"NA TERRA DOS GERASENOS - IV"
Quando, pelo órgão do subjugado geraseno, pediram a Jesus: “MANDA-NOS PARA AQUELES PORCOS, A FIM DE QUE ENTREMOS NELES”, os Espíritos impuros se achavam dominados e governados pelos Espíritos Superiores. Estes é que os impeliam a exprimir-se desse modo. Logo que Jesus lhes concedeu a permissão solicitada, ELES SE ACERCARAM DOS PORCOS, os espantaram por meio de uma aparição só visível para os mesmos porcos, e os impeliram na direção do lago, a fim de que ali se precipitassem, perseguindo-os com aquela aparição, que revestia uma forma e fazia gestos e ameaças de natureza a aterroriza-los. Para lhes infundir esse terror, os Espíritos impuros não se serviram da forma humana. O ESPÍRITO, COMO SABEIS, PODE TOMAR A FORMA, A APARÊNCIA QUE JULGUE NECESSÁRIA À OBTENÇÃO DO RESULTADO QUE DESEJE. Para causar terror, muitas vezes, o Espírito inferior reveste a forma, a aparência de um animal perigoso e INIMIGO DO QUE ELE QUER APAVORAR. Foi o que se deu com os que assombraram os porcos e os fizeram precipitar-se no lago. Dissemos que a aparição só era visível aos porcos: SE ASSIM NÃO FOSSE, O POVO NÃO TERIA ACREDITADO QUE OS ESPÍRITOS “IMUNDOS” ENTRARAM NESSES ANIMAIS. Um médium vidente que estivesse entre a multidão não teria – embora fosse esta à vontade dos obsessores – podido vê-los sob a forma, a aparência que tomaram, porquanto à vontade desses Espíritos nenhum poder tinha para o conseguir. ELES SE MOSTRARAM AOS PORCOS PORQUE A ISSO HAVIAM SIDO AUTORIZADOS, MAS NÃO LHES ERA LÍCITO IR ALÉM. Tudo se realizava segundo à vontade do Mestre, objetivando o resultado que ele queria alcançar. O fato de serem os Espíritos impuros visíveis aos porcos, quando não o eram para o povo, não vos deve causar mais admiração do que este: lado a lado dois médiuns videntes, somente um ver o Espírito que se manifesta! NESSE CASO, A VONTADE DO ESPÍRITO INTERVÉM. Quanto aos animais, a visão para eles se produz exclusivamente pela vontade do Espírito, porque a combinação dos fluidos entre o Espírito e o animal (como o dissemos) é impossível, ao passo que – para se tornar visível ao médium vidente – o Espírito opera por ato de sua vontade e exerce sobre o médium uma ação fluídica. Repetimos: não admitais NUNCA a possibilidade de uma união (embora momentânea) entre o Espírito e o animal. NÃO HÁ SUBJUGAÇÃO CORPORAL DESTE POR AQUELE E AINDA MENOS POSSESSÃO, SUBSTITUIÇÃO. Há, apenas, subjugação moral, no sentido de que o espírito consegue espantar o animal, enchê-lo de pavor, obrigá-lo a atos extravagantes, que podeis considerar materiais, mas que nem por isso deixam de tocar a inteligência relativa daquele que a sofre. A VONTADE DO OBSESSOR BASTA POR SI SÓ PARA TORNAR VIDENTE O ANIMAL, pela razão de que o Espírito deste é mais apto que o vosso a ter a faculdade da vidência e ainda porque à vontade do Espírito, por mais inferior que ele seja, domina sempre o Espírito animal, a menos que a isso se oponha um Espírito Superior. Não se conclua daí que o animal vidente seja médium. Não o é na acepção exata da palavra, pois não pode, em caso algum, servir de intermediário ao Espírito para se manifestar ao homem. O animal goza de uma faculdade que lhe é peculiar: é apenas vidente, não médium. ENTRETANTO, EM CERTOS CASOS AO ALCANCE DA VOSSA PERCEPÇÃO, A FACULDADE DE VER, QUE O ANIMAL POSSUI, PODE SERVIR – ESPECIALMENTE PELO TERROR QUE DELE SE APODERA – PARA, DA PRESENÇA DO OBSESSOR, PREVENIR O HOMEM, QUANDO NÃO EXISTE NENHUMA COISA MATERIAL, VISÍVEL OU TANGÍVEL, PARA ESSE MESMO HOMEM, CAPAZ DE JUSTIFICAR SEMELHANTE TERROR.
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