Programa 29 - ALZIRO ZARUR - continuação 4

    O entusiasmo, cuja morada não é o céu, foi deixado à solta no mundo, apenas faltava uma chave para abrir o POÇO DO ABISMO, e esta chave foi a queda de Cosroe.  Ele havia rasgado com desprezo a carta de um obscuro cidadão de Meca, mas quando o seu fastígio de glória desceu para a torre de trevas, que nenhum olho podia penetrar, o nome de Cosroe tinha de passar depressa ao esquecimento diante do nome de Maomé. O crescente parecia aguardar apenas a queda da estrela para se levantar. Cosroe depois do seu completo fracasso e perda do Império foi assassinado no ano de 628. O ano de 629 é assinalado pela conquista da Arábia e pela primeira guerra dos Maometanos contra o Império Romano. 
    E O QUINTO ANJO TOCOU A SUA TROMBETA E VI UMA ESTRELA QUE DO CÉU CAIU NA TERRA. FOI-LHE DADA A CHAVE DO POÇO DO ABISMO. E ABRIU O POÇO DO ABISMO - CAIU NA TERRA - quando se exauