"A PARÁBOLA DO TRIGO E DO JOIO"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Uma passagem que desejamos ver explicada é a do joio semeado entre o trigo. Como a interpreta, pelo CEU da LBV o Espírito da Verdade?
R – Evangelho segundo Mateus, XIII: 24-30.
24 – E Jesus lhes propôs outra parábola, dizendo: “O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou bom grão no seu campo. 25 – Enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo e se foi embora. 26 – A plantação do homem germinou, cresceu e deu espigas, mas com ela cresceu também o joio. 27 – Os servos do pai de família vieram dizer-lhe: – Senhor, não semeastes bom grão no vosso campo? Como é que nele há joio? 28 – Respondeu: - Foi o inimigo quem o semeou. Os servos lhe perguntaram: - Quereis que vamos arrancá-lo? 29 – Ele replicou: - Não, pois receio que, arrancando o joio, arranqueis ao mesmo tempo o trigo. 30 – Deixai que ambos cresçam juntos, até à ceifa. Quando chegar a hora de ceifar, direi aos ceifeiros: – Arrancai primeiro o joio e atai-o em feixes, para ser queimado: mas o trigo recolhei-o no meu celeiro.”
Os Espíritos não se acham todos no mesmo grau de desenvolvimento. Entre vós, uns são elevados, enquanto outros se encontram no início das suas provações morais. Diante disso, seria cabível que – para se operar a renovação da vossa geração espiritual – se condenasse toda a geração material a perecer num novo dilúvio, semelhante ao de que falam os antigos? Não. O joio cresce ao lado do bom grão DEPOIS EM CADA COLHEITA, O JOIO, PARA SE PURIFICAR, É LANÇADO AO FOGO DA EXPIAÇÃO, AO MESMO TEMPO QUE O BOM GRÃO É GUARDADO NOS CELEIROS DO SENHOR. Não vos equivoqueis quanto ao sentido das nossas palavras, ao falarmos do dilúvio tal como é figurado. Quisemos, tão somente, apresentar-vos à inteligência a idéia de uma calamidade geral. Se o dilúvio se houvesse produzido nas condições em que o narram as tradições humanas, não teríamos dito “semelhante ao de que falam os antigos”. Não, não houve dilúvio no sentido de cataclismo completo: houve renovamentos parciais. As transformações sucessivas, por que a Terra tem passado, desde que saiu do estado de fluidez incandescente até aos vossos dias, são A OBRA DE PREPARAÇÃO E DE PROGRESSO GRADUAIS DOS REINOS MINERAL, VEGETAL, ANIMAL E HOMINAL, À QUAL SE SEGUIRÁ, NATURALMENTE, A OBRA DE DEPURAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS FLUIDOS PLANETÁRIOS – MINERAIS, VEGETAIS, ANIMAIS E HUMANOS. Os elementos tem que mudar de natureza em cada nova fase que a Humanidade atravessa. As matérias se depuram e progridem sob a ação espiritual, e o solo tem de satisfazer às necessidades das gerações humanas que o habitam. As expressões “o inimigo” e “o inimigo do pai de família”, indicando aquele que semeou o joio, eram as que estavam ao alcance dos homens a quem Jesus se dirigia. Não se fazia mister compreenderem o que o Mestre lhes dizia? O Cristo, servindo-se delas, aludia às inteligências do mal, encarnadas ou não, que trabalham por destruir no coração do homem as sementes que os Bons Espíritos aí lançaram. MAS O JOIO PODE CRESCER AO LADO DO BOM GRÃO, PORQUE ESTE, OU SEJA – O CORAÇÃO PURO, REPELE A SEMENTE MÁ. O CONTATO COM ESTA, PORTANTO, NENHUM PREJUÍZO LHE ACARRETA. À pergunta dos servos: “Quereis que vamos arrancar o joio?” Respondeu o pai de família: “Não, pois receio que, arrancando o joio, arranqueis ao mesmo tempo o trigo”. Ao compor este ponto da parábola, teve Jesus em mira refrear o zelo dos Apóstolos que, levados pelo desejo de fazer progredir a Humanidade, poderiam ir longe demais. À força de quererem reprimir os abusos, poderiam chegar ao extremo de constranger os homens retos e, até, de os afastar. Nesse particular, dava ele, ainda, um ensinamento para o futuro. No ensinar as Verdades Eternas, toda a ciência está em apropriá-las às inteligências que as tenham de receber. Não sendo assim um, por exemplo, que teria aceitado a Moral Cristã, se lhe fosse apresentada sob aspecto condizente com o seu ponto de vista, dela se afasta e a rejeita, quer ofuscado pela intensidade da luz que a envolve, quer atemorizado com as grandes dificuldades que ela lhe deixa antever. A ceifa, de que fala a parábola se dá na ocasião em que os Espíritos voltam à sua condição de origem, isto é, AO ESTADO DE ESPÍRITOS, DESPOJADOS DE SEUS CORPOS MATERIAIS REGRESSANDO AO MUNDO ESPIRITUAL. ELES O FAZEM – OU NO ESTADO DE JOIO QUE TEM DE SER QUEIMADO, OU NO ESTADO DE BOM GRÃO, QUE SERÁ RECOLHIDO AO CELEIRO DO PAI DE FAMÍLIA. Verifica-se a primeira hipótese quando vão sofrer, na erraticidade, a expiação, a depuração pelo fogo das torturas morais e, depois, a reencarnação em mundos inferiores ao vosso, ou mesmo no vosso, conforme as tendências e à culpabilidade para o fim de resgatarem as faltas e de progredirem mediante novas provações. A segunda hipótese se verifica, evidentemente, quando merecem ir para outros mundos superiores à Terra, onde continuarão a se aperfeiçoar e a progredir. Encarada por este duplo aspecto, a ceifa já foi, está sendo e será feita ainda durante longo tempo. Por outro lado, considerada destes dois pontos de vista, A ÉPOCA DA CEIFA DEFINITIVA SERÁ COM RELAÇÃO AO VOSSO PLANETA. AQUELA EM QUE AO JOIO, NÃO MAIS SE PERMITA CRESCER AÍ AO LADO DO TRIGO, EM QUE O PRIMEIRO SERÁ ARRANCADO E LANÇADO FORA PELA EXPULSÃO DE TODOS OS ESPÍRITOS QUE SE TENHAM CONSERVADO CULPOSOS E REBELDES. Estes se verão compelidos a afastar-se para mundos inferiores, desde que na Terra só deva crescer o trigo, isto é, desde que ela tenha passado a fazer parte do Reino de Deus, o que vale dizer: desde que se haja tornado exclusivamente, morada de Bons Espíritos. Os ceifeiros, no caso são os Espíritos Superiores, aos quais incumbe velar pelas expiações dos culpados na erraticidade, e classificar os que, por terem cumprido suas provas, mereceram ascender a orbes mais elevados que o vosso.



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