"AS TENTAÇÕES E OS DESERTORES"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Todos estão maravilhados com a explicação da parábola do semeador. Querem, agora, a parte final, que se refere aos que desertam e aos que perseveram. Poderia instruí-los, a respeito, o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?

R – É o que lemos no Evangelho segundo Mateus versículos 20 e 21, segundo Marcos 16 e 17: Lucas 13. Disse Jesus: “O que sucede à semente que cai em terreno pedregoso, onde há pouca terra, é o que se dá com aquele que ouve a palavra e a recebe com mostras de alegria, no primeiro momento; não tendo ela, porém, raízes em seus corações, estes só creem por pouco tempo, sobrevindo as tentações, retrocedem e, em chegando as tribulações e perseguições, logo se escandalizam”. Os que, sobrevindo as tentações, se afastam, recuam e desertam, são os que cedem desde que se lhes apresente ocasião de reincidirem nos seus antigos transviamentos, tornando-se rebeldes e surdos à Palavra de Deus, deixando-se levar de novo pela corrente de seus erros e faltas, influenciados pelos maus Espíritos, QUE SEUS MAUS PENDORES ATRAEM E AOS QUAIS NÃO SABEM RESISTIR. Os que logo se escandalizam, quando chegam às perseguições e tribulações por causa da Palavra, são os que, baldos de energia, se impressionam ou amedrontam e, finalmente, desertam. Ora, com relação aos Apóstolos, Jesus aludia às tribulações e perseguições morais e físicas. Com relação a vós outros, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, AS TRIBULAÇÕES E PERSEGUIÇÕES SÃO PRINCIPALMENTE DE ORDEM MORAL, A COMEÇAR PELA CAMPANHA DE RIDÍCULO. Tais perseguições e tribulações são, ainda, os mil obstáculos que se vos opõem, e se vos oporão, por mais algum tempo. Vem próximo o momento das contrariedades sérias para a Humanidade. As Igrejas humanas e seus sectários se elevarão como barreira, para vos deterem a marcha! Barreira que será tanto mais temível quanto parecerá que some à vossa aproximação, para logo adiante se erguer ainda mais ameaçadora. Vãos, porém serão os seus esforços! CONTRA ELAS MESMAS SE VOLTARÁ O RIDÍCULO DE QUE FAZEM ARMA PARA VOS COMBATER, SOBRE ELAS RECAIRÁ O ANÁTEMA QUE LANÇARÃO CONTRA VÓS, BREVE ESTÁ O DIA EM QUE AS VEREIS – HUMILHADAS ANTE A INUTILIDADE DOS SEUS ESFORÇOS – ABRIR-VOS AS PORTAS E PEDIR-VOS A LUZ QUE HOJE TENTAM ABAFAR EM TREVAS! É destas pequenas oposições que se amedrontam os que como aqueles mornos do Apocalipse, não ousam afrontar a opinião pública, quando a sentem contrária, e fraquejam na guerra de família que se vem travando – e cada vez mais feroz se travará – e que nos faz dizer-vos como Jesus: - Não vos trazemos a paz, e sim a divisão. Não se tornem pedra de escândalo, portanto, os que se encontram às voltas com essas oposições domésticas! E não abandonem a pugna, se não querem perder a parada! PARA VÓS, A PARADA É A PAZ, É O PROGRESSO, É UM ADEUS DEFINITIVO AS MISÉRIAS DO VOSSO MUNDO. Por isso mesmo, não abandoneis a luta! Oponde a Boa Vontade aos ataques íntimos; a razão, a firmeza e a dignidade aos ataques exteriores! Tende por divisa: paciência e resignação ante os desígnios de Deus! Sustentados pela Fé, vencereis todos os obstáculos que vos criem as forças das trevas. Sob os vossos passos eles se desmancharão como montículos de areia. CORAGEM, IRMÃOS BEM AMADOS! E NÃO VOS ESCANDALIZEIS, POIS NÃO TENDES O DIREITO DE DESERTAR!
"A PALAVRA DO REINO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Nossas atenções se voltam, agora, para o Evangelho segundo Mateus, versículos 16 e 17, e segundo Lucas, 23 e 24. Também nos interessa muito a explicação dos versículos 18 e 19 de Mateus, 15 de Marcos e 12 do capítulo VIII de Lucas. Como os interpreta o Espírito da Verdade, pelo CEU da LBV?

