DIRETRIZES E BASES PARA O ENSINO (Alziro Zarur)
Parte 9

(Ruy Barbosa - continuação)

XII - "O princípio das igrejas livres no Estado livre tem duas hermenêuticas distintas e opostas: a francesa e a americana. Esta, sinceramente liberal, não se assusta com a expansão do catolicismo. Aquela, obsessa do eterno fantasma do clericalismo, gira de reação em reação, inquieta, agressiva, proscritora. Com uma, sob as formas da liberdade republicana, assiste o século XX ao tremendo acesso de regalismo, que baniu do país, em França, todas as congregações religiosas. Sob a outra se reunem na América do Norte, os prófugos da perseguição ultramarina, e as coletividades religiosas se desenvolvem, tranquilas, prósperas, frutificativas, sem a mais ligeira nuvem no seu horizonte. Na melhor cordialidade, os prelados romanos e os membros do sacro colégio se sentam à mesa de Roosevelt, o protestante, que não falta um só domingo, no templo do seu culto, aos deveres do serviço divino. FOI ESTA A LIBERDADE RELIGIOSA QUE NÓS ESCREVEMOS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA. ESTA EXCLUI DO PROGRAMA ESCOLAR NO ENSINO DA RELIGIÃO, MAS NÃO CONSENTE QUE O ENSINO ESCOLAR, OS LIVROS ESCOLARES, PROFESSEM A IRRELIGIÃO E A INCREDULIDADE".

XIII - "É assim que se pratica nos Estados Unidos essa NEUTRALIDADE ENTRE AS RELIGIÕES, que nunca se encarou ali como profissão nacional de agnosticismo ou materialismo do Estado, senão somente como A EXPRESSÃO DA SUA INCOMPETÊNCIA E DO SEU RESPEITO ENTRE AS VÁRIAS DENOMINAÇÕES RELIGIOSAS".  

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