar-se, cada vez mais, para às regiões espirituais. O ACABAMENTO DESSA GRANDE EMPRESA, A CONTINUAÇÃO DA OBRA DE JESUS, EIS A TAREFA QUE NÓS DESEMPENHAMOS, SOB AS VISTAS E A DIREÇÃO DO MESTRE. Referindo-se ao Precursor, disse Jesus à multidão: “Fostes ver um profeta? Sim, e mais do que profeta, porque dele é que está escrito: ENVIO À TUA FRENTE O MEU ANJO, PARA TE PREPARAR O CAMINHO.” Jesus se exprimiu assim porque João, Espírito adiantado, já atingira um grau de elevação mais alto que os dos profetas. Contai os séculos de trabalho e de saber, decorridos depois da existência de Elias, e entendereis que, comparando os profetas, nas diversas épocas em que apareceram, COM ELIAS REENCARNANDO COMO PRECURSOR DO CRISTO, Jesus mostrava a longa trilha de progresso que fora percorrida. Hoje, ELIAS, É MUITO MAIS AINDA QUE O ELIAS DOS HEBREUS. Ao cumprir sua derradeira missão, encerrando sua passagem pela Terra, maior ainda será, não sob o aspecto da austeridade dos costumes e do Espírito, mas sob o aspecto do poder e da ciência. NADA HÁ IMUTÁVEL NA CRIAÇÃO: O PROGRESSO MORAL SÓ PODE PARAR NO SEIO DE DEUS. Ele prossegue sempre, até ao instante em que atinge, aos pés do Eterno, os últimos limites da perfeição moral. QUANTO AO PROGRESSO EM CIÊNCIA UNIVERSAL, ESTE É INDEFINIDO: PARA O ESPÍRITO QUE SE TORNOU PERFEITO, VEM ELE DIRETAMENTE DE DEUS A QUEM, TODAVIA, O ESPÍRITO JAMAIS SE PODERÁ IGUALAR.
"JESUS E OS DISCÍPULOS DE JOÃO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur
P – Dizem os Evangelhos segundo Mateus e Lucas que João enviou dois de seus discípulos a Jesus, para saber se era Ele, realmente, o Cristo anunciado desde Moisés. Como o Espírito da Verdade interpreta essas passagens da Bíblia?

R - As rivalidades, decorrentes das paixões doutrinárias, explicam o fato. Mesmo entre os melhores discípulos do Evangelho, traídos pela paixão de Deus, surgem ciumadas e dissensões perigosas. A fama levara aos discípulos do Batista o rumor dos atos de Jesus. Eles não tinham a certeza de que o Mestre fosse QUEM DEVIA SER. Não se trataria de algum hábil impostor? Foi, portanto, para comprovar a sua identidade que João lhe enviou dois emissários. O Precursor queria que eles se certificassem, com os seus próprios olhos, de que JESUS ERA, REALMENTE, AQUELE CUJA VINDA ELE MESMO ANUNCIARA. Quanto aos chamados “milagres”, que Jesus praticou diante dos discípulos de João Batista, nada precisamos dizer, por ser inútil repetir explicações já divulgadas. O Mestre disse: “O EVANGELHO É PREGADO AOS POBRES”. As palavras “aos pobres” eram ditas mais para aquela época do que para o futuro. Os pobres se viam desprezados, efetivamente abandonados; ninguém se importava com eles. Falando como falou, Jesus tinha em mira ELEVAR AQUELA CLASSE MISERÁVEL, FAZÊ-LA PARTÍCIPE DO PROGRESSO INTELECTUAL HUMANO. Tomadas numa acepção geral, aplicadas a todas as épocas, as palavras “aos pobres” se devem entender como abrangendo TODOS OS QUE, SENTINDO A NECESSIDADE DE SE ENRIQUECEREM COM A PALAVRA DE DEUS, DESEJEM OUVIR DE CORAÇÃO AS VERDADES ETERNAS DO EVANGELHO, COMPLETADAS AGORA PELAS VERDADES FINAIS DO APOCALIPSE. Por isso advertiu o Cristo: “Bem-aventurado aquele que não se houver escandalizado de mim”. Quer dizer: REPELE O MESTRE QUEM REJEITA SEU ENSINAMENTO. Feliz, pois, é aquele que escolhe os seus preceitos e os põe em prática, porque progride e não tem que temer sua repulsa naquele terrível Dia do Senhor.





