"PELO ESPÍRITO DE DEUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – No capítulo em pauta, disse Jesus: “Mas, se eu expulso os  demônios pelo Espírito de Deus, é que o Reino de Deus veio até vós”. Como explica isso o Espírito da Verdade?
R – A expressão PELO ESPÍRITO DE DEUS, considerada em relação a Jesus, significa – tirado da letra o espírito – A INFLUÊNCIA DIRETA QUE O SENHOR EXERCE SOBRE ELE. Em relação aos homens, deveis compreendê-la como designando os Espíritos purificados que o Senhor vos envia, na qualidade de MEDIANEIROS ENTRE A SUA BOA VONTADE E OS VOSSOS PRÓPRIOS ESPÍRITOS. Deus, o Senhor Onipotente, é – como sabeis – uno, único, indivisível. Eterno, infinito, Ele reina sobre todos os mundos, no Universo sem limites. Para todos os orbes, promulgou a Lei Imutável do Progresso, MAS A CADA UMA DAS MORADAS CELESTES DEU A CONSTITUIÇÃO QUE LHE ERA APROPRIADA. Nem todos os mundos têm de passar pelas mesmas fases. Assim como há Espíritos que nunca faliram, também há orbes que se conservaram sempre fluídicos e outros mais ou menos materiais, de acordo com as necessidades dos Espíritos a cuja habitação se destinam. Quando chegar a hora de vos dizermos o que significam estas palavras do Mestre “HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI”, nós vos daremos – a cerca da natureza dos mundos – explicações que não cabem agora, porque nos fariam sair do círculo em que, presentemente, nos devemos manter. CADA PLANETA TEM UM ESPÍRITO, DE PUREZA PERFEITA, ENCARREGADO DE O DIRIGIR E FAZER PROGREDIR, DEPOIS DE LHE HAVER PRESIDIDO A FORMAÇÃO: EXATAMENTE COMO JESUS COM RELAÇÃO A TERRA. Tais Espíritos são perfeitos em tudo, não só do ponto de vista moral e espiritual, como também com referência ao saber, considerado este em face da obra e da missão que lhes confiou o Criador. Eles estão sempre em relação direta com Deus: podem aproximar-se do Centro da Onipotência. Por intermédio deles é que as vontades do Senhor se transmitem aos grandes Espíritos e destes aos homens, através de seus Anjos da Guarda ou Bons Espíritos, COM A RAPIDEZ DO PENSAMENTO. É deste modo que o Espírito de Deus opera e desce até vós, com grande poder e glória, vencendo o mal com o Bem. Podeis, assim, compreender as palavras de Jesus aos escribas e fariseus: “MAS, SE EU EXPULSO OS DEMÔNIOS PELO ESPÍRITO DE DEUS, É QUE O REINO DE DEUS VEIO ATÉ VÓS”.


"BELZEBU, SATANÁS, DEMÔNIOS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – O próprio Jesus, no Evangelho, se refere a Belzebu, Satanás e demônios. Tomando isso ao pé da letra, as igrejas humanas mantiveram sua crença em tais entidades. Qual a interpretação do Espírito da Verdade?
R – Para que o compreendessem e, sobretudo, o escutassem, Jesus apropriava sua linguagem ao estado das inteligências, às idéias em voga, aos preconceitos e tradições dos homens a quem falava. Por isso é que empregava as expressões Belzebu, Satanás, Diabo, Príncipe dos Demônios, QUE PARA ELE NÃO TINHAM – COMO NÃO DEVEM TER PARA OS HOMENS – MAIS DO QUE UM SENTIDO FIGURADO, servindo para designar os Espíritos maus que, depois de haverem falido na sua origem, permanecem nas sendas do mal, praticando-o contra os homens incautos. Acusado de usar poderes do Espírito das trevas, para realizar as obras admiráveis que operava, Jesus aponta aos escribas e aos fariseus seus próprios filhos hebreus como eles, dotados daquela faculdade, se bem que em grau bastante inferior. De fato, entre os judeus havia alguns homens de escol, Espíritos em missão naquele meio, COMO HÁ SEMPRE EM TODAS AS NAÇÕES, PARA MOSTRAREM O MELHOR NO CENTRO MESMO DO QUE EXISTIA DE PIOR. Havia homens sinceramente piedosos, que de coração obedeciam à Lei de Moisés, tendo em vista servir a Deus. Esses conseguiam, algumas vezes, por meio da prece e da perseverança, afastar os Espíritos malfazejos, que se manifestavam pela obsessão ou pela subjugação. Como já o explicamos, ESSES FILHOS DOS HOMENS SE PURIFICAVAM E ELEVAVAM DE SEUS PAIS, CONSTITUINDO-SE ASSIM OS JUÍZES NATURAIS DESTES ÚLTIMOS. Hoje, vós outros também sois acusados pelos escribas e fariseus, vossos contemporâneos, de agir sob influência diabólica, exatamente como o foi Jesus outrora. Diante do fato, repitamos as palavras do Mestre: “NENHUM REINO DIVIDIDO CONTRA SI MESMO PODERÁ SUBSISTIR”. Podeis pela fé, pela prece, pelo conhecimento do Evangelho e do Apocalipse, esclarecer as consciências, aliviar o sofrimento de vossos irmãos obsidiados, repelir os Espíritos da treva que desejem instalar-se entre vós. Cuidai, pois, de cumprir o Novo Mandamento do Cristo, elevando o pensamento, dominando a carne, para que a nova geração seja preparada para a grande TRANSIÇÃO DO MILÊNIO: CAMINHAI SEM MEDO, PORQUE NÓS MARCHAMOS À VOSSA FRENTE, EM DIREÇÃO AO MESTRE QUE VOLTA!