R – Disse Jesus. “Bem-aventurados os vossos olhos porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem! Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram: ouvir que hoje ouvis e não ouviram!” Dizendo tais palavras, Jesus aludia ao Espírito encarnado. OS PROFETAS E OS JUSTOS DE QUEM ELE FALA PREVIAM A VINDA DO CRISTO: FELIZES TERIAM SIDO SE ELA SE HOUVESSE VERIFICADO DURANTE O TEMPO DA ENCARNAÇÃO DE TODOS ELES. E prossegue o Mestre na parábola do semeador: “O caminho a cuja margem a semente caiu são aqueles que ouvem a Palavra do Reino e não compreendem, que a escutam e de cujo coração – mal a têm escutado – satanás a vem arrancar, pelo temor de que esses, crendo, se salvem”. “A Palavra do Reino" significa: os ensinamentos dados pelo Cristo, para que os homens aprendessem a merecer o reino do céu. Embora não fosse o próprio Deus, ele podia dizer que personificava A PALAVRA DO REINO, por ser de Deus o órgão que se fizera carne (no entender dos homens, que o julgavam encarnado, como eles, num invólucro corporal humano), mas que, na realidade, se fizera carne ENCARNANDO APENAS NUM PERISPÍRITO TANGÍVEL, NUM CORPO PERISPIRÍTICO INCORRUPTÍVEL. Quanto às expressões Satanás, Diabo, Maligno, sinônimas como sabeis, eram empregadas para exprimir a mesma coisa: designam figuradamente, de modo emblemático ou simbólico, os Espíritos maus, Espíritos de erro e de mentira, espíritos inferiores, impuros, levianos ou perversos. Falando do Maligno, que arranca do coração do homem, a Palavra do Reino PELO TEMOR DE QUE, ACREDITANDO, O HOMEM SE SALVE, referia-se o Mestre aos espíritos maus que se congregam em torno dos que não lhes resistem e procuram impedi-los de sair da situação precária em que se encontram. A crença humana em Satanás, ou Diabo, com seu inferno eterno, se originou da necessidade de materializar os símbolos a fim de os tornar perceptíveis à matéria; foi um freio, um meio de infundir terror (às vezes, salutar), durante os séculos que se seguiram à ascensão do Cristo. COMO IMPEDIR QUE O HOMEM MODIFIQUE A VERDADE AO SABOR DE SUAS CONVENIÊNCIAS E NECESSIDADES? COMO IMPEDIR QUE O HOMEM EXPLORE O HOMEM? COMO IMPEDIR QUE O INTELIGENTE DOMINE O SIMPLÓRIO, QUE O FORTE ESMAGUE O FRACO E QUE, PARA CONSEGUI-LO EMPREGUE TODOS OS MEIOS AO SEU ALCANCE? Qual o freio mais próprio do que o temor, para ser usado naquela época de ignorância e de barbárie, em que teve início o reinado de Lúcifer? Esse temor era o meio de que lançava mão a igreja humana, tanto contra o forte quanto contra o fraco; era um jugo que se aplicava igualmente a todas as frontes para domar todas as naturezas. Não reproveis com excesso: o que na Antiguidade , se passou com os hebreus de dura cerviz (e depois convosco) tinha de ser assim. Impotentes teriam sido, então, a Lei de Amor e Caridade que hoje vos pregamos, a Lei da Reencarnação, natural e imutável, que vos revelamos sem véu, em seu princípio e nas suas consequências; leis que – pela reparação, pela expiação e pelo progresso – vos mostram o caminho que tendes de percorrer para entrardes, purificados no Reino do Céu. AO FOGO DAS PAIXÕES HUMANAS FOI PRECISO CONTRAPOR UM FOGO AINDA MAIS ARDENTE, CAPAZ DE ABALAR AQUELES HOMENS DE CORAÇÃO EMPEDERNIDO, OS QUAIS, SEM ISSO, SE TERIAM ESTRANGULADO UNS AOS OUTROS DESAPIEDADAMENTE!  O que se deu, portanto, tinha de se dar. A fonte era boa, mas o homem se turvou, e o lodo das paixões humanas continuou a escurecê-la. Hoje, pela Nova Revelação, restituímos ao manancial a sua limpidez de outrora; e a fonte da vida, em vez de se despenhar sobre pedras que seriam arrastadas pela torrente, vai deslizar tranquila e clara por sobre dourado saibro que lhe formará o leito. Nada mais dos vãos temores, todavia úteis naqueles bárbaros tempos! A Unificação das Revelações do Cristo de Deus proclama: - Abaixo a exploração do homem pelo homem! O ignorante deixará de ser presa do instruído, porque a Verdade tem de se universalizar. O forte não mais esmagará o fraco, porque a força do primeiro não servirá senão para amparar o segundo. O poderoso não pisará mais a fronte do pequenino, porque, ao contrário, se abaixará – cheio de solicitude – para tomar o outro nos braços e ajudá-lo a erguer a cabeça para o céu! CADA SÉCULO TEM TIDO SUAS CRIAÇÕES, DESTINADAS TODAS AO PROGRESSO DA HUMANIDADE.
"QUEM PARA – RECUA E CAI"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – A explicação dos versículos de Mateus, Marcos e Lucas, no ponto em exame, a todos satisfez plenamente. Agora, eles perguntam ao Espírito da Verdade – como reagiram os Apóstolos?

R – Os Apóstolos ficaram surpreendidos ante aquela linguagem velada, que se lhes afigurava confusa e procuraram a explicação do fato. A Jesus, porém, não era dado patentear-lhes o motivo porque assim procedia, UMA VEZ QUE, TENDO TAMBÉM ELES DE SER INSTRUMENTOS DA OBRA DE REGENERAÇÃO, SÓ RECEBIAM O QUE PODIAM E DEVIAM SUPORTAR NO MOMENTO, PARA O BOM ÊXITO DA MESMA OBRA REDENTORA, MEDIANTE O DESEMPENHO DE SUAS MISSÕES, NO MEIO QUE LHES ESTAVA PREPARADO. Assim sendo, Jesus lhes deu uma razão capaz de satisfazê-los, de os mover à piedade para com os que ele, intencionalmente, deixava na obscuridade da parábola, e de lhes insuflar o mais ardente amor e o mais vivo reconhecimento para com aqueles que os escolhera, a fim de os iniciar nos “mistérios do Reino de Deus”. É evidente que QUEM VIERA PARA ENSINAR AOS HOMENS A EXPIAÇÃO DE SUAS FALTAS, DIANTE DA LEI DIVINA, NÃO IRIA VOLUNTARIAMENTE OBSTAR A QUE OS CULPADOS OBTIVESSEM O PERDÃO DE SEUS PECADOS MAS, ONDE NÃO HOUVER ARREPENDIMENTO, NÃO PODE HAVER REMISSÃO DE FALTAS. O Mestre, prevendo as recaídas, evitara incorressem nas faltas mais graves os que, num ímpeto ardoroso e irrefletido entrassem pelo novo caminho que se lhes abria. De fato, esses – embora aos olhos dos homens parecessem merecer a remissão de seus pecados – em faltas mais graves incorreriam porque – NÃO TENDO CONSISTÊNCIA NEM FUNDO A SUA NOVA CRENÇA – de pronto cairiam em estado pior que o precedente, tornando-se merecedores de mais severo castigo. Entendei, portanto: Jesus cuidava de lhes poupar mais duras reprimendas. Com a sua caridosa previdência, poupava aos rebeldes as probabilidades de queda e, aos ingratos empedernidos, ensejo de praticarem novas ingratidões. Como podeis imaginar, os “milagres” que o Cristo operava nos doentes exerciam grande influência nos Espíritos. Muitos, porém, dos que no momento ficavam impressionados se apegavam apenas ao ato material; e, assim como os homens pouco reconhecidos se mostram ao hábil cirurgião que os livrou de um mal perigoso, TAMBÉM OS DOENTES CURADOS PELO MÉDICO DAS ALMAS DEPRESSA ESQUECEU OS SOCORROS MORAIS E MATERIAIS QUE DELE RECEBIAM. Jesus, por isso, evitava os “milagres” e usava de linguagem velada, sempre que falava onde sabia que suas palavras e seus atos não dariam frutos, tal a esterilidade da terra, capaz unicamente de produzir flores efêmeras. Espiritualmente, acontece a mesma coisa. O Espírito encarnado que contorna a luz, sem procurar aproximar-se dela, será punido apenas pela sua indiferença. Mas aquele que, ATRAÍDO PELO CLARÃO DA VERDADE, COMEÇA A SE ESCLARECER E DEPOIS FECHA OS OLHOS E RECUA, TERÁ DE EXPIAR A SUA INCONSTÂNCIA E A TRAIÇÃO QUE PRATICOU CONTRA SI MESMO. Não é que o Senhor lhe faça cair sobre a cabeça, especialmente, o peso da sua Justiça. Ele expiará pelos remorsos, pela incessante visão do Bem que teria feito, do progresso que teria realizado, os quais brilharão sempre aos seus olhos, como a presa que foge no momento em que vai ser agarrada. Já o dissemos e agora repetimos: A NINGUÉM É LÍCITO RECUAR, UMA VEZ QUE ENTRASTES NO CAMINHO CERTO – O CRISTIANISMO DO CRISTO – TENDES DE AVANÇAR CONSTANTEMENTE, ESTENDENDO AS MÃOS PARA A DIREITA E PARA A ESQUERDA, A FIM DE LEVARDES CONVOSCO AQUELES QUE NÃO POSSAM IR SOZINHOS, ASSIM PROCEDEI COM REFLEXÃO E PRUDÊNCIA, DIZENDO SEMPRE AOS QUE DESEJEM SEGUIR-VOS – TEMOS DE CAMINHAR SEMPRE PARA FRENTE; QUEM PARA – RECUA, E QUEM RECUA – CAI!




"MUITOS OS CHAMADOS, POUCOS OS ESCOLHIDOS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – O capítulo em estudo empolga a todos os componentes da nossa Cruzada do Novo Mandamento no Lar. Querem saber o verdadeiro sentido destes versículos: Mateus, 13, 14 e 15; Marcos, 12 e 22, Lucas, 10. Como os interpreta, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Vamos reler esses versículos: “Eis porque lhes falo por parábolas; é que, vendo, eles não veem; ouvindo, não ouvem nem compreendem. Com relação a eles se cumpriu esta profecia de Isaías: “escutareis com os ouvidos e não entendereis; olhareis com os olhos e não vereis”. O coração deste povo se embotou, os ouvidos se lhe tornaram surdos e os olhos se lhe fecharam, para que não veja com os olhos, não ouça com os ouvidos, não