"REGRESSO DOS SETENTA E DOIS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Na passagem referente a volta dos 72 discípulos, Jesus disse: “Eu via Satanás caindo do céu como relâmpago”. Como explica isso o Espírito da Verdade?
R – Vejamos LUCAS, X: 17-20.
17 – Os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: “Senhor, até os demônios se submetem a nós, em teu nome!” 18 – Jesus lhes disse: “Eu via Satanás caindo do céu como relâmpago. 19 – Vedes que vos dei o poder de esmagar as serpentes, os escorpiões e todo o poder do inimigo; nada vos causará dano. 20 – Contudo, não vos alegreis por estarem os espíritos submetidos a vós; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no céu”.

Dizendo aos discípulos que via Satanás cair do céu qual relâmpago, Jesus lhes falava, como sempre, figuradamente. Toda vez que tentardes combater o mal sob qualquer forma que se apresente, mas tendo em vista O PROGRESSO E O AMOR UNIVERSAL, O MAL SE PRECIPITARÁ NOS ABISMOS INSONDÁVEIS E SUA QUEDA SERVIRÁ PARA VOS ESCLARECER. Sempre que vos aventurardes por uma estrada desconhecida, perigosa e difícil, mas ao fim da qual podeis entrever o bem de vossos irmãos e o progresso da Humanidade, caminhais desassombradamente. Os répteis venenosos, que se ocultam por onde passais, não levantarão as cabeças malfazejas contra vós, nem vos lançarão seus dardos mortíferos. E vós os esmagareis com os pés, e eles se ocultarão envergonhados da derrota. DEUS PROTEGE OS QUE TRABALHAM COM ZELO NA OBRA QUE LHES CONFIOU. Por isso mesmo, não vos orgulheis nunca do que o Senhor permita que façais. Vosso objetivo e vossa única ambição devem constituir em ganhar a recompensa prometida. REJUBILAI-VOS, POIS, SE VIRDES QUE VOSSAS OBRAS VOS AUTORIZAM A ESPERÁ-LA, MAS NÃO TIREIS DAÍ NENHUM MOTIVO DE VAIDADE.  Na verdade, os que andam sinceramente no caminho do Mestre podem rejubilar-se, pois seus nomes ESTÃO ESCRITOS NO CÉU. O Cristo paga sempre ao trabalhador na razão do seu trabalho. Se, portanto, sentirdes que vossas obras são boas, sabeis igualmente que tendes os nomes escritos para o recebimento do salário. Daí a afirmação de Jesus: “Vedes que vos dei o poder de esmagar as serpentes, os escorpiões e todo o poder do inimigo: NADA VOS CAUSARÁ DANO. Contudo não vos alegreis por estarem os obsessores submetidos a vós; alegrai-vos antes POR ESTAREM OS VOSSOS NOMES ESCRITOS NO CÉU”. Cristãos do Novo Mandamento, igual a dos discípulos deve ser a vossa alegria, porque também sois designados para trabalhar na Obra e conseguireis tudo o que tentardes em seu nome, com o fim exclusivo de impulsionar o progresso da Humanidade!
"DIREITO DE VIDA E MORTE SOBRE A ALMA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Disse Jesus aos 72 discípulos: “Aquele que vos escuta a mim me escuta; aquele que vos despreza a mim me despreza; o que me despreza a mim despreza. Aquele que me enviou”. Como o Espírito da Verdade interpreta estas palavras?