"SUBJUGADO: CEGO E MUDO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Uma passagem que muito nos impressiona é a do cego e mudo “possesso do demônio”. Como o Espírito da Verdade explica o fato, pelo CEU da LBV?
R – Vamos harmonizar Mateus, XII: 22-28 e Marcos, III: 20-26.
MATEUS: 22 – Apresentaram-lhe, então, um homem cego e mudo, possesso do demônio. Ele o curou, de sorte que o homem começou a ver e a falar. 23 – A multidão, estupefata, perguntava: “Porventura é este o filho de David?” 24 – Os fariseus, porém, ouvindo isto, diziam entre si: “Ele expulsa demônios por Belzebu, príncipe dos demônios”. 25 – Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, falou: “Todo reino que se dividir contra si mesmo será destruído; toda cidade ou casa, dividida contra si mesma, não poderá subsistir. 26 – Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está ele dividido contra si mesmo, como poderá, então, o seu reino subsistir? 27 – Se é por Belzebu que eu expulso os demônios, por quem os expulsam vossos filhos? Estes, por isso mesmo, é que serão os vossos juízes. 28 – Mas, se expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é que o Reino de Deus veio até vós”.
MARCOS: 20 – Entraram em casa e aí se aglomerou tão grande multidão que nem sequer podiam comer. 21 – Ao saberem disso, os parentes de Jesus vieram para se apoderarem dele, dizendo que perdera o juízo. 22 – Os escribas, vindos de Jerusalém, diziam: “Ele está possesso de Belzebu e expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios”. 23 – Jesus, porém tendo-os chamado, lhes dizia por parábolas: “Como pode Satanás expulsar a Satanás? 24 – Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não poderá subsistir. 25 – Se uma casa estiver dividida contra si mesma, desmoronará. 26 – Se, pois, Satanás se rebelar contra si mesmo, estará dividido e terá fim.”
Aquele homem “possesso do demônio” estava subjugado por um mau espírito: estava cego e mudo por efeito da subjugação. O obsessor, lançando-lhe sobre os órgãos da visão e da audição os fluidos de que dispunha, combinando seu perispírito com o do subjugado, lhe paralisara aqueles órgãos e o deixara, por essa forma, privado, momentaneamente, do uso das faculdades de ver e ouvir. JESUS O CUROU PELA AÇÃO DA SUA PODEROSA VONTADE, AFASTANDO O OBSESSOR. POR MEIO DA AÇÃO MAGNÉTICA RESTITUIU AO ESTADO NORMAL, INSTANTANEAMENTE, GRAÇAS AOS FLUIDOS QUE PENETRARAM NO HOMEM, OS ÓRGÃOS SOBRE OS QUAIS ATUAVA O ESPÍRITO MAU. O homem, que se achava cego e mudo por efeito da subjugação, expiava desse modo graves abusos da palavra, anteriormente cometidos e expiava, também, o não ter sabido aproveitar-se da luz que lhe fora concedida. A multidão, presenciando um fato que não conseguia entender nem explicar, tomada de espanto, perguntava: “Porventura é este o filho de David?” É que fora predito que O MAIOR DOS PROFETAS DESCENDERIA DA LINHAGEM DE DAVID, e as interpretações hebraicas consideravam o filho de David como um libertador material. As palavras que Jesus dirigiu aos escribas e aos fariseus e bem assim as que, com relação a ele, proferiram os que eram, no entender dos homens, ou se intitulavam seus parentes, alcançavam tanto o presente quanto o futuro; TINHAM, POIS, UM ALCANCE TANTO EVANGÉLICO QUANTO APOCALÍPTICO. Foram ditas como lição, COMO ENSINO – NECESSÁRIO NAQUELE MOMENTO – AOS APÓSTOLOS E AOS DISCÍPULOS. As épocas se ligam e, quanto mais avançardes, tanto melhor compreendereis a ligação que existe entre o aparecimento de Jesus na Terra e a manifestação universal dos Espíritos. ESTES CONTINUAM, DESENVOLVEM E COMPLETAM A OBRA DE REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE TERRESTRE.