compreenda com o coração e, não se convertendo não seja curado por mim”. (Evangelho segundo Mateus, 13, 14 e 15). Mas, para os que são de fora, tudo se faz por parábola, a fim de que, vendo, não vejam; ouvindo não ouçam nem compreendam; para que não se convertam e os pecados lhe sejam perdoados. (Evangelho segundo Marcos, 12 e 22). Mas, aos outros, só por parábolas se lhes fala do reino de Deus, a fim de que, tendo olhos não vejam e, tendo ouvidos, não compreendam. (Evangelho segundo Lucas, 10) – A interpretação dessas palavras de Jesus, foi falseada pela significação dos vossos vocábulos, bem como pelas traduções e repetições. Vamos dar-vos, sem a menor incerteza quanto a inteligência dos textos, O PENSAMENTO DO MESTRE E O SENTIDO DAS SUAS PROPOSIÇÕES. Repetindo-o, dizemos: “Ouça quem tiver ouvido de ouvir!” Ora, suas afirmações, compreendidas EM ESPÍRITO E VERDADE, À LUZ DO NOVO MANDAMENTO, não poderiam desmentir – como não desmentem – os atos de toda a sua vida, toda por humana pelos homens. Para o Cristo, pastor das almas transviadas, os homens daquela época se assemelhavam a frutos verdes que, expostos aos raios de um sol demasiado, ardente, secam – em vez de amadurecer – razão por que o pomareiro trata de abrigá-los dos ardores solares, a fim de que tenham tempo de desenvolver-se. Chegados ao ponto de maturação, o sol – a que, com arte, foram subtraídos acabará de dourá-los com seus raios benéficos. MUITOS SÃO OS CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS, disse Jesus, mas nunca no sentido que deu a essas palavras a igreja humana, isto é, NÃO NO SENTIDO DE QUE O MESTRE ATRAIU TODOS OS HOMENS PARA JUNTO DE SI, COM O FIM DE ESCOLHER UM PEQUENO NÚMERO DELES E DEIXAR QUE OS RESTANTES, EM GRANDES MASSAS, FOSSEM LEVADOS PARA ESSAS REGIÕES ONDE SÓ SE OUVEM PRANTO E RANGER DE DENTES! Ao contrário, os homens, frutos verdes e duros, se aproximavam do sol benfazejo, que os havia de madurar e desenvolver e que para consegui-lo – atenuava o seu brilho e o seu calor. Porventura falais a uma criança como falais a um homem? Podeis explicar à criança as questões morais e filosóficas que lhe fareis compreender ao chegar aos vinte anos? Evidentemente, não. À criança falais de modo apropriado à sua inteligência que desponta deixando-lhe, contudo, entrever que mais tarde – lhe direis muitas outras coisas, fazendo-lhe ver que a sua pouca idade a torna incapaz de apreender um raciocínio. SERÁ QUE PROCEDEIS ASSIM COM O PROPÓSITO DE LHE RETARDAR O DESENVOLVIMENTO? Será porque, uma vez homem, este seja incapaz de se instruir e compreender? Claro que não. É que o fruto está verde e por isso o protegeis da luz e do calor, temendo que o excesso destes dois princípios benéficos, atuando muito cedo, o esmole em vez de o fortificar. JESUS, QUE ERA A BONDADE POR EXCELÊNCIA, NÃO PODIA – BEM O PODEIS COMPREENDER – PRIVAR VOLUNTARIAMENTE AS CRIATURAS HUMANAS DA SALVAÇÃO QUE ELE MESMO LHES TRAZIA! Pelo contrário, para não arrasta-las à prática de faltas, deixava sempre aos Espíritos indolentes o recurso de não lhe compreenderem as palavras. Assim, as que constam dos versículos acima – no Evangelho segundo Mateus, Marcos e Lucas – NÃO DEVEM SER ENCARADAS SENÃO COMO FORMA DE FALAR ÀS INTELIGÊNCIAS DOS HOMENS DAQUELE TEMPO.



"AO QUE TEM E AO QUE NÃO TEM"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Muito nos interessa entender o sentido destas palavras de Jesus, completando a parábola do semeador: “ Ao que tem mais ainda se dará, em toda a plenitude”. Pelo CEU da LBV pode o Espírito da Verdade transmitir o ensinamento do Cristo de Deus?