R – Estes dizeres se aplicavam AOS APÓSTOLOS E AOS DISCÍPULOS ESCOLHIDOS QUE, UNS E OUTROS, TINHAM A ASSISTÊNCIA E O CONCURSO DO ESPÍRITO SANTO, isto é, dos Espíritos Superiores que constantemente os acompanhavam no desempenho de suas missões e que assim, como ECOS FIÉIS DOS ENSINAMENTOS DO CRISTO, OS REPETIAM E PUNHAM EM PRÁTICA, JUNTANDO DESSE MODO, ENTRE AQUELES A QUEM PREGAVAM, O EXEMPLO À PALAVRA. Entretanto, apoiando-se nessas proposições de Jesus, os homens se arrogaram o direito de vida e de morte sobre as almas: NÃO COMPREENDERAM QUE NÃO SE CONFIA A EXECUÇÃO DA OBRA SENÃO AO OPERÁRIO CAPAZ DE A EXECUTAR, E QUE NÃO BASTA QUE O PAI TENHA SIDO HÁBIL PARA QUE O FILHO O SEJA IGUALMENTE. Enviando os discípulos que escolhera para transmissores de sua palavra, com autoridade para abençoar ou reprovar JESUS NÃO DEU ESSE DIREITO A QUEM QUER QUE ENTENDESSE DE EXERCÊ-LO. Conquanto um gentio pudesse expulsar os demônios em seu nome, ainda assim era preciso que o invocasse seriamente, isto é, com fé viva, humildade, caridade e amor. Disse Jesus aos discípulos: “Ide levar minha palavra a todas as cidades e a todas as povoações; ide pregar a Boa Nova. A Verdade vos pôs nas mãos o seu facho; iluminai com sua luz todas as inteligências. Que a luz se espalhe. Ai dos que se recusarem a vê-la! Em torno deles, mais densas as trevas se farão. Entretanto, não condeneis os que a repelem, mas sacudi a poeira dos vossos pés, isto é, afastai-vos sem deles nada aceitar ou levar, nem mesmo a poeira que vossos passos levantem. Esses serão tratados com mais rigor que os de Sodoma e Gomorra, pois a luz lhes foi mostrada e eles fecharam os olhos; a palavra de paz lhes foi levada e taparam os ouvidos.” OS QUE, APLICANDO A SI MESMOS AS PALAVRAS DO MESTRE, SE INVESTIRAM DO PODER DE LIGAR E DESLIGAR, ESQUECERAM QUE JESUS RECOMENDAVA AOS DISCÍPULOS QUE NÃO SE MUNISSEM DE DUAS TÚNICAS, NEM DE DOIS PARES DE SANDÁLIAS. Nisto, como em tudo, cada um tomou o que lhe convinha, sem se importar com o resto. Dando aquele poder aos Apóstolos e discípulos, o Cristo lhes proibiu, ao mesmo tempo, que cogitassem do bem-estar pessoal, que recebessem coisa alguma em troca de seus ensinamentos e suas preces, que pensassem no exibicionismo de autoridade, sob qualquer aspecto, junto aos poderosos ocasionais do mundo. Como procederam os que interpretaram e aplicaram as palavras de Jesus? Como ousaram, desde o momento em que se tiveram por herdeiros dos poderes que o Mestre conferiu aos que chamou, transgredir suas ordens, ao ponto de passarem a vida no fausto e na voluptuosidade, ligando e desligando do alto de seus tronos mundanos, pregando o desprendimento e a abstinência do seio do luxo e da abundância, lavando os pés de alguns e permitindo que lhes beijem os seus? Para vergonha sua, O HOMEM NÃO COMPREENDE QUE A ÚNICA FORMA DE ERIGIR PARA SI MESMO UM TRONO CONSISTE EM ASSENTÁ-LO NO EXEMPLO DE UMA VIDA AUSTERA E HUMILDE, PRIMANDO POR SEGUIR AS PEGADAS DO CRISTO, POR IMITAR SEUS APÓSTOLOS E DISCÍPULOS, VIVENDO OS ENSINOS DO EVANGELHO DE DEUS. Maior seria o poder desses homens, que se dizem herdeiros dos Apóstolos, mais persuasivas e acuradas seriam as suas palavras, mais obedecidos e respeitados seriam eles se, pelo exemplo, pregassem as virtudes que apenas lhes saem dos lábios rosados, como ironia atirada à face dessas pobres, macilentas e miseráveis criaturas, a quem recomendam o desprendimento das glórias do vosso mundo! Não está, porém, dentro deste quadro a nossa tarefa atual; por isso encerramos, aqui, nossas observações. A cada dia basta o seu labor. As virtudes cristãs, que hão de atrair os homens, virão breve assentar-se, brilhantes e perenes, no cimo da montanha. Mas não esqueçais: SOMENTE OS QUE EM TUDO SE ESFORÇAM POR SEGUIR OS PASSOS DE JESUS, OS QUE IMITAM OS APÓSTOLOS E DISCÍPULOS, OS QUE PRATICAM SINCERAMENTE AS SUAS LIÇÕES SUA DOUTRINA ETERNA, TÊM O DIREITO – SEJAM O QUE FOREM – PADRES OU LEIGOS, JUDEUS OU GENTIOS, DE SE DIZEREM CONTINUADORES DO CRISTO,  aplicando a si mesmos estas palavras: "Aquele que vos escuta a mim me escuta; aquele que vos despreza a mim me despreza; e o que me despreza, despreza o Pai que me enviou”. Os termos do versículo 16 também se aplicam, hoje, a vós outros, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, guiados e inspirados pelos Espíritos do Senhor chamados a divulgar a Nova Revelação, a ensinar o Evangelho e o Apocalipse em Espírito e Verdade. Sede, portanto, os legítimos descendentes e herdeiros dos Apóstolos, caminhando sempre com a BOA VONTADE DE DEUS. Que nenhuma nódoa possa tisnar a túnica alva de que vossas almas se revestiram, para a LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL DE TODA A HUMANIDADE!


