APOCALIPSE/67 - 5

Programa 20 - ALZIRO ZARUR - continuação (9)


    Quarta: Mas que maior VINGANÇA podiam elas querer? Pois, se os seus perseguidores estivessem ainda na terra, elas deviam saber perfeitamente que, quando muito, dentro de poucos anos se uniriam à vasta multidão que diariamente é arremessada para o mundo do sofrimento, através das portas da morte. Todavia, mesmo nesta suposição não aparece em melhor luz a sua amabilidade.  Uma coisa pelo menos é evidente, a teoria popular acerca da condição dos mortos, justos  e ímpios, não pode ser correta ou então não é correta a interpretação geralmente dada a esta passagem, porque se exclui mutuamente. Mas insistem em que essas almas devem ser conscientes, porque clamam a DEUS. Este argumento seria de peso se não houvesse uma linguagem de retórica chamada PERSONIFICAÇÃO. Mas havendo, vem a propósito,  debaixo de certas condições atribuir vida, ação, inteligência a objetos inanimados. Vamos recordar por exemplo, Moisés em seu Livro Gênesis, capítulo 4, versículos 9 e 10: "O SANGUE DE ABEL CLAMANDO A DEUS DESDE A TERRA"; No profeta Habacuque, capítulo 2: "A PEDRA CLAMAVA DA PAREDE E A TRAVE LHE RESPONDIA DO MADEIRAMENTO"; Epístola de Tiago, capítulo 5, versículo 4: "O JORNAL DOS TRABALHADORES, RETIDO POR FRAUDE, CLAMOU E OS CLAMORES ENTRARAM NOS OUVIDOS DO SENHOR DOS EXÉRCITOS". Assim podiam clamar as almas mencionadas nesse texto, não se provando por isso que elas sejam conscientes. O absurdo da opinião popular sobre este versículo é tão evidente que Burnes faz a seguinte concepção: "Não devemos supor que isto sucedeu literalmente, isto é, ao pé da letra, que São João viu as almas dos mártires debaixo do ALTAR, porque toda representação é simbólica. Nem devemos supor que os injuriados e maltratados estejam agora no céu a pedir vingança contra aqueles que os maltrataram ou que os remidos no céu, continuem orando com referência às coisas do mundo. Mas pode muito bem se concluir daqui que haverá uma lembrança dos sofrimentos dos perseguidos, injuriados e oprimidos, uma lembrança tão cruel, como se fosse feita ali, semelhante oração. E que o opressor tem tanto a temer da divina vingança, como se aqueles a quem injuriou e maltratou e humilhou, clamassem no céu, ao DEUS que houve as orações IDÔNEAS". Basta ver "NOTAS SOBRE REVELAÇÃO", parte 6.

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