R – Sabendo, como sabeis, que o Espírito – ao revestir um invólucro de carne, em vosso mundo – trás consigo o tesouro que pôde acumular nas suas vidas anteriores facilmente compreendereis que ESSE TESOURO MAIS DEPRESSA AUMENTARÁ QUANTO MAIS SÓLIDAS FOREM AS BASES SOBRE AS QUAIS SE CONSTITUI. Aquele que nasce, com o desejo ardente de rapidamente progredir, tudo fará para o conseguir: a luz lhe será tanto mais abundante quanto maior seja o ardor com que deseje vê-la. Por isso, repetimos: MUITO SERÁ DADO AO QUE JÁ TEM, E ELE FICARÁ NA ABUNDÂNCIA: ISTO É, AQUELE QUE QUER PROGREDIR, E SE ESFORÇA POR CONSEGUI-LO, RECEBERÁ AMPARO DE TODOS OS LADOS. “Mas ao que não tem – adverte Jesus – até mesmo o que tem lhe será tirado” (Mateus, 12, Marcos, 25). “E ao que não tem se tirará até mesmo o que ele julgue ter” (Lucas, 18). Estas palavras do Mestre precisam ser entendidas segundo o espírito, jamais segundo a letra. Por isso é que Jesus disse, ao se dirigir aos discípulos e à multidão: “ouça quem tiver ouvidos de ouvir”. O fim com que foram proferidas era tornar mais frisante, para as inteligências humanas, o pensamento de quem as pronunciava. Jesus se exprimiu assim para dar mais força à imagem. Todo espírito encarnado possui alguma coisa. Por pouco que haja progredido, antes de chegar ao vosso planeta, sempre tem algum progresso feito. O pensamento velado do Mestre era este: AQUELE QUE TEM POUCO – SE TIRARÁ MESMO O QUE TENHA; AO QUE NADA TEM, MAS JULGA TER, SE TIRARÁ MESMO O QUE JULGUE TER. Ao que tem pouco se tirará mesmo o que tenha porque, conforme à explicação dada, indiferente, ao que obteve, negligente em guardar o que recebeu deixará que as más paixões dominem sua Alma; que os vícios e males que o oprimirão durante séculos, tomem o lugar das virtudes em cuja posse já estivesse. Efetivamente, DA NEGLIGÊNCIA NA PRÁTICA DO BEM NASCEM AS RAÍZES DO MAL. Quando, por indiferença, recusa alguém socorro ao desgraçado, não é porque seja mau o coração de quem assim procede, mas sim por uma espécie de lassidão de espírito que impede a criatura de atender no Bem que teria podido fazer. Falta, por consequência, à caridade ensinada pelo Redentor. AQUELE QUE, VERIFICANDO SER MAU O CAMINHO EM QUE ENTROU, NÃO TRATA – POR INDIFERENÇA – DE SAIR DELE, CAI EM TODOS OS PRINCÍPIOS QUE O MARGEIAM.  Aquele que não é devotado se torna egoísta. O que não é caridoso se torna insensível. O que não é humilde de coração se torna vaidoso e orgulhoso. O que não é obediente à vontade de Deus se torna rebelde às suas Leis Eternas. O MAL NASCE, SEMPRE, DA NEGLIGÊNCIA EM PRATICAR O BEM. O ESPÍRITO NÃO RETROGRADA, MAS PERMANECE ESTACIONÁRIO, O QUE EQUIVALE A UM RETROCESSO, PORQUE ELE É DE ESSÊNCIA ATIVA E PROGRESSIVA. “Ao que tem pouco – se tirará mesmo o que tenha”. Aquele que não entesoura; que, ao começar a sua vida humana pouco traz das vidas anteriores, enlanguesce cada vez mais. NENHUM DESEJO NUTRE DE PROGREDIR E, COMO NADA ADQUIRE PELO SEU ESFORÇO, FINALMENTE TUDO PERDE, PORQUE, PARA O ESPÍRITO, ESTACIONAR SE TORNA, AO CABO DE ALGUM TEMPO, FONTE DE DORES E DE REMORSOS. Tendes, por destino, progredir sem cessar, caminhar para a frente e para o alto. Pedi, pedi sempre, mas com humildade, desinteressadamente, sem outro objetivo que não seja o amor a Deus e ao próximo, sem outro desejo que não o de progredir moral e intelectualmente, de trabalhar para o Senhor, auxiliando o progresso de vossos irmãos! Pedi, pois que, quanto mais pedirdes TANTO MAIS VOS SERÁ CONCEDIDO PELO PAI CELESTIAL; QUANTO MAIS VOS ESFORÇARDES MENORES SERÃO AS DIFICULDADES. É  NESTE SENTIDO QUE MAIS SE DÁ AO QUE JÁ TEM E, DE CERTO MODO, SE TIRA AQUELE QUE NADA TEM, MELHOR FALANDO: ESTE É QUE TIRA DE SI MESMO, PORQUE A FALTA DE PROGRESSO REPRESENTA, PARA O ESPÍRITO, PERDA CEM VEZES MAIOR DO QUE, PARA O USUÁRIO, A DO SEU TESOURO MATERIAL PERECÍVEL. “e àquele que nada tem, mas que julga ter, se tirará mesmo o que julgue ter”. Por estas palavras, queria Jesus combater o orgulho inato nos homens, os quais por pouco que valham – se atribuem um valor fictício, muito acima do seu valor real. Depois da morte, o Espírito, ao fim de certo tempo, vê claramente o que é e o que vale. O orgulho considerado do ponto de vista dos obstáculos que opôs ao seu progresso, e das faltas a que o arrastou, se lhe torna, então, uma fonte de dores e de remorsos. É TAMBÉM NESTE SENTIDO QUE AO QUE NADA TEM, MAS JULGA TER, SE TIRA, DE CERTO MODO, O QUE JULGUE TER OU ANTES: É ELE PRÓPRIO QUE TIRA DE SI, AOS GOLPES INEXORÁVEIS NA EXPIAÇÃO, POIS CADA UM COLHE EXATAMENTE O QUE SEMEIA!



"O MISTÉRIO DO REINO DE DEUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Todos estão interessados no conhecimento da parábola do semeador e do mistério do Reino de Deus, a que Jesus se refere.  Pelo CEU da LBV, poderia o Espírito da Verdade esclarecer o assunto?