"MISSÃO DOS 72 DISCÍPULOS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur


Jesus deu aos setenta e dois discípulos as mesmas instruções que dera aos apóstolos. Tudo já vos foi suficientemente explicado, e não há necessidade de voltarmos a esses pontos. Todavia, algumas passagens precisam de EXPLICAÇÕES ESPECIAIS. “Não saudeis a ninguém pelo caminho”, disse o Cristo aos setenta e dois discípulos. Preciso é tirar da letra o espírito. Com tais palavras, o Mestre lhes recomendava: “Não vos deixeis desviar do caminho que seguis; não pareis. Avançai para a vossa meta, até que a tenhais alcançado”. Vejamos, no versículo 6, as expressões “filhos da paz” e “a vossa paz”. Por “filhos da paz” designava Jesus os que estavam dispostos a enveredar pela nova estrada, em que realmente poderiam adiantar-se nas vias do Senhor. “A nossa paz”, a paz dos discípulos, se deve entender no mesmo sentido. Por essa PAZ se compreendem a fé e os conhecimentos que possuíam, e que para eles voltavam desde que se achassem num meio refratário a aceitá-los. “Permanecei na mesma casa; não passeis de uma casa para outra”. Desta forma, JESUS ACONSELHAVA AOS DISCÍPULOS A PERSEVERANÇA. AS MUDANÇAS COMPROMETERIAM OS RESULTADOS A QUE ELES VISAVAM, E QUE SÓ PERSEVERANDO ALCANÇARIAM. “Comei e bebei do que na casa houver e vos for apresentado; porquanto o operário é digno do seu salário”. Compreendei: OS DISCÍPULOS DAVAM O ALIMENTO DO ESPÍRITO E RECEBIAM, DE OUTROS, O ALIMENTO DO CORPO. Nem só pelo Espírito vive o homem: cumpre-lhe, portanto, prover as necessidades do corpo. MAS OS DISCÍPULOS TINHAM DE SE LIMITAR A SATISFAÇÃO DA NECESSIDADE E DAR GRATUITAMENTE O QUE GRATUITAMENTE HAVIAM RECEBIDO. Longe disso está o que fazem aqueles que, dizendo-se discípulos do Cristo e sucessores dos Apóstolos, mas pretextando que o operário é digno do salário, traficam com as coisas de Deus e recebem dinheiro pelas suas orações; que se esforçam por conseguir o bem-estar material inoperante, o luxo, a voluptuosidade, o fausto; que desse modo vivem à custa de seus irmãos, absorvendo inutilmente a alimentação, o pão cotidiano de inúmeras famílias. TODO AQUELE, QUE REALMENTE QUISER SER DISCÍPULO DO CRISTO, SEJA PADRE OU CHEFE DE FAMÍLIA, TEM DE SE CONTENTAR COM O NECESSÁRIO A SUA MISSÃO; VIVER NO LUXO, NA OSTENTAÇÃO – NUNCA! Possuindo mais do que o necessário, deixa o homem de ser discípulo do Mestre, que deu na Terra a lição e o exemplo da humildade, do desinteresse, do devotamento, da abnegação, da caridade e do amor, que O DISCÍPULO AUTÊNTICO DEVE TER E PRATICAR JUNTO DE SEUS IRMÃOS.
