POEMA DO BRASILEIRINHO (Alziro Zarur o escreveu em 1932, aos 18 anos de idade)

                        I

Amo o meu Povo de alma verdadeira!
Só por ser brasileiro eu sou feliz!
Que de ancantos o espírito nos diz
Desta lânguida gente brasileira!. . .


Com essa calma antiga, que bendiz,
Ou quando pelas ruas se aligeira,
Apraz-me vê-lo assim, na prazenteira
E espontãnea expansão do meu país. . .

Pois é na liberdade que se expande,
Sem ambições, tão rico mas tão pobre,
Na pacífica marcha de um só tom. . .

Amo o meu Povo porque é um Povo grande,
Amo o meu Povo porque é um Povo nobre,
Amo o meu Povo porque é um Povo bom. . .

                               II

Brasil, que és meu por predestinação!
Minha alegria é ver-te progredir,
Instruído e educado, num porvir
Alicerçado na mais santa união!

Tua força latente há de eclodir
À fúria do implacável furacão
De milhões de almas fortes que farão
Com que às outras nações vás dirigir!

Nessa época, de fato luzidia,
Liberto da ignorância que asfixia,
Hás de elevar-te em glória ao mundo inteiro!

E quando ouvir a voz separatista
- Amigo, és carioca ou és paulista? -
Um filho teu dirá: - Sou brasileiro!

                         III

Bendita seja esta Verdade santa
Que me enraizou o Ideal intemerato!
Que glorificará todo o meu ato,
Ao derrocar tanta injustiça, tanta!

Bendito o Ideal que à glória me levanta
E me apresenta, forte e intimorato,
Na suprema renúncia em que me bato,
No ardor extremo de quem luta e canta!

Com este Ideal, Brasil, vou transformar-te:
Ei de fazer de ti uma obra de arte -
Grande, perfeito, indissolúvel todo. . .

Ó Pátria, eu sou, com as minhas concepções,
O guerreiro que rasga, com denodo,
O Terceiro Milênio das nações!                   

  

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