R – Devendo tornar-se pública a explicação que da parábola Jesus deu em segredo, aos seus discípulos ela só foi divulgada pelas narrações evangélicas como já o tinha sido pelos Apóstolos, mas somente depois de finda a missão terrena do Cristo: SÓ ENTÃO A MASSA POPULAR, PREPARADA POR TODAS AS PALAVRAS QUE ELE PRONUNCIARA E POR TODOS OS ATOS QUE PRATICARA DURANTE AQUELA MISSÃO, ATÉ AO MOMENTO DA SUA CHAMADA “ASCENSÃO”, SE MOSTROU APTA A OUVIR COM PROVEITO DA BOCA DOS APÓSTOLOS E DOS DISCÍPULOS, A EXPLICAÇÃO DE TUDO O QUE DISSERA O MESTRE – EXPLICAÇÃO QUE ERA DADA NA MEDIDA DO QUE ELA PODIA SUPORTAR E DO MODO PELA QUAL O DEVIA SUPORTAR. Efetivamente, só depois de concluída a missão messiânica, a massa popular se mostrou apta a ter conhecimento daqueles atos e palavras pela narrativa evangélica, que na ocasião oportuna se lhe transmitiu. Essa narrativa tinha de ser, sob o império da letra, e foi – tanto naquela época, quanto no presente e será até ao final do ciclo – sob o reinado do espírito, o Livro da Libertação, a fonte de onde jorram, e hão de sempre jorrar, a luz e a verdade – O EVANGELHO COMPLETADO PELO APOCALIPSE DE DEUS, TRAZIDO A TERRA POR JESUS E ESPALHADO PELO ESPÍRITO SANTO, ISTO É, PELOS ESPÍRITOS DO SENHOR EM MISSÃO NO VOSSO PLANETA. Mateus, versículos 11-15: Marcos, 11 12 e 25; Lucas, 10-18 – Aqui tendes agora (despojado da letra, que mata, o espírito, que vivifica) o pensamento de Jesus sem mais incertezas no modo de entender os textos desses versículos. “Dado-vos é conhecer o mistério dos céus – os segredos do Reino de Deus; mas a eles, não: esse conhecimento não lhes é proporcionado senão por parábolas” (Mateus, 11; Marcos, 11; Lucas, 10). Aos Apóstolos e aos discípulos era dado conhecerem o mistério do Reino dos Céus, os segredos do Reino de Deus, porque – sendo seus Espíritos mais elevados que os dos outros homens da época – eles se achavam em condições de espalhar as verdades que Jesus trazia ao mundo. MAS, PARA O FAZEREM, TINHAM DE COMEÇAR POR COMPREENDÊ-LAS, RAZÃO PELA QUAL NÃO LHES FOI DADO SENÃO O QUE PODIAM E DEVIAM SUPORTAR, PARA A MISSÃO QUE LHES CUMPRIA DESEMPENHAR. E, com relação à vossa época, acontece o mesmo. Vossas inteligências progrediram e nós; trazendo-vos a Nova Revelação, com a explicação do mistério do Reino dos Céus, dos segredos do Reino de Deus, vos confiamos a pregação definitiva, para que possais espalhar por todo o mundo este conhecimento. Como ordena o Mestre, ide e pregai, de povoado em povoado, de cidade em cidade, de nação em nação, o Evangelho e o Apocalipse de Deus, dizendo como diziam os Apóstolos: “APRESSAI-VOS, ARREPENDEI-VOS, PORQUE O MOMENTO SE APROXIMA!” As expressões “Reino dos Céus, Reino de Deus”, usadas na parábola do semeador, compõem uma imagem destinada a materializar, por assim dizer, a felicidade dos bem-aventurados. A homens atrasados, que não viam mais do que a matéria, era preciso que se apresentasse UMA FIGURA MATERIAL DA OUTRA VIDA. A RESPEITO DA QUAL NADA PERCEBERIAM, SE LHES FOSSE APRESENTADA EM TODA A SUA ESPIRITUALIDADE. O mistério do Reino dos Céus, os segredos do Reino de Deus eram os meios, desconhecidos até então, de chegar-se àquela felicidade. Antes das revelações feitas por Jesus, os homens não formavam nenhuma ideia clara da outra vida. Por ser muito vaga, a intuição, que tinham, dela, os havia deixado na indiferença, relativamente à existência e à felicidade que poderiam esperar no além-túmulo. Jesus veio levantar o véu e esclarecer as inteligências. Mas, entendei, apenas uma ponta do véu foi levantada; a luz permaneceu velada. CONTINUAMOS HOJE A LEVANTAR O VÉU QUE OCULTAVA TODA A VERDADE, RELATIVAMENTE A VIDA ETERNA. Conquanto ele não tenha sido, ainda, totalmente levantado, já a luz brilha com mais vivo fulgor, com o fulgor que os vossos olhos, tornados mais fortes, já podem suportar. Para todos os homens, porém, tão cedo ainda não poderá brilhar porque não atingiram a idade da razão, a indispensável maturidade espiritual. Mas, também, terão de evoluir, para conhecer o mistério  do Reino de Deus, os segredos do reino dos Céus. Só os conhecerão quando tiverem alcançado a purificação moral, aprendido a conhecer a infinita sabedoria do Criador; quando houverem adquirido a ciência dos elementos e propriedades de ação dos fluidos no que diz respeito à vida e à harmonia universais, debaixo do ponto de vista do Bem, que leva à felicidade, e do mal que, não evitado leva à punição. Como diz o Mestre: - A CADA UM SEGUNDO AS SUAS OBRAS!


"A PARÁBOLA DO SEMEADOR"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Todos aqui, em nosso Posto Familiar, desejam a explicação completa da parábola do semeador. Como se manifesta a respeito, o Espírito da Verdade?
R – Harmonizemos Mateus, XIII: 1-23; Marcos, IV: 1-20 e 25; Lucas, VIII: 1-15 e 18 e X: 23-24.