"A RECOMPENSA DO FIEL"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Um ponto que mereceu as atenções do nosso Posto Familiar é o que se refere à recompensa do discípulo fiel, no Evangelho segundo Mateus. Como o Espírito da Verdade explica essas palavras de Jesus?
R – Examinemos MATEUS, X: 40-42 e XI: 1.
40 – “Aquele que vos recebe a mim me recebe; e aquele que me recebe, recebe o Pai que me enviou. 41 – Aquele que recebe o profeta como profeta receberá a recompensa do profeta; aquele que recebe o justo receberá a recompensa do justo. 42 – Todo aquele que der de beber um copo d’água fria a um desses pequeninos, só por ser dos meus discípulos, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.” X:1 – Logo que terminou essas instruções aos seus discípulos, Jesus partiu, para pregar e ensinar nas cidades vizinhas.
O sentido e alcance destas palavras, dirigidas por Jesus, como ensino, aos homens de então e do futuro, podem resumir-se da forma seguinte: AQUELE QUE DEPOSITA SUA FÉ EM DEUS, E PROCEDE TENDO EM VISTA A VIDA ETERNA, OBTERÁ A RECOMPENSA RESERVADA AO FIEL. As palavras do versículo 40 eram endereçadas aos Apóstolos: “Aquele que recebe os vossos ensinamentos recebe os meus, e quem recebe os meus ensinamentos recebe os do Pai, que me enviou.” As palavras do versículo 41 são simbólicas: AQUELE QUE PROCEDE COM LOUVÁVEL INTUITO SERÁ RECOMPENSADO PELA SUA INTENÇÃO, DENTRO DA LEI DE AMOR E CARIDADE. Quanto às do versículo 42, encerram a seguinte lição para todos os homens: “O bem que fizerdes vos será contado no Livro da Vida, POR MENOR IMPORTÂNCIA QUE TENHA O VOSSO ATO, E SEJA QUAL FOR A DOS IRMÃOS QUE TIVERDES SOCORRIDO.” Este versículo, contém o símbolo sagrado do copo d’água fluidificada, em que a Divina Providência, medicando vossas almas, purifica vossos corpos. Pois, na verdade, SE DEUS CRIOU A ÁGUA – E ESTE É O “GRANDE MILAGRE” – QUAL O REMÉDIO QUE ELE NÃO PODE COLOCAR DENTRO DELA? Tudo depende, apenas, do vosso merecimento.



"PENSAR ANTES DE AGIR"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Uma passagem que muito nos preocupa é a do alertamento que Jesus faz aos seus discípulos, como vemos no Evangelho segundo Lucas, XIV: 28-33. Como a interpreta o Espírito da Verdade?
R – Eis a passagem:
LUCAS: 28 – Qual aquele dentre vós que, desejando edificar uma torre, não orça de antemão, com vagar e prudência, a despesa necessária, para saber se tem com que terminá-la, 29 – para não suceder que, por não poder acabá-la depois de lhe haver lançado as fundações, todos os que a vejam escarneçam dele, 30 – dizendo: “Este homem começou a construir, mas não pode acabar”? 31 – Ou qual o rei que, tendo de entrar em guerra contra outro rei, não examina antes,  com vagar e calma, se pode marchar com dez mil homens contra o inimigo que vem ao seu encontro com vinte mil? 32 – Se o não pode fazer, manda embaixadores, quando o inimigo ainda está longe, e lhe apresenta proposta de paz. 33 – Assim, pois, aquele que, dentre vós, não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo.