"CANIÇO QUEBRADO, MECHA FUMEGANTE"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur
P – No capítulo em exame, o profeta Isaías se refere ao “caniço já quebrado” e à “mecha ainda fumegante”. Como o Espírito da Verdade explica ambas as expressões, pelo CEU da LBV?
R – O “caniço já quebrado” e a “mecha ainda fumegante” significam OS ESPÍRITOS CULPADOS, NOS QUAIS UMA TENDÊNCIA, POR MUITO FRACA QUE SEJA, HÁ SEMPRE PARA SE MELHORAREM. Jesus “não acabará de quebrar o caniço já quebrado, não apagará a mecha ainda fumegante”, como nunca o fez, porque – tendo todos os Espíritos de alcançar a meta – ele a nenhum culpado repele, até que venha a Justiça, isto é, até que o Espírito, pela expiação, se despoje dos vícios que o tornam impuro ou injusto. ASSIM COMO DAIS AO CRISTO O QUALIFICATIVO DE “JUSTO”, NA SIGNIFICAÇÃO DE “PURO”. AQUI DO MESMO MODO, O TERMO “INJUSTO” É EMPREGADO COMO SINÔNIMO DE “IMPURO”. Sim, como afirma o profeta no Velho Testamento da Bíblia Sagrada, Jesus não acabará de partir o caniço já quebrado, nem apagará a mecha ainda fumegante, enquanto não alcance A VITÓRIA DA JUSTIÇA. Estas últimas palavras significam: enquanto os Espíritos que reencarnaram na Terra não se hajam purificado, seja nesse planeta, ao tempo de sua renovação, seja nos mundos inferiores, para onde serão mandados a expiar suas faltas, durante séculos, os que, naquela época, se conservarem culpados e rebeldes. Sendo certo, porém, que TODOS OS ESPÍRITOS HÃO DE CHEGAR AO FIM PARA O QUAL FORAM CRIADOS POR DEUS, certo é, também, que Jesus não acabará de partir o caniço já quebrado, nem apagará a mecha ainda fumegante. Os que, na hora da renovação da Terra, se conservarem culpados e rebeldes, verão claramente que NO ENDURECIMENTO DE SUAS ALMAS E NA SUA VOLUNTÁRIA CEGUEIRA ESTÁ A CAUSA DE SEREM DEGREDADOS PARA MUNDOS INFERIORES. Então neles se manifestará, sob a ação do terror das expiações cruéis, do pesar e do remorso, uma tendência, por mais tênue que seja, para se melhorarem. E continua Isaías: “Em seu nome depositarão as nações todas as suas esperanças”. Significa esta profecia que TODOS OS POVOS COMPREENDERÃO SER A MORAL DO CRISTO A ÚNICA QUE PODE OBRIGAR OS HOMENS A PROGREDIR, PELA RAZÃO E PELA FÉ, PELA CIÊNCIA E PELA RELIGIÃO AO MESMO TEMPO. A REVELAÇÃO ATUAL INICIA ESTA FASE NOVA, E TODOS CONFIARÃO NA SUA INFLUÊNCIA PARA ATINGIR A PERFEIÇÃO. As palavras de Isaías tinham de se cumprir com relação aos fariseus que conspiravam contra Jesus, porque eles eram “o caniço já quebrado” que o Mestre “não acabaria de quebrar”, e seriam – depois da morte – “a mecha ainda fumegante” que o Redentor não apagaria, porquanto lhes cumpria, como a todos os Espíritos, purificar-se pela expiação, vencendo os vícios (principalmente morais) que os faziam tão injustos. E, para que tal profecia se cumprisse mais depressa, Jesus proibiu aos doentes que o acompanhavam, e foram por ele curados, “que descobrissem”. Fazendo-lhes essa proibição, QUERIA O CRISTO EVITAR QUE AQUELES ESPÍRITOS CULPADOS, EXCITANDO-SE AINDA MAIS, AINDA MAIS CULPADOS SE TORNASSEM, EXPONDO-SE A EXPIAÇÕES MUITO MAIS DURAS.