MATEUS: 1 – Naquele dia, saindo Jesus de casa, foi sentar-se à beira-mar. 2 – Grande multidão se reuniu em torno dele. Então entrou numa barca, e aí se sentou, ficando a multidão na praia. 3 – E começou a dizer muitas coisas por parábolas, falando assim: – “Eis que o semeador saiu a semear. 4 – Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à margem do caminho; vieram os pássaros do céu e as comeram. 5 – Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde pouca terra havia; as sementes germinaram prontamente, pois a terra, ali, não tinha profundidade; 6 – o sol, nascendo, crestou-as; e, como não tinham raízes, secaram. 7 – Uma outra caiu entre espinheiros, que cresceram e a abafaram. 8 – Uma outra, finalmente, caiu em terra boa e as sementes germinaram, produzindo cem aqui, sessenta ali e, mais além, trinta por um. 9 – Ouça quem tiver ouvidos de ouvir!” 10 – Os discípulos, aproximando-se, lhe perguntaram: “Por que lhes falas por parábolas?” 11 – Jesus respondeu: “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles isso não é dado. 12 – Aquele que tem mais ainda se dará, em toda a plenitude; mas ao que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado. 13 – Eis por que lhes falo por parábolas: é que, vendo, eles não veem; ouvindo, não ouvem nem compreendem. 14 – Neles se cumpre esta profecias de Isaías: “Escutareis com os ouvidos e não entendereis; olhareis com os olhos e não vereis. 15 – O coração deste povo se embotou; os ouvidos se lhes tornaram surdos, os olhos se lhes fecharam, para que não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos, não compreendam com o coração e, não se convertendo, não sejam curados por mim”. 16 – Felizes os vossos olhos porque veem, os vossos ouvidos porque escutam; 17 – porquanto em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram, ouvir o que ouvis e não ouviram. 18 – Entendei, pois, a parábola do semeador. 19 – Do coração de todo aquele que escuta a palavra de Deus do reino, e não a compreende, vem o espírito mau tirar o que nele foi semeado: é a semente que caiu ao longo do caminho. 20 – A que caiu em terreno pedregoso representa aquele que ouve a palavra e a recebe com alegria no primeiro momento; 21 – mas, não tendo raízes no seu coração, subsiste apenas por pouco tempo, sobrevindo as tribulações e perseguições por motivo da palavra, ele logo se escandaliza. 22 – A semente lançada entre os espinheiros representa aquele que ouve a palavra, mas em quem os cuidados do século e a ilusão das riquezas abafam e impedem de produzir frutos. 23 – A que foi semeada em terra boa indica o que ouve a palavra e a compreende, aquele em quem ela frutifica, produzindo cada grão cem, sessenta ou trinta.
MARCOS: 1 – Jesus se pôs de novo a pregar o Evangelho perto do mar. Como fosse enorme a multidão que ali se reuniu, ele entrou numa barca e sentou, ficando todo o povo na praia. 2 – Muitas coisas ensinava por parábolas, dizendo, segundo o seu modo de doutrinar. 3 – “Escutai: o semeador saiu a semear; 4 – e, enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à borda do caminho, vieram as aves do céu e as comeram. 5 – Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde havia pouca terra; as sementes germinaram logo, pois era pequena a profundidade do solo; 6 – veio o sol, crestou as plantas e estas, por não terem raízes, secaram. 7 – Outra parte caiu entre os espinheiros; estes cresceram e a abafaram, de sorte que ela não deu frutos. 8 – Outra, finalmente, caiu em terra boa; os grãos deram fruto: elevaram-se, multiplicaram-se, produziram cem, sessenta, trinta por um.” 9 – E acrescentou: “Ouça quem tiver ouvidos de ouvir”. 10 – Quando ficaram a sós com ele, os doze que o seguiam o interrogaram acerca dessa parábola. 11 – Jesus respondeu: “Dado vos é a vós conhecer o mistério do Reino de Deus, mas, para aqueles que são de fora, tudo se faz por parábolas, 12 – a fim de que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam, para que não se convertam e os pecados lhe sejam perdoados”. 13 – Perguntou-lhes, em seguida: “Não entendeis esta parábola? Como podereis entender todas as parábolas? 14 – O semeador semeia a palavra de Deus. 15 – A margem do caminho, ao longo do qual a semente caiu, são aqueles de cujo coração Satanás vem arrancar a palavra, logo depois de ter sido ali semeada. 16 – Semelhantemente, o terreno pedregoso são os que, ouvindo a palavra, a recebem jubilosos. 17 – Como, porém, nesses, ela não cria raízes dura pouco tempo. Vindo as tribulações e as perseguições, por causa da palavra, eles logo se escandalizam. 18 – Os outros, designados pela parte das sementes lançadas entre os espinheiros, são os que ouvem a palavra, 19 – mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e as outras paixões, entrando em seus corações, a sufocam e ela não frutifica. 20 – O terreno bom onde é lançada a última parte das sementes, são os que ouvem a palavra, e a aceitam, e dela tiram frutos na proporção de cem, de sessenta e de trinta por um. 25 – Mais será dado ao que já tem, e ao que não tem se tirará mesmo o que tem.”