Interpretemos os versículos 28, 29 e 30: antes de entrar em novo caminho, o homem precisa verificar se terá A ENÉRGICA VONTADE DE PERCORRÊ-LO, pois não é bom que pare depois de haver começado o percurso da estrada do progresso. Uma vez desencarnado, o tempo perdido se lhe patenteia, e amargo será o seu pesar, ao saber da distância que teria percorrido, se houvesse perseverado, o resto que lhe falta percorrer. A INDECISÃO AUMENTA SEMPRE AS DIFICULDADES. Versículos 31 e 32: aquele que não se sentir com a força necessária para levar a cabo GRANDES COISAS, não as empreenda. Que espere e se fortaleça. Pense bem, estude e trabalhe sobre si mesmo, MAS NÃO SE AVENTURE A TENTATIVAS INFRUTÍFERAS. Finalmente, o versículo 33 – Para marchar na via do progresso, da CARIDADE UNIVERSAL, cumpre que o homem se desprenda dos bens materiais, que não se escravize a eles, que os tenha unicamente COMO MEIO DE CONSEGUIR O BEM E O ALÍVIO DE SEUS IRMÃOS. Mas entendei: renunciar ao que se possui não é jogá-lo fora, não é desfazer-se de tudo: É NÃO SE APEGAR AO HAVERES TRANSITÓRIOS, MAS FAZÊ-LOS PROSPERAR COM O BOM EMPREGO QUE LHES POSSA DAR, EM BENEFÍCIO DA HUMANIDADE. Assim age o verdadeiro discípulo do Cristo, a quem foram confiadas riquezas que devem ENRIQUECER SUA ALMA, JAMAIS EMPOBRECER O SEU ESPÍRITO.



"ODIAR PAI E MÃE?"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Muitos se obstinam em não aceitar as palavras de Jesus, no versículo 26 de Lucas, no capítulo em estudo. Pedimos, por isso, uma resposta especial, através do CEU da LBV. Que diz o Espírito da Verdade?
R – Vamos reler: “Aquele que vem a mim, e não odeia a seu pai e a sua mãe, a seus filhos, seus irmãos, suas irmãs, e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Esta expressão NÃO ODEIA,          oriunda de tantas traduções, e tão forte no vosso idioma, não tem – já o dissemos – tamanha energia na língua judaica JESUS LANÇAVA UMA SEMENTE QUE TINHA DE FRUTIFICAR EM SOLO ÁRIDO E INGRATO; PRECISAVA, PORTANTO, QUE FOSSE VIGOROSA, PARA NELE ENTERRAR AS RAÍZES. Acreditais que o Mestre pudesse falar aos homens daquele tempo – sobretudo aos hebreus – a linguagem que hoje falais? Não tenteis vestir num povo a roupa de outro; deixai a cada um o que lhe foi, o que lhe é necessário. Tendes a pretensão  de admirar os autores antigos; admitis a linguagem de que usaram, tão diferente da vossa, sob o pretexto de que estava adequada ao século em que viveram, e  não quereis que seja assim na era em que Jesus apareceu aos homens? E o Mestre não falava a sábios, habituados às elegâncias ou aticismos de linguagem. MAS AO POVO ATRASADO, MATERIAL E ENDURECIDO, A MASSA QUE – PARA SE DECIDIR A COMPREENDER- PRECISAVA OUVIR PALAVRAS ENÉRGICAS E OBSERVAR EXEMPLOS FRISANTES. Não! Por aquelas palavras, Jesus não pretendeu condenar, e não condenou, o amor da família, mas o excesso que em tudo prejudica o homem e, afinal, o transvia. Sim, o homem deve consagrar-se à família, cumprir devotadamente todos os deveres para com ela, MAS NÃO DEVE FAZER DISSO UM CULTO, NÃO DEVE SACRIFICAR AO AMOR QUE CONSAGRA A SEUS PARENTES OS SAGRADOS INTERESSES E A FELICIDADE DE TODOS OS SEUS IRMÃOS EM DEUS: SERIA IMPERDOÁVEL EGOISMO! Jesus, com o coração cheio de amor e devotamento para com todos, empregava as expressões que mais impressionassem seus ouvintes, visando a libertá-los desse egoísmo, fazendo-lhes compreender que – devendo o futuro do Espírito ser O ÚNICO INTERESSE DO HOMEM – desde que um laço humano qualquer o possa desviar do caminho que tem de percorrer, importa que ele se desprenda desse laço. Para finalizar: PARA SER DISCÍPULOS DO CRISTO, JAMAIS SERÁ LÍCITO AO HOMEM, SOB O PRETEXTO DO AMOR AOS SEUS OU PARA CONSERVAR A VIDA HUMANA, PRATICAR UM ATO CONTRÁRIO AO EVANGELHO DO MESTRE, QUE É EXATAMENTE O EVANGELHO DE DEUS.




