A VIDA E A MORTE (ALZIRO ZARUR)
P – Como o CEU da LBV explica
as palavras acrescentadas por Moisés ao Quinto Mandamento?
R – Comentando a Primeira
Revelação, ensinam os Evangelistas, assistidos pelos Apóstolos e pelo próprio
Moisés: - Este acréscimo teve por fim levar à obediência, e ao respeito à Lei
de Deus, um povo dominado pelo egoísmo e pelo interesse imediato. Daí suas
palavras, que seguem o Honra a teu pai e tua mãe: “para que teus dias
sejam prolongados na Terra que o Eterno, o Senhor teu Deus, te dará”. Já
explicamos: viver bem, e viver longo tempo, constituía para os hebreus a
primeira e única preocupação. Mas, na Terra que habitais, enquanto a ocupardes
pela encarnação (ou reencarnação), os seus e os vossos dias não podem ser
prolongados. Sob certos pontos de vista, a morte é determinada. Credes, porém,
fracas e finitas criaturas, que aquele que se move no infinito e abrange com o
seu olhar as plêiades inumeráveis de estrelas, de mundos que ele projetou na
imensidade, mede o tempo com os vossos compassos? Tudo é detido em sua marcha,
tudo tem determinada a sua duração, ao simples olhar daquele que é o Infinito.
Mas a barreira que se ergue diante de vós, não é determinada como o
interpretais. A duração da vida se regula pelo princípio que liga o Espírito ao
corpo. O cordão fluídico é a mola que põe em movimento o mecanismo corporal.
Determinada é a duração desta mola, mas dentro de uma amplitude que não podeis
compreender, que não se mede pelos minutos da vossa pêndula. Extensão mais ou
menos longa, que é dada de acordo com a maneira por que fizerdes uso dela. É
como um pedaço de borracha que se pode esticar até certo ponto, conforme a
maior ou menor força, a maior ou menor destreza que se empregue. Embora seja
difícil fazer-vos entender esta apreciação, vamos dar o sentido e o alcance do
que acabamos de afirmar. A duração do homem tem um limite natural, determinado,
no curso regular da existência, pelas leis imutáveis (porque perfeitas) da
natureza, pela ação e aplicação dessas leis, de conformidade com os meios e os
climas, por isso que os fluídos, que servem para formação dos seres humanos,
estão relacionados com os climas sobre os quis eles atuam. E a matéria está em
relação adequada com eles, porquanto, segundo a Lei de Harmonia Universal, TUDO
É DETERMINADO. Aí, nesse limite natural, é que está o momento irrevogável do
fim humano, fim contra o qual o livre arbítrio do homem nada pode, no sentido
de prolongar, além dele, a duração do corpo. Eis qual é, em sua verdadeira
significação, o instante fatal da morte. Neste sentido é que os dias da
criatura não podem ser prolongados: eles não podem ir além daquele limite
natural. Mas o livre arbítrio do homem pode, seja por meio de suas resoluções
espirituais, a saber, pelas determinações que toma como Espírito, ANTES DE
REENCARNAR, seja pelo o uso que faz da sua existência como reencarnado,
interromper o curso desta em determinado tempo, entre o instante do seu
nascimento e aquele natural limite, que é a hora fatal do fim humano. Neste
caso, pelas suas resoluções espirituais, tendo marcado o término da prova,
portanto a duração de sua existência terrena, o Espírito fica impedido de
atingir o termo geral desta – o seu limite natural. O corpo, então sob a
vigilância e a direção dos Espíritos prepostos à tarefa de velar pelo
cumprimento das provas, se forma em condições de durar o tempo predeterminado,
cabendo, porém, repetimos, ao Espírito reencarnado cumprir todas as obrigações
de que dependa a duração dele, até ao fim das provas a que serve de
instrumento. Cumpridas que sejam todas essas obrigações, o instante da morte é
irrevogável, porém não fatal, no verdadeiro sentido desta palavra, visto que o
resultado do uso que, do seu livre arbítrio, fez o Espírito antes de
reencarnar. Todavia, pode o homem, pelo exercício desse mesmo livre arbítrio,
pelo abuso que dele faça, pela maneira por que conduza a sua existência, deter
o curso desta antes do tempo marcado pelas suas resoluções espirituais, isto é,
pelas determinações que tomou, como Espírito, antes de reencarnar. Assim é que
o doente usa o livre arbítrio, tanto quanto cuida do seu corpo, para torna-lo
capaz de levar a cabo as provas que seu Espírito escolheu, como quando apressa
a sua morte, quer descuidando dele (o que muito se aproxima do suicídio),
quer praticando abusos e excessos, desde que tudo isso constitua infração das
obrigações que lhe caiba cumprir, para faze-lo durar até ao fim das provas que
escolheu. O tempo não é, pois, limitado segundo o vosso ponto de vista, se bem
que o seja em relação ao infinito e às leis que regem o Universo. Sim, o
instante da morte é fatal (no verdadeiro sentido da palavra), porque a vida
corpórea não pode ultrapassar o limite determinado. Não, o instante da morte
não é fatal, relativamente à duração da vossa existência restrita, porque o
limite natural, no curso regular da vida terrena, só raramente é atingido, pela
razão de que as vossas resoluções espirituais, ou os vossos atos, umas e outros
conseqüências do vosso livre arbítrio, impedem que o atinjais. Quando para o
homem é chegada a hora de partir, nada pode eximi-lo da partida. E isto se
verifica desde que essa hora chegue, ou porque o limite natural tenha sido
alcançado, ou por efeito de suas resoluções espirituais, ou em conseqüência de
atos seus que, dada a maneira porque haja conduzido a sua existência,
constituíram infração das obrigações que ele tinha necessidade de cumprir, para
que seu corpo chegasse ao termo das provas. Dentro dessa latitude, que vos é
concedida, podeis usar do vosso livre arbítrio que, não sendo assim, não
passaria de uma palavra oca, e infalivelmente traria, a todo aquele que
raciocina, a idéia de fatalismo, de automatismo, de escravidão moral e
espiritual. Há, porém, uma distinção a estabelecer, quanto à duração da vossa
existência, restringida, com relação ao limite natural, pelas vossas
resoluções espirituais, ou por vossos atos que, conforme o emprego que dais a
vida corporal, constituem infração das obrigações que tendes de cumprir, para
que vosso organismo dure até o término das provas. De acordo com o que já vos
dissemos, para a criatura (homem ou mulher) que cumpriu, que cumpre todas as
obrigações, e que – pelas suas determinações espirituais – escolheu uma duração
restrita para a sua existência, o instante da morte é e permanece irrevogável.
Nesse caso, qualquer que seja o perigo que o ameace, o homem não morrerá se
sua hora não tiver chegado. Qualquer que seja a situação em que se ache, os
meios apropriados a salva-lo serão preparados e colocados ao seu alcance, pelos
Espíritos prepostos ao encargo de vigiar o cumprimento das provas e expiações. Se,
ao contrário, a hora chegou, ele morrerá. Deste fato vós tendes milhares de
exemplos: quantas e quantas vezes, no mesmo lugar, uns morrem e outros se
salvam? E são casos de naufrágio, de incêndio, de desmoronamentos, de quedas,
como vereis na explicação dos Evangelhos de Jesus.
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