LUCAS: 1 – Algum tempo depois, ia Jesus de cidade em cidade, de aldeia em aldeia, pregando o reino de Deus. Acompanhavam-no os doze 2 – e algumas mulheres, que tinham sido libertadas dos Espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada a Madalena, da qual foram expulsos sete demônios; Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes; Suzana e muitas outras que o assistiam com seus bens. 4 – Como o cercassem grande multidão de gente, vinda de todas as cidades, disse ele esta parábola: 5 – “O semeador saiu a semear suas sementes; e, enquanto o fazia, uma parte delas caiu à margem do caminho, foi pisada e os pássaros do céu a comeram. 6 – Outra parte caiu sobre as pedras, e secou por falta de húmus, logo depois de haver germinado. 7 – Outra caiu sobre espinheiros que, crescendo a sufocaram. 8 – Finalmente, outra parte caiu na terra boa, germinou e frutificou, produzindo cem por um.” E, dizendo isso, exclamou: “Ouça quem tem ouvidos de ouvir!” 9 – Os discípulos lhe perguntaram o que significava tal parábola. 10 – Ele respondeu: “Dado vos foi a vós conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos outros, só se lhes fala por parábolas, a fim de que, vendo, não vejam, e ouvindo não compreendam. 11 – Eis o que diz esta parábola: a semente é a palavra de Deus. 12 – A que caiu junto do caminho indica os que ouvem a palavra, mas Satanás a arranca de seus corações, pelo temor de que, crendo se salvem. 13 – As que caem sobre as pedras são os que tendo-a escutado, recebem com alegria a palavra;esta, porém, não cria raízes, porque eles creem apenas durante algum tempo recuando quando chegam as tribulações. 14 A parte que cai entre espinheiros corresponde aos que escutaram a palavra, mas em seus corações ela é abafada pelas preocupações terrenas, pelas riquezas e prazeres da vida e não produz frutos. 15 – A terra boa, onde cai a última parte das sementes, são os que, ouvindo a palavra, a guardam em seus corações e dela tiram frutos pela perseverança. 18 – Vede, pois, de que modo ouvis, porque mais se dará àquele que já tem, e ao que não tem se tirará até mesmo o que julgue ter” X: 23 – Voltando-se para os discípulos o Cristo lhes disse: “Felizes os olhos que veem o que vedes! 24 – Em verdade vos digo que muitos reis e profetas desejaram ver o que vedes e não viram, ouvir o que ouvis e não ouviram!”
A parábola do semeador não precisa explicações: a que Jesus deu aos Apóstolos, na medida do que eles podiam e deviam receber, como Espíritos encarnados, a fim de desempenharem suas missões, basta para que a compreendais perfeitamente. Entretanto, convém que, por meio de explicações especiais sobre alguns pontos, tornemos conhecidos e (tirando da letra o espírito) desenvolvamos o sentido e o alcance integrais do que disse o Mestre aos seus discípulos. Antes de tudo, porém, cumpre vos façamos compreender de que pontos de vista deveis encarar o que Jesus falou à multidão, servindo-se da parábola, e o que disse aos Apóstolos explicando-a, porque ALGUMAS DAS PALAVRAS DAQUELE MESTRE BONDOSO E INDULGENTE, DAQUELE BOM PASTOR DESEJOSO DE NÃO PERDER NENHUMA DE SUAS OVELHAS, PARECEM DESMENTIR OS ATOS DE TODA A SUA VIDA HUMANA (HUMANA NO ENTENDER DOS HOMENS). A geração que vivia o tempo em que Jesus desempenhava a sua missão se compunha de Espíritos orgulhosos e fúteis, voluntariamente surdos e cegos, revoltados contra qualquer autoridade. Espíritos que, mesmo antes de reencarnarem, recusavam todo amparo que lhes era oferecido para se tornarem melhores! Filhos humanos dos hebreus vindos do Egito, Espíritos que – havia séculos – passavam por provações, sem perderem a tendência à murmuração e à rebeldia, que caracterizavam os judeus desde os primórdios da formação de sua nacionalidade, os homens daquela época – ainda quando fossem capazes de receber sem véu a palavra do Redentor – não se submeteriam a ele e, assim, incorreriam em culpa muito maior. Já por aí podeis admirar a providente bondade do Cristo, modelo de doçura e de perseverança, poupando ao merecido castigo o filho rebelde e obstinado, evitando fazer-lhe uma imposição à qual sabia que ele procuraria fugir.  RECEBENDO VELADA A PALAVRA DE JESUS, OS QUE ESTIVESSEM DISPOSTOS A CAMINHAR PARA  A FRENTE PODERIAM – COMO O FIZERAM OS DISCÍPULOS – ESFORÇAR-SE POR LHE DESCOBRIREM O SENTIDO OCULTO. Os que, ao contrário, não quisessem curvar-se ao jugo da Lei, que lhes prescrevia uma reforma por demais pesada para as suas naturezas más, SERIAM CULPADOS APENAS DE INDIFERENÇA, DE NÃO PROCURAREM DEVASSAR OS MISTÉRIOS QUE DE PRONTO NÃO COMPREENDIAM. Dizendo,pois, “não se lhes falará senão por parábolas, para que não se convertam”, Jesus aludia aos que, cedendo a um primeiro impulso, tentariam avançar, mas que, detidos bruscamente pelos seus maus instintos, fariam sem demora um recuo, que lhes viria a ser causa de grande castigo; porquanto, atentai bem, MUITO SERÁ DADO AO QUE JÁ TEM (ISTO É, AQUELE QUE DESEJA PROGREDIR E SE ESFORÇA POR CONSEGUI-LO, DE TODOS OS LADOS RECEBERÁ PROTEÇÃO E AMPARO), AO PASSO QUE, AQUELE QUE POUCO TENHA, MESMO ESSE POUCO LHE SERÁ TIRADO! QUER ISTO DIZER QUE ESTE ÚLTIMO, INDIFERENTE AO QUE LHE FOI DADO, NEGLIGENTE EM GUARDAR O QUE RECEBEU, DEIXARÁ QUE AS MÁS PAIXÕES SE APODEREM DE SUA ALMA EM SÉCULOS DE DOR!