"PERDER E SALVAR A VIDA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Há pontos que merecem cabal explicação, como esse do perder e salvar a sua vida, no capítulo em exame. Como explica essa passagem o Espírito da Verdade?
R – Vejamos o versículo 37 de Mateus: “Aquele (disse Jesus) que ama a seu pai ou a sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; e aquele que ama a seu filho ou a sua filha mais do que a mim, não é digno de mim”. Não vos é difícil compreender; aquele que, por agradar a seu pai ou à sua mãe, a seu filho ou à sua filha, COMETER UM ATO CONTRÁRIO AOS ENSINOS DE JESUS, NÃO É DIGNO DELE, NÃO PODE SER SEU DISCÍPULO. Jesus personificava e personifica a sua Doutrina Moral e, portanto, a Fé. Como poderia o Cristo, modelo de amor, condenar o amor da família? Certamente, não vos passa tal coisa pela cabeça. O que o Mestre fez foi atacar o abuso. Por mais vivo que seja, O AMOR DA FAMÍLIA JAMAIS DEVERÁ LEVAR O HOMEM A UM ATO CULPOSO. Admitido que haja atos desculpáveis pelo motivo que os determinou, quantos homens não se julgariam absolvidos de qualquer ação má, desde que pudessem acoitar-se por trás do "devotamento à família"? Como lição, Jesus praticava aos olhos dos homens, o Mandamento HONRA A TEU PAI E A TUA MÃE; mas também lhes recordava que, acima de tudo, está o dever a cumprir. Lembrai-vos da resposta que deu à Virgem Maria, quando ela e José voltaram a Jerusalém à sua procura e o acharam no templo, entre os doutores, aos doze anos, Ele colocava o PAI acima do mundo. Examinemos, agora, o versículo 38, também de Mateus: “Aquele que não toma a sua cruz, para me seguir, não é digno de mim, não pode ser meu discípulo”. É muito simples aquele que não aceita com resignação, e mesmo com reconhecimento, as provações de que está cheia a vida humana, não é digno de Jesus, não está capacitado para ser seu discípulo; PORQUE O MESTRE AS ACEITOU, EM BENEFÍCIO DE TODOS, COMO LIÇÃO E EXEMPLO AOS HOMENS, QUANDO NENHUMA LHE CUMPRIA SOFRER! Assim, cada um deve submeter-se às suas provações, em proveito do seu próprio adiantamento espiritual. Analisemos, a seguir, o versículo 39 de Mateus, no mesmo capítulo: “Aquele que quiser salvar sua vida a perderá; mas aquele que perder a sua vida, por minha causa, certamente a salvará”. Estas palavras dirigidas especialmente aos discípulos, eram para eles UMA ADVERTÊNCIA. Tinham por objetivo fazer-lhes entender esta verdade; aquele que falhasse no desempenho da sua missão, por conservar a vida humana, renunciaria ao acabamento da obra: PERDERIA A VIDA ESPIRITUAL, E, AO CONTRÁRIO, AQUELE QUE NÃO RECUASSE DIANTE DA MORTE, E A SOFRESSE PARA LEVAR A CABO A OBRA DO MESTRE, TERIA A VIDA ETERNA. De modo geral, referindo-as a todos os tempos e a todos os homens essas palavras do Cristo exprimem este pensamento: A VIDA DO ESPÍRITO É A ÚNICA EXISTÊNCIA REAL, PORTANTO, SE - DURANTE A ENCARNAÇAO - O ESPÍRITO PRATICA UM ATO CONDENÁVEL, TENDO EM VISTA CONSERVAR O CORPO, PERDERÁ A VIDA ESPIRITUAL, POIS FICA OBRIGADO A RECOMEÇAR SUAS PROVAS EM NOVA ENCARNAÇÃO AQUELE QUE, CONTRARIAMENTE SACRIFICAR O CORPO, QUANDO FOR INEVITÁVEL, PARA NÃO FALIR NAS SUAS PROVAÇÔES, RECEBERÁ NUM MUNDO MELHOR A RECOMPENSA DAS PROVAS BEM SUPORTADAS, GRAÇAS AQUELE SACRIFÍCIO.