"NINGUÉM É PROFETA EM SUA TERRA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Diz a sabedoria popular que santo de casa não faz milagre. Lembramo-nos, então, das palavras de Jesus: “Ninguém é profeta sem honra senão em sua própria terra e dentro de sua própria casa”. Como o Espírito da Verdade analisa essas palavras do Mestre?
R – Harmonizemos Mateus, XIII: 53-58 e Marcos, VI: 1-6.
MATEUS: 53 – Tendo acabado de dizer  essas parábolas, Jesus partiu dali; 54 – e, voltando ao seu país os instruía nas sinagogas de tal modo que, tomados de admiração, eles diziam: “De onde lhe vêm esta sabedoria e estes milagres? 55 – Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não é Maria? Tiago, José, Simão e Judas não são seus irmãos? 56 – E suas irmãs não vivem todas entre nós? De onde, então, lhe vêm todas essas coisas?” 57 – Assim era que dele se escandalizavam. Jesus, porém, lhes disse: “Ninguém é profeta sem honra senão em sua terra e dentro de sua própria casa”. 58 – E lá não fez muitos milagres por causa da incredulidade deles.
MARCOS: 1 - Saindo dali, voltou Jesus a sua cidade, acompanhado pelos discípulos. 2 – E, chegando o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos dos que o ouviam, admirando-se da sua doutrina, diziam: “De onde lhe vieram todas essas coisas? Que sabedoria é essa que lhe foi dada? Como é que suas mãos operam tais maravilhas? 3 – Não é ele o carpinteiro filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas, e de Simão? E suas irmãs não estão aqui, entre nós?” E se escandalizavam dele. 4 – Entretanto, Jesus lhes disse: “Nenhum profeta é humilhado senão em seu país, na sua casa e entre os seus parentes”. 5 – E lá não pôde fazer nenhum milagre; apenas curou alguns poucos doentes, impondo-lhes as mãos. 6 – E se admirava da incredulidade deles. E continuava percorrendo as aldeias dos arredores, a ensinar.

Relativamente aos que eram tidos por irmãos e irmãs de Jesus; à maternidade humana da Virgem Maria, à paternidade humana de José – segundo o modo de ver dos homens – já dissemos tudo o que precisáveis saber. Já sabeis quem é o Filho, pela revelação que vos fizemos, da origem espiritual de Jesus, do modo e das condições em que se deu o seu aparecimento na Terra; do que foram a gravidez e o parto de Maria; da genealogia do Mestre. Não temos, pois, de voltar a esses pontos. Versículos 57 de Mateus e 4 de Marcos – Dizendo que ninguém é profeta sem honra senão em sua terra e dentro da sua própria casa, tinha Jesus o intento de lembrar, aos que o ouviam, O CARÁTER E A MISSÃO DE PROFETA QUE OS OUTROS HOMENS LHE DAVAM, pois aqueles – supondo-o um homem como os demais, nas mesmas condições de faculdades e de poderes que eles – se surpreendiam profundamente com a sabedoria da sua doutrina, com as suas palavras, com os seus ensinamentos e COM OS FATOS QUE PRODUZIA E QUE ERAM CONSIDERADOS MILAGRES. Do ponto de vista espiritual, essas palavras de Jesus encerram profunda reflexão filosófica, da mais alta categoria, e tendes verificado pessoalmente o seu valor. Mateus, 58 – “E lá não fez muitos milagres por causa da incredulidade deles”. Não sabeis que a oposição dos Espíritos, encarnados ou não, prejudica a boa influência que se possa exercer? Jesus se o quisesse teria dominado prontamente aquela influência contrária. Mas, que conseguiria ele? Que aqueles Espíritos, voluntariamente cegos, FOSSEM FORÇADOS A VER. ELES, PORÉM, SE OBSTINARIAM EM FECHAR OS OLHOS E, DESDE ENTÃO, PASSARIAM A MERECER CASTIGO MAIS SEVERO. Ora, o Mestre, com a infinita caridade do seu coração, jamais provocou a revolta de qualquer Espírito, a fim de lhe poupar o remorso da falta! Marcos, 5 – “E lá não pôde fazer nenhum milagre; apenas curou alguns poucos doentes, impondo-lhes as mãos”. Já dissemos que Jesus “não pôde fazer milagres PORQUE NÃO QUIS EXERCER SUA AUTORIDADE SOBRE OS ESPÍRITOS REBELDES. Portanto, não houve impotência, mas ausência de vontade, o que, aos olhos dos homens, era tido por impossibilidade. NÃO SUCEDE, MUITAS VEZES, EVITARDES FAZER UMA COISA OU FICARDES SEM PODER EXECUTÁ-LA, POR SE APRESENTAR UM OBSTÁCULO QUE NÃO QUEREIS DESTRUIR? A versão de Marcos é equivalente à de Mateus. Ambos, em termos que pouco diferem, exprimem a mesma coisa: Marcos 6 - “E Jesus se admirava da incredulidade deles”. É este um modo humano de exprimir a opinião de homens que não viam no Cristo mais que um homem igual aos outros. JESUS NÃO TINHA DE QUE SE ADMIRAR. NEM PODIA ADMIRAR-SE DA INCREDULIDADE DOS QUE O OUVIAM, PORQUE LIA O PENSAMENTO DE TODOS, OBSERVAVA OS INSTINTOS E AS TENDÊNCIAS DOS QUE COMPUNHAM A MULTIDÃO. ALÉM DISSO, VIA OS ESPÍRITOS QUE ATUAVAM NELES, GRAÇAS AO LIVRE ARBÍTRIO DE CADA UM, ATRAÍDOS POR AQUELES MAUS INSTINTOS E PAIXÕES INFERIORES: DO CONTRÁRIO, NÃO SERIA O CRISTO DE DEUS.

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