"O PROFETA E O MESSIAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Realmente, negar o Velho Testamento é o mesmo que rejeitar o Messias anunciado ao mundo desde Moisés. As profecias de Isaías, sobre o Cristo, se confirmaram de maneira fiel e impressionante. Que diz sobre o assunto o Espírito da Verdade?
R – Evidentemente, como declarou o próprio Cristo: O Velho Testamento “não pode falhar”, e não falhou. Vejamos Mateus, XII: 15-21.
15 – Sabendo disso, ele se retirou daquele lugar. Muitos doentes o seguiram e a todos curou, 16 – ordenando-lhes que não o descobrissem, 17 – a fim de se cumprirem as palavras do profeta Isaías: 18 – “Eis aqui o servo que elegi, o meu bem-amado, em quem muito se compraz minha alma! Sobre ele porei meu Espírito, e ele às nações anunciará a justiça. 19 – Não discutirá, não gritará e ninguém lhe ouvirá a voz nas praças públicas. 20 – Não acabará de partir o caniço já quebrado e não apagará a mecha ainda fumegante, enquanto não alcance a vitória da justiça. 21 – Em seu nome depositarão as nações todas as suas esperanças”.
Despindo-se da letra o espírito, facilmente compreensíveis se tornam, não só as palavras de Isaías aos hebreus, com referência ao Cristo, mas também a indicação do cumprimento dessa profecia relativamente aos fariseus que tramavam contra Jesus, estudando os meios de que poderiam lançar mão para liquidá-Lo, inquirindo uns dos outros como contra ele atentariam! Mais ainda: a proibição feita pelo Mestre aos doentes que o haviam acompanhado e que foram curados por ele. JESUS É SERVO E BEM-AMADO DE DEUS, PELA SUA QUALIDADE DE ESPÍRITO PURO E PERFEITO, GRAÇAS AOS SEUS PRÓPRIOS MÉRITOS. POR ISSO É QUE O SENHOR O ELEGEU, QUANDO O FEZ PROTETOR E GOVERNADOR DA TERRA. Nele se compraz, fazendo-O participar do seu poder, da sua justiça e da sua misericórdia, dando-lhe a investidura de vosso Mestre, encarregando-O de presidir à formação do vosso planeta, de o conduzir e guiar, com tudo o que nele existe e se move, com a Humanidade que o habita, pelas vias do progresso físico, moral e intelectual, incumbindo-O de vos levar à perfeição que tereis que atingir. Deus fez e faz que seu Espírito sobre ele pouse, constantemente, comunicando-Lhe diretamente a inspiração. Pelo desempenho da sua missão terrena, Jesus anunciou às nações a justiça, mostrando-lhes a única forma de proceder, segura e reta, que as pode conduzir ao fim colimado. E agora, chegados os tempos, ele anuncia a justiça às nações por intermédio dos Espíritos do Senhor, os quais, em seu nome, desenvolvem e explicam em Espírito e Verdade, sempre à luz do Novo Mandamento, as Revelações que Ele EM PESSOA deu aos homens, embora sob o véu da letra. Esses Espíritos também mostram a todos, novamente, a mesma norma de proceder do Espírito da Verdade, ILUMINANDO O CAMINHO DO PROGRESSO POR ONDE TODAS AS CRIATURAS, TENDO A GUIÁ-LAS A LUZ QUE SE IRRADIA DO FACHO DA VERDADE, POSSA AVANÇAR COM PASSO FIRME, CULTIVANDO A CIÊNCIA, A CARIDADE E O AMOR – SELOS DA ALIANÇA ENTRE A FÉ E A RAZÃO.  Estas palavras do profeta, referentes ao Messias prometido desde Moisés: “Ele não discutirá, não gritará e ninguém lhe ouvirá a voz nas praças públicas”, encerravam alusão ao hábito que tinham os hebreus de se reunirem publicamente, para deliberar sobre assuntos importantes, procurando cada um abafar com a voz a dos seus adversários, para que sua opinião prevalecesse. Jesus não discutiu desse modo, não gritou: ninguém Lhe ouviu ASSIM a voz nas praças públicas. É QUE ELE FALAVA COM AUTORIDADE, NÃO DA MANEIRA POR QUE FALAVAM OS ESCRIBAS E FARISEUS.


