"VELHAS E NOVAS DOUTRINAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur


Todas as explicações cabíveis, aqui, para a compreensão do fim a que Jesus visava, com o ensinamento que ele deu de forma velada, se referem ao futuro espiritual da Humanidade. Os homens eram a roupa velha que, impensadamente remendada, teria sido destruída. Eram os odres velhos, impróprios para recipientes de um licor ativo que, fermentando, os despedaçaria. Vós, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO, sois os odres novos em que o vinho novo é despejado abundantemente: guardai-o como preciosidade, e ele dará em vós bom produto; envelhecerá nos odres, ficará cada vez melhor, restituindo a força, a saúde e a vida aos que vierem bebê-lo. O termo “esposo”, pelo qual o Mestre se designava a si próprio, era tomado às idéias, às tradições e aos costumes hebraicos, pela consideração dispensada aos judeus que se casavam. ORA, SENDO O CHEFE DESTA DOUTRINA, QUE VOS TEM AMPARADO APESAR DE TODOS OS VOSSOS DESVIOS, Jesus era considerado como o jovem puro que depõe a coroa nupcial, a fim de assumir o governo da família que constituiu para si mesmo. OS FILHOS, OS AMIGOS DO ESPOSO, SÃO EXPRESSÕES SINÔNIMAS, INDICANDO OS QUE ERAM MAIS CAROS E MAIS LIGADOS AO ESPOSO. Procurai compreender bem, segundo o espírito que vivifica, não segundo a letra que mata, estas palavras que o Mestre dirigiu aos fariseus e aos discípulos do Batista: “Podem os filhos, os amigos do esposo jejuar, enquanto este está com eles? NÃO PODEM JEJUAR, ENQUANTO O ESPOSO ESTÁ COM ELES. Mas dias virão em que o esposo lhes será tirado; então, sim, jejuarão”. A presença de Jesus entre os discípulos os mantinha na senda que deviam trilhar: não precisavam, portanto, submeter-se a privações expiatórias. Mas o FUTURO SE DISTENDIA AOS OLHOS DO CRISTO E ELE ANTEVIA OS ABUSOS, OS TRANSVIAMENTOS QUE NÃO TARDARIAM A PERVERTER A IGREJA E SEUS FILHOS, ISTO É, A HUMANIDADE, E AQUELES QUE TOMARIAM A SI A CONTINUAÇÃO DA OBRA DOS APÓSTOLOS E DOS PRIMEIROS CRISTÃOS. Antevia, portanto, necessária a expiação como meio de reparação. E o jejum material era, entre os judeus, o emblema da expiação. O jejum de que Jesus falava – e que os homens teriam de praticar nos tempos que sucederiam o desempenho da sua missão terrena – NÃO ERA O JEJUM MATERIAL QUE OS FARISEUS E OS DISCÍPULOS DE JOÃO PRATICAVAM. JESUS ALUDIA ÀS EXPIAÇÕES A QUE OS HOMENS TERIAM DE SUBMETER-SE, PARA REPARAR AS SUAS FALTAS: ALUDIA, SIM, AO JEJUM MORAL. O jejum material constituía, entre os hebreus, um ato expiatório, destinado a reparar os erros leves da vida. Teve sua razão de ser, como explicaremos, numa época em que só as leis materiais podiam dominar a matéria. Já o JEJUM MORAL consiste no remorso das faltas graves que os homens cometem, todos os dias, para com Deus, transgredindo suas Leis, deixando de praticar o Amor e a Caridade, entregando-se ao orgulho, ao egoísmo, à inveja – vícios que não chegam a perceber no fundo de seus coração, tão grande é a sua cegueira, tanta a confiança que depositam em si mesmos. JEJUAI, MORTIFICANDO VOSSAS ALMAS, PARA QUE ELAS SE PURIFIQUEM. BOM É O JEJUM – MAS O JEJUM MORAL, PORQUE É SEMPRE ÚTIL À ALMA CULPADA, EXPURGANDO-A DE SUAS IMPUREZAS.

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