"INFERNO E JUÍZO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – No ponto que estudamos, Jesus se refere ao inferno com muita energia, quando censura Cafarnaum. Isso dá origem às concepções infernalistas das religiões humanas, que se dizem baseadas no próprio Cristo! Que nos diz, a respeito, o Espírito da Verdade?


R – Exprimindo-se, relativamente a Cafarnaum, desta maneira “TU QUE TE ELEVASTE ATÉ AO CÉU”, isto é, tu que foste inundada de luz e que, orgulhosa, a rejeitaste, “SUBMERGIRÁS NO INFERNO”, usava o Mestre de linguagem e expressões apropriadas à inteligência de seus ouvintes. Por INFERNO designava, veladamente, as penas que os Espíritos culpados sofrem – primeiro, como seres erráticos e depois reencarnando na Terra ou em mundos inferiores, de expiação e provações. O INFERNO É A CONSCIÊNCIA DO CULPADO E O LUGAR, QUALQUER QUE ESTE SEJA, ONDE EXPIA OS SEUS CRIMES. Não se trata de espaço limitado. O lugar, seja qual for, que o Espírito culpado ocupe, quando na erraticidade, é bem o que ainda chamais – e o Cristo alegoricamente chamava – inferno, pois, em tal lugar, o Espírito se acha preso de contínuas torturas. Também o Espírito encarnado se acha realmente num inferno quando, metido na prisão de carne em mundos inferiores, passa por provações, sofrimentos, torturas morais e físicas; por expiações que constituem a pena secreta da sua encarnação precedente, a pena correspondente ao que lhe cumpre ainda reparar, tendo em vista suas existências anteriores. Jesus também disse “NO DIA DO JUÍZO”, falando dos habitantes de Tiro e de Sidon, de Corazin e de Betsaida, de Cafarnaum e de Sodoma. Foi uma figura, uma comparação de que o Mestre se serviu. Deveis compreender suas palavras do modo seguinte: “Eu vos digo que os habitantes de Corazin e Betsaida serão julgados mais severamente que os de Tiro e de Sidon que, juntamente com os primeiros, se apresentarão ao Juiz Supremo; que os de Cafarnaum serão julgados mais severamente que os de Sodoma, que – com eles- se apresentarão ao supremo Juiz”. Tende sempre em conta o estilo figurado de que usava Jesus, FORÇADO PELAS NECESSIDADES DA ÉPOCA, PELOS PRECONCEITOS RESPEITADOS, PELO ESTADO DAS INTELIGÊNCIAS, PELA CONVENIÊNCIA DE VELAR A VERDADE, até que chegassem os vossos dias, em que o Espírito, mediante o advento da Nova Revelação, seria despojado da letra, a fim de preparar os homens para se tornarem ADORADORES DE DEUS EM ESPÍRITO E VERDADE, PORQUE ESTA É A VONTADE DO CRIADOR.  As palavras “NO DIA DO JUÍZO” não tinham, no pensamento então velado de Jesus, a significação de um JUÍZO FINAL, a que sejam chamados, como o diz a Igreja, TODOS OS QUE MORRERAM DESDE A ORIGEM DOS TEMPOS. Não: os habitantes de Tiro e de Sidon, de Corazin e de Betsaida, de Cafarnaum e de Sodoma, bem como todos os Espíritos culpados que viveram na Terra desde que o homem aí apareceu, passaram, DEPOIS DA MORTE, AO CABO DE CADA EXISTÊNCIA, PELO JULGAMENTO, isto é, pela expiação na erraticidade e, em seguida, pela reencarnação. Dentre os Espíritos culpados das diversas cidades, de que falava Jesus, alguns já terminaram suas provações expiatórias e outros progrediram muito. Poucos chegarão à época da renovação do vosso Planeta sem terem conseguido a satisfação de seus desejos. E aí tendes a prova da inexistência do INFERNO ETERNO, a prova da justiça que se patenteia na Lei da Reencarnação, diante da qual TODOS OS HOMENS SÃO RIGOROSAMENTE IGUAIS.

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