"O SÁBADO FEITO PARA O HOMEM"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Nós aqui procuramos santificar o sábado, de acordo com os Dez Mandamentos de Deus, confiados a Moisés por Jesus. Mas alguns ainda se confundem, ao lerem os Evangelhos Sinóticos. Não acha o Espírito da Verdade que o assunto merece novas atenções?
R – Harmonizemos Mateus, XII: 1-8, Marcos, II: 23-28 e Lucas, VI: 1-5.
MATEUS: 1 – Naquele tempo, passou Jesus em dia de sábado por uns trigais. Seus discípulos, tendo fome, se puseram a colher algumas espigas e a comê-las. 2 – Vendo isso, os fariseus lhe disseram: “Teus discípulos estão fazendo o que não é permitido em dia de sábado”. 3 – Disse-lhes, então, Jesus: “Não lestes o que fizeram David e aqueles que o acompanhavam, quando tiveram fome? 4 – Como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição, que nem a ele, nem aos que o acompanhavam, era lícito comer, só sendo aos sacerdotes? 5 – Também não lestes na lei que os sacerdotes, no templo, violam o sábado e não cometem pecado? 6 – Ora, eu vos digo que aqui está quem é maior do que o templo. 7 – Se soubésseis o que significa “misericórdia quero, não holocausto”, jamais condenaríeis inocentes, 8 – porque o Filho do Homem é senhor do sábado”.
MARCOS: 23 – Sucedeu ainda que Jesus, atravessando em dia de sábado umas searas, seus discípulos, avançando por elas, se puseram a colher algumas espigas. 24 – Ao que os fariseus disseram: “Como é que teus discípulos fazem em dia de sábado o que não é permitido fazer-se?” 25 – Jesus lhes respondeu: “Não lestes o que fez David premido pela necessidade, quando teve fome, assim como aqueles que o acompanhavam? 26 – Que entrou na casa de Deus, sendo Abiatar o príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição e os repartiu com os do seu séquito, não obstante só aos sacerdotes ser permitido come-los?” 27 – E acrescentou: “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado. 29 – Assim, pois, o Filho do Homem também é senhor do sábado”.
LUCAS: 1 – Aconteceu que, num dia de sábado, chamado o segundo-primeiro, passando Jesus por uns trigais, seus discípulos se puseram a cortar algumas espigas, a debulhá-las com as mãos e a comê-las. 2 – Alguns fariseus, então, lhes disseram: “Por que fazeis o que não é permitido fazer no sábado?” 3 – Jesus, tomando a palavra, replicou: “Não lestes nas Escrituras o que fez David quando, com os que o acompanhavam, sentiu fome? 4 – Como entrou na casa de Deus, tomou os pães da proposição, os comeu e distribuiu com os do seu séquito, muito embora só aos sacerdotes fosse lícito comê-los?” 5 – E concluiu: “O Filho do Homem é senhor também do sábado”.
Já vos explicamos porque foi instituído o sábado como o dia de descanso, no Decálogo dado a Moisés no Sinai, bem como o sentido das palavras de Jesus. “O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”. Por segundo-primeiro se designava o segundo sábado da primeira parte do mês. Os pães da proposição, que só os sacerdotes podiam comer, eram os pães oferecidos no altar. Lembrando aos fariseus o que fizera David, ensinava o Cristo: NADA DO QUE DEUS PÔS À DISPOSIÇÃO DO HOMEM E LHE POSSA SERVIR DE ALIMENTO ESTÁ DEFESO ÀS NECESSIDADES DA EXISTÊNCIA HUMANA; QUE OS PÃES DA PROPOSIÇÃO, COMO O PRÓPRIO SÁBADO, ESTÃO SUBMETIDOS A ESSAS NECESSIDADES. Por isso, aos fariseus, que pretendiam ter sido o homem feito para o sábado, exigindo a sua OBSERVÂNCIA ABSOLUTA, MESMO EM DETRIMENTO DA CARIDADE, Jesus perguntou: “Não vistes na lei que, no templo, os sacerdotes violam o sábado e não cometem pecado?” Ora, segundo a lei, o judeu, em dia de sábado, devia abster-se de todos os atos manuais, inclusive tocar em qualquer metal. Os sacerdotes, entretanto, cumprindo os ritos do culto, violavam o sábado no templo. DEVERIAM, PORTANTO, CONSIDERAR-SE CULPADOS. Com a frase: “AQUI ESTÁ QUEM É MAIOR QUE O TEMPLO”, o Mestre expressou o seguinte: “EU SOU, AQUI, O REPRESENTANTE DA VONTADE DE DEUS”. Estas outras palavras que Jesus recordou aos fariseus, dizendo-lhes que não tinham sabido e sabiam compreendê-las: “MISERICÓRDIA QUERO, NÃO HOLOCAUSTO”, significavam e significam, (tirando-se da letra o espírito) que DEUS, SEMPRE INDULGENTE PARA COM SUAS CRIATURAS, FRACAS E FALÍVEIS, LHES DÁ A OPORTUNIDADE DE SE ARREPENDEREM E DE REPARAREM SUAS FALTAS. Dizendo “não teríeis condenado inocentes”, aludia o Mestre às numerosas condenações proferidas contra os que, sob os pretextos mais fúteis, eram acusados de sacrilégio e LAPIDADOS SEM COMPAIXÃO. Finalmente, as palavras: “O Filho do Homem também é senhor do sábado”. Sim, o sábado precisa e deve ser santificado como O DIA DO DESCANSO, instituído por Deus no Decálogo confiado a Moisés, mas nunca em oposição aos preceitos divinos, dando mais importância ao sábado que ao próprio homem, que foi o objetivo dos Dez Mandamentos e da vinda em pessoa do Cristo ao vosso mundo! Daí a conclusão do Salvador: “O SÁBADO FOI FEITO PARA O HOMEM, NÃO O HOMEM PARA O SÁBADO”. E quem o disse foi o único a poder declarar: AQUI ESTÁ QUEM É MAIOR DO QUE O TEMPLO, O SENHOR DO SÁBADO!



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