"VOCAÇÃO DE MATEUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur
Efetivamente, Jesus provou, assim, que NÃO SE DEVE REPELIR OS QUE PAREÇAM INDIGNOS: onde não vedes senão fraudes ou impurezas, pode o Senhor ter colocado um germe de virtude que a cultura fará frutificar. Sede, pois, indulgentes para com vossos irmãos. Estendei mão protetora aos fracos; esforçai-vos por exaltar os aviltados; imitai, finalmente, o Divino Modelo, procurando os doentes e tudo fazendo para os curar. Mateus, que Jesus foi buscar entre os publicanos, era um Espírito elevado, que encarnara com a missão de auxiliar o Mestre, na obra que ele veio executar na Terra. Inspirado pelo seu Anjo Guardião e pelos Espíritos Superiores que o cercavam, obedeceu no mesmo instante ao chamamento do Cristo, e o seguiu. E, OFERECENDO AO MESTRE O GRANDE FESTIM DE QUE FALAM OS EVANGELISTAS, LHE PROPORCIONOU, COMO DEVIA SUCEDER, OPORTUNIDADE E MEIO DE DAR AQUELA LIÇÃO ETERNA. Tudo tinha sido previamente preparado: tudo se cumpria, por ordem do Senhor, sob a inspiração, a influência e ação ocultas dos Espíritos Superiores, obedientes à vontade do Mestre. Como discípulo do Cristo, Levi, filho de Alfeu, adotou como Apóstolo o nome de Mateus; mas por Levi é que era geralmente conhecido. “Não são os que têm saúde que precisam de médico – afirmou Jesus - e sim os doentes”. E acrescentou: “Não vim em busca dos justos, mas dos pecadores”. Assim como aquele que goza saúde não precisa de médico, aquele que obedece conscientemente à Lei de Deus não precisa ser salvo: ELE SE SALVA POR SI MESMO. O Cristo chamava a si os que tinham reparações a fazer. Se convidava ao arrependimento, o seu convite só podia ser feito aos que tinham falido. “Ide, pois, (disse a todos) aprender o que significam estas palavras: MISERICÓRDIA QUERO, NÃO HOLOCAUSTO”. As palavras do profeta Oséias (VI: 6) com referência ao Senhor: “O que eu quero é a misericórdia, não o sacrifício, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos”, devem ser confrontadas com estas outras do profeta Samuel (Primeiro Livro dos Reis, II: 6-10): “O Senhor dá e tira a vida; leva à habitação dos mortos e dela retira. É o Senhor quem enriquece e empobrece; quem exalta e quem humilha. Levanta o pobre do pó, e do esterco levanta o indigente para sentar-se com os príncipes e ocupar um trono de glória. Porque do Senhor são os pólos da Terra, e sobre eles pôs o mundo. Ele guardará os pés dos seus santos, e os ímpios ficarão mudos nas trevas; porque o homem não será forte na sua robustez. Tremerão diante do Senhor os seus inimigos, e dos céus trovejará sobre eles. O Senhor julgará as extremidades da Terra, e dará o império ao seu rei, exaltando a glória do seu Cristo”. São a origem divina das palavras do Salvador: “Misericórdia quero, não holocausto”. A Nova Revelação vem ensinar o seu significado. Vimos, em nome do Mestre, dizer a todos vós: SEJAM QUAIS FOREM AS FALTAS E OS CRIMES COMETIDOS, HAVENDO ARREPENDIMENTO, NÃO HAVERÁ – PARA O ESPÍRITO CULPADO – SACRIFÍCIO, ISTO É, PENAS ETERNAS. HAVERÁ, AO CONTRÁRIO, MISERICÓRDIA, O QUE QUER DIZER – PERDÃO, subordinado este apenas, conforme à bondade e à justiça infinitas de Deus e com o duplo fim de aperfeiçoamento moral e progresso, às duas únicas e inevitáveis condições seguintes: expiar o culpado, na erraticidade, após a morte, as faltas e crimes praticados, mediante sofrimentos morais apropriados, por meio da reencarnação e de novas provações. Sim, ONDE QUER QUE HAJA ARREPENDIMENTO, HAVERÁ PERDÃO. Jesus, portanto, queria a misericórdia, despertando no homem o remorso da falta ou do crime e o desejo da reparação: A REPARAÇÃO É A CONSEQÜÊNCIA DO ARREPENDIMENTO. Convidando ao arrependimento, Jesus facilitava a expiação e, assim, salvava aqueles que, de outro modo, estacionariam longo tempo na impenitência.




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