Programa 31 - ALZIRO ZARUR - continuação 5

    Ainda acerca do uso das armas de fogo pelos turcos na sua campanha contra Constantinopla, vale a pena ver "As horas Apocalípticas" de Eliot, no volume I, página 482 a 484, onde ele diz o seguinte: "A morte da terça parte dos homens, isto é, a tomada de Constantinopla e por consequência a destruiição do Império Grego, foi devida ao fogo, fumo e enxofre, artilharia e armas de fogo de Maomé. Mais de 1100 anos tinham já decorridos desde a sua fundação por Constantino. E durante esse tempo, Godos, Hunos, Persas, Búlgaros, Sarracenos, Russos e os próprios turcos Otomanos tinham feito seus assaltos hostís ou posto cerco contra ela. Entretanto, as fortificações eram inexpugnáveis para eles, Constantinopla sobreviveu e com ela o Império Grego. Daí a ansiedade do Sultão Maomé encontrar o que pudesse remover aquele obstáculo. "Podes fundir um canhão?" Foi a pergunta ao fundidor de canhões que para junto dele desertou, e concluiu: "Um canhão de tamanho suficiente para abater os muros de Constantinopla?" Pois bem, a fundição foi imediatamente estabelecida em Andrinopla. O canhão foi fundido, a artilharia foi preparada e o cerco teve início."
    É digno de nota como Guibbon sempre inconsciente comentador da profecia do Apocalipse, põe este novo instrumento de guerra no primeiro plano do seu quadro, na sua eloquente e impressionante narrativa da catástrofe final do Império Grego. Em preparação para ela apresenta a história da recente invenção da pólvora, dessa mistura de salitre, enxofre e carvão. Fala do seu primeiro uso pelo Sultão Amurat e também, como já dissemos, da fundição de maiores canhões por Maomé II em Andrinopla. E depois no regresso do próprio cerco descreve: "Com as arremetidas de lanças e dardos eram acompanhadas pelo fumo, o som, o fogo das espingardas e canhões, como a extensa ordem da artilharia turca fazia fogo contra as muralhas, troando ao mesmo tempo quatorze baterias sobre os lugares mais acessíveis, com as fortificações que durante séculos tinham resistido ao estilo violência, agora se desmantelavam por toda a parte, sob os canhões otomanos muitas brechas se abriram e perto da porta de São Romano, quatro torres desmoronaram. Mais ainda, como enquanto para todos os lados das linhas das galés e da ponte, a artilharia otomana fazia fogo, e o campo e as cidades e os gregos e os turcos estavam envolvidos numa nuvem de fumo, que apenas poderia ser repelida pela libertação ou destruição final do Império Romano. Finalmente como as muralhas foram reduzidas pelos canhões a um montão de ruínas e os turcos arremessando-se através das brechas, Constantinopla foi tomada, seu Império subvertido, sua religião confiscada pelos conquistadores maometanos." 
 

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