"A PRESCIÊNCIA DE DEUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – A alusão à presciência do futuro interessou a todos nós, em nosso Posto Familiar. Poderia o Espírito da Verdade falar, uma vez mais, sobre a presciência de Deus?
R – Diante da presciência de Jesus, como REPRESENTANTE DIRETO DA DIVINA VONTADE, em presença do livre arbítrio do homem, compreendei o que é a presciência de Deus! Deus vê, sabe (como já o explicamos) qual o estado do Espírito; sabe, vê e acompanha as fases de progresso: as fases sucessivas das existências que a Alma tem a percorrer, munida de seu livre arbítrio, usando-o para o Bem ou para o mal, por impulso da sua vontade pessoal ou sob a influência oculta dos bons ou dos maus Espíritos, que ela atrai ou repele conforme à natureza boa ou má de seus sentimentos, de seus pendores e de suas tendências. Essa influência, sob a qual a Alma se acha a todo instante, constitui a TENTAÇÃO A QUE ELA PODE CEDER OU RESISTIR UMA VEZ QUE É SEMPRE LIVRE PARA ESCUTAR OU NÃO AS BOAS INSPIRAÇÕES, DE AS SEGUIR OU NÃO, COMO TAMBÉM É LIVRE PARA ACEITAR OU REPELIR AS MÁS INSPIRAÇÕES.  É sob a ação e os efeitos dessas influências – que o assediam a todo momento – que o Espírito, no pleno gozo do seu livre arbítrio, tem de avançar ou parar, na estrada do progresso. Assim, pois, era sob a ação e os efeitos de tais influências que aos escribas e fariseus, no pleno gozo do seu livre arbítrio, cumpria escutar ou repelir os ensinos de Jesus. Sem dúvida, aqueles escribas e fariseus, que o rodeavam na sinagoga, eram, como Espíritos encarnados, muito empedernidos: por isso mesmo, não aceitariam a luz. Mas nem por isso a luz deixava de ser, para eles, um meio de escaparem a cruéis expiações. Da parte do Senhor nunca há prevenção. Em geral, os Espíritos encarnam procedendo livremente à escolha tanto do meio quanto do gênero das provações. Via de regra, escolhem os meios que lhes são simpáticos. Ora, nos grupos que os fariseus os príncipes dos sacerdotes, os escribas e todos os que exerciam qualquer autoridade, entre os judeus, formavam à volta de Jesus, O ORGULHO REINAVA SOBERANAMENTE E, POR CONSEGUINTE, LHES TAPAVA OS OLHOS E OS OUVIDOS. Mas, Deus, na sua infinita bondade, abria para eles (como abre para todos) uma via nova de purificação. Seus anjos guardiãs faziam por eles o que fazem por todos. ELES, PORÉM, OS REPELIAM POR SUA VONTADE INDEPENDENTE: NO PLENO GOZO DO SEU LIVRE ARBÍTRIO, ACEITAVAM AS MÁS INFLUÊNCIAS, AS INSPIRAÇÕES DOS MAUS ESPÍRITOS!  Em suma: se é certo que nenhum resultado produziu a caridade de Deus, abrindo-lhes nova estrada naquela existência, não menos certo é que essa obra de purificação teria de dar os seus frutos APÓS A MORTE DELES E NAS SUAS EXISTÊNCIAS SEGUINTES.


"A MÃO SECA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – A LBV já nos ensinou como é fácil fazer a Cruzada do Novo Mandamento no Lar. Mas, sem dúvida, essa facilidade decorre das lições do CEU, que nos apresenta o Evangelho sem mistério e “milagres”. Como o Espírito da Verdade interpreta a cura do homem da mão seca?
R – Vamos harmonizar os Evangelhos sinóticos: Mateus, XII: 914, Marcos, III: 1-6 e Lucas, VI: 6-11.
MATEUS: 9 – Então, veio Jesus à sinagoga deles. 10 – Aí se achava um homem que tinha seca uma das mãos. E, para acusarem o Cristo, lhe perguntaram: “É permitido curar em dia de sábado?” 11 – Jesus lhes respondeu: “Qual, dentre vós, tendo uma ovelha e vendo-a cair num fosso em dia de sábado, não procurará tirá-la dali?” 12 – E não vale o homem muito mais do que uma ovelha? Sim é permitido fazer o bem em dia de sábado!” 13 – E disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem a estendeu, e ela ficou sã como a outra. Os fariseus, porém, se reuniram em conluio contra ele, estudando o modo de se vingarem de Jesus.
