"A MÃO SECA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – A LBV já nos ensinou como é fácil fazer a Cruzada do Novo Mandamento no Lar. Mas, sem dúvida, essa facilidade decorre das lições do CEU, que nos apresenta o Evangelho sem mistério e “milagres”. Como o Espírito da Verdade interpreta a cura do homem da mão seca?
R – Vamos harmonizar os Evangelhos sinóticos: Mateus, XII: 914, Marcos, III: 1-6 e Lucas, VI: 6-11.
MATEUS: 9 – Então, veio Jesus à sinagoga deles. 10 – Aí se achava um homem que tinha seca uma das mãos. E, para acusarem o Cristo, lhe perguntaram: “É permitido curar em dia de sábado?” 11 – Jesus lhes respondeu: “Qual, dentre vós, tendo uma ovelha e vendo-a cair num fosso em dia de sábado, não procurará tirá-la dali?” 12 – E não vale o homem muito mais do que uma ovelha? Sim é permitido fazer o bem em dia de sábado!” 13 – E disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem a estendeu, e ela ficou sã como a outra. Os fariseus, porém, se reuniram em conluio contra ele, estudando o modo de se vingarem de Jesus.
MARCOS: Jesus entrou de novo na sinagoga. Como, ali, se achasse um homem que tinha seca uma das mãos, 2 – eles ficaram observando, para ver se Jesus o curaria em dia de sábado, a fim de o poderem acusar. 3 – Disse, então, Jesus ao homem que tinha a mão seca: “Vem aqui para o meio”. 4 – E perguntou: “É permitido, em dia de sábado, fazer o bem ou o mal, salvar ou tirar uma vida?” Eles ficaram calados. 5 – Perpassando, então, por eles o olhar, tomado de cólera, em vista da dureza de seus corações, disse ao homem: “Estende a tua mão”. O homem a estendeu, e ela ficou sã. 6 – Os fariseus se retiraram logo e, com os herodianos, fizeram conciliábulo, buscando o meio de o perderem.
LUCAS: 6 – Entrando na sinagoga, em outro sábado, Jesus começou a ensinar. Lá estava um homem cuja mão direita era seca. 7 – Os escribas e os fariseus o observavam para ver se ele curaria em dia de sábado, para o acusarem. 8 – Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse ao homem que tinha a mão seca: “Levanta-te e fica de pé aqui no meio”. O homem se levantou e ficou de pé. 9 – Então, disse Jesus: “É lícito, em dia de sábado, fazer o bem ou o mal, salvar a vida ou tirá-la?” 10 – Depois de olhar para todos, disse ao homem: “Estende a tua mão”. Ele a estendeu, e ela ficou sã. 11 – Cheios de furor, os escribas e os fariseus perguntavam uns aos outros, o que fariam a Jesus.
Nenhuma explicação reclama o que, nestes versículos, se refere ao sábado e ao emprego que o homem pode e lhe deve dar: já dissemos o que tínhamos a dizer a esse respeito. Quanto a cura que o Mestre operou na sinagoga tratava-se de uma paralisia que atacara a mão direita do homem de quem se fala. Nas traduções se lê “mão seca, mão árida”; entretanto, de acordo com o texto original, corretamente interpretado, o caso era de MÃO PARALÍTICA. Já por duas vezes explicamos as curas de paralisia feitas pelo Cristo. A mão paralítica, a que aludem os versículos de hoje, se tornou sã, como a outra, por ato da vontade do Mestre, que dirigiu, mediante a ação magnética do olhar – para a mão doente e para o organismo do homem – os fluidos fortificantes. NÃO TENDES VISTO O MAGNETISMO OPERANDO PELO OLHAR? Relativamente aos escribas e fariseus, nas traduções do Evangelho segundo Marcos, se diz que JESUS OS OLHOU TOMADO DE CÓLERA EM VISTA DA DUREZA DE SEUS CORAÇÕES. Meras palavras humanas! Não confundais nunca, nas narrações evangélicas, O QUE REPRODUZ AS IMPRESSÕES, AS IDÉIAS, A OPINIÃO, AS APRECIAÇÕES DOS QUE CERCAVAM JESUS, DAQUELES A QUEM ELE FALAVA, COM AS PRÓPRIAS PALAVRAS PENSAMENTOS E ATOS DE JESUS. A CÓLERA JAMAIS ENTROU NO CORAÇÃO DELE!  A palavra do texto original, bem interpretada, pode ser tomada nas acepções de cólera e de indignação: nesta última, e não naquela, é que deve ser entendida. Os judeus não cessavam de falar na cólera do Todo-Poderoso a cair sobre o culpado. COMO ADMITIR QUE DEUS E O CRISTO, REPROVANDO A CÓLERA NO HOMEM, DELA FOSSEM PASSÍVEIS? Jesus pareceu encolerizado diante doa homens que o cercavam, indignado por ver que os escribas e fariseus resistiam voluntariamente aos esforços que ele empregava para os conduzir ao bom caminho. Sofria, realmente, vendo que OS ESPÍRITOS CULPADOS, A QUEM TRAZIA A LUZ DA VERDADE, FECHAVAM OS OLHOS PARA REJEITÁ-LA. Vossos Anjos da Guarda não se afligem com o vosso endurecimento de coração? E os escribas e fariseus não tinham o livre arbítrio? Não vos admireis, portanto, de que Jesus sofresse ante a maldade consciente deles, embora tivesse A PRESCIÊNCIA DO FUTURO.


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