"A PALAVRA DO REINO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur
P – Nossas atenções se voltam, agora, para o Evangelho
segundo Mateus, versículos 16 e 17, e segundo Lucas, 23 e 24. Também nos
interessa muito a explicação dos versículos 18 e 19 de Mateus, 15 de Marcos e
12 do capítulo VIII de Lucas. Como os interpreta o Espírito da Verdade, pelo
CEU da LBV?
R – Disse Jesus. “Bem-aventurados os vossos olhos
porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem! Pois em verdade vos digo que
muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram: ouvir que hoje
ouvis e não ouviram!” Dizendo tais palavras, Jesus aludia ao Espírito
encarnado. OS PROFETAS E OS JUSTOS DE QUEM ELE FALA PREVIAM A VINDA DO
CRISTO: FELIZES TERIAM SIDO SE ELA SE HOUVESSE VERIFICADO DURANTE O TEMPO DA
ENCARNAÇÃO DE TODOS ELES. E prossegue o Mestre na parábola do semeador: “O
caminho a cuja margem a semente caiu são aqueles que ouvem a Palavra do Reino e
não compreendem, que a escutam e de cujo coração – mal a têm escutado – satanás
a vem arrancar, pelo temor de que esses, crendo, se salvem”. “A Palavra do
Reino" significa: os ensinamentos dados pelo Cristo, para que os homens aprendessem
a merecer o reino do céu. Embora não fosse o próprio Deus, ele podia dizer que
personificava A PALAVRA DO REINO, por ser de Deus o órgão que se fizera
carne (no entender dos homens, que o julgavam encarnado, como eles, num
invólucro corporal humano), mas que, na realidade, se fizera carne ENCARNANDO
APENAS NUM PERISPÍRITO TANGÍVEL, NUM CORPO PERISPIRÍTICO INCORRUPTÍVEL.
Quanto às expressões Satanás, Diabo, Maligno, sinônimas como sabeis, eram
empregadas para exprimir a mesma coisa: designam figuradamente, de modo
emblemático ou simbólico, os Espíritos maus, Espíritos de erro e de mentira,
espíritos inferiores, impuros, levianos ou perversos. Falando do Maligno, que
arranca do coração do homem, a Palavra do Reino PELO TEMOR DE QUE,
ACREDITANDO, O HOMEM SE SALVE, referia-se o Mestre aos espíritos maus que
se congregam em torno dos que não lhes resistem e procuram impedi-los de sair
da situação precária em que se encontram. A crença humana em Satanás, ou Diabo,
com seu inferno eterno, se originou da necessidade de materializar os símbolos
a fim de os tornar perceptíveis à matéria; foi um freio, um meio de infundir
terror (às vezes, salutar), durante os séculos que se seguiram à ascensão do
Cristo. COMO IMPEDIR QUE O HOMEM MODIFIQUE A VERDADE AO SABOR DE SUAS
CONVENIÊNCIAS E NECESSIDADES? COMO IMPEDIR QUE O HOMEM EXPLORE O HOMEM? COMO
IMPEDIR QUE O INTELIGENTE DOMINE O SIMPLÓRIO, QUE O FORTE ESMAGUE O FRACO E
QUE, PARA CONSEGUI-LO EMPREGUE TODOS OS MEIOS AO SEU ALCANCE? Qual o freio
mais próprio do que o temor, para ser usado naquela época de ignorância e de
barbárie, em que teve início o reinado de Lúcifer? Esse temor era o meio de que
lançava mão a igreja humana, tanto contra o forte quanto contra o fraco; era um
jugo que se aplicava igualmente a todas as frontes para domar todas as
naturezas. Não reproveis com excesso: o que na Antiguidade , se passou com os
hebreus de dura cerviz (e depois convosco) tinha de ser assim. Impotentes
teriam sido, então, a Lei de Amor e Caridade que hoje vos pregamos, a Lei da
Reencarnação, natural e imutável, que vos revelamos sem véu, em seu princípio e
nas suas consequências; leis que – pela reparação, pela expiação e pelo
progresso – vos mostram o caminho que tendes de percorrer para entrardes,
purificados no Reino do Céu. AO FOGO DAS PAIXÕES HUMANAS FOI PRECISO
CONTRAPOR UM FOGO AINDA MAIS ARDENTE, CAPAZ DE ABALAR AQUELES HOMENS DE CORAÇÃO
EMPEDERNIDO, OS QUAIS, SEM ISSO, SE TERIAM ESTRANGULADO UNS AOS OUTROS
DESAPIEDADAMENTE! O que se deu,
portanto, tinha de se dar. A fonte era boa, mas o homem se turvou, e o lodo das
paixões humanas continuou a escurecê-la. Hoje, pela Nova Revelação, restituímos
ao manancial a sua limpidez de outrora; e a fonte da vida, em vez de se
despenhar sobre pedras que seriam arrastadas pela torrente, vai deslizar tranquila
e clara por sobre dourado saibro que lhe formará o leito. Nada mais dos vãos
temores, todavia úteis naqueles bárbaros tempos! A Unificação das Revelações do
Cristo de Deus proclama: - Abaixo a exploração do homem pelo homem! O ignorante
deixará de ser presa do instruído, porque a Verdade tem de se universalizar. O
forte não mais esmagará o fraco, porque a força do primeiro não servirá senão
para amparar o segundo. O poderoso não pisará mais a fronte do pequenino,
porque, ao contrário, se abaixará – cheio de solicitude – para tomar o outro
nos braços e ajudá-lo a erguer a cabeça para o céu! CADA SÉCULO TEM TIDO
SUAS CRIAÇÕES, DESTINADAS TODAS AO PROGRESSO DA HUMANIDADE.
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