MARCOS: Jesus entrou de novo na sinagoga. Como, ali, se achasse um homem que tinha seca uma das mãos, 2 – eles ficaram observando, para ver se Jesus o curaria em dia de sábado, a fim de o poderem acusar. 3 – Disse, então, Jesus ao homem que tinha a mão seca: “Vem aqui para o meio”. 4 – E perguntou: “É permitido, em dia de sábado, fazer o bem ou o mal, salvar ou tirar uma vida?” Eles ficaram calados. 5 – Perpassando, então, por eles o olhar, tomado de cólera, em vista da dureza de seus corações, disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem a estendeu, e ela ficou sã. 6 – Os fariseus se retiraram logo e, com os herodianos, fizeram conciliábulo, buscando o meio de o perderem.
LUCAS: 6 – Entrando na sinagoga, em outro sábado, Jesus começou a ensinar. Lá estava um homem cuja mão direita era seca. 7 – Os escribas e os fariseus o observavam para ver se ele curaria em dia de sábado, para o acusarem. 8 – Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse ao homem que tinha a mão seca: “Levanta-te e fica de pé aqui no meio”. O homem se levantou e ficou de pé. 9 – Então, disse Jesus: “É lícito, em dia de sábado, fazer o bem ou o mal, salvar a vida ou tirá-la?” 10 – Depois de olhar para todos, disse ao homem: “Estende a tua mão”. Ele a estendeu, e ela ficou sã. 11 – Cheios de furor, os escribas e os fariseus perguntavam uns aos outros, o que fariam a Jesus.
Nenhuma explicação reclama o que, nestes versículos, se refere ao sábado e ao emprego que o homem pode e lhe deve dar: já dissemos o que tínhamos a dizer a esse respeito. Quanto a cura que o Mestre operou na sinagoga tratava-se de uma paralisia que atacara a mão direita do homem de quem se fala. Nas traduções se lê “mão seca, mão árida”; entretanto, de acordo com o texto original, corretamente interpretado, o caso era de MÃO PARALÍTICA. Já por duas vezes explicamos as curas de paralisia feitas pelo Cristo. A mão paralítica, a que aludem os versículos de hoje, se tornou sã, como a outra, por ato da vontade do Mestre, que dirigiu, mediante a ação magnética do olhar – para a mão doente e para o organismo do homem – os fluidos fortificantes. NÃO TENDES VISTO O MAGNETISMO OPERANDO PELO OLHAR? Relativamente aos escribas e fariseus, nas traduções do Evangelho segundo Marcos, se diz que JESUS OS OLHOU TOMADO DE CÓLERA EM VISTA DA DUREZA DE SEUS CORAÇÕES. Meras palavras humanas! Não confundais nunca, nas narrações evangélicas, O QUE REPRODUZ AS IMPRESSÕES, AS IDÉIAS, A OPINIÃO, AS APRECIAÇÕES DOS QUE CERCAVAM JESUS, DAQUELES A QUEM ELE FALAVA, COM AS PRÓPRIAS PALAVRAS PENSAMENTOS E ATOS DE JESUS. A CÓLERA JAMAIS ENTROU NO CORAÇÃO DELE!  A palavra do texto original, bem interpretada, pode ser tomada nas acepções de cólera e de indignação: nesta última, e não naquela, é que deve ser entendida. Os judeus não cessavam de falar na cólera do Todo-Poderoso a cair sobre o culpado. COMO ADMITIR QUE DEUS E O CRISTO, REPROVANDO A CÓLERA NO HOMEM, DELA FOSSEM PASSÍVEIS? Jesus pareceu encolerizado diante doa homens que o cercavam, indignado por ver que os escribas e fariseus resistiam voluntariamente aos esforços que ele empregava para os conduzir ao bom caminho. Sofria, realmente, vendo que OS ESPÍRITOS CULPADOS, A QUEM TRAZIA A LUZ DA VERDADE, FECHAVAM OS OLHOS PARA REJEITÁ-LA. Vossos Anjos da Guarda não se afligem com o vosso endurecimento de coração? E os escribas e fariseus não tinham o livre arbítrio? Não vos admireis, portanto, de que Jesus sofresse ante a maldade consciente deles, embora tivesse A PRESCIÊNCIA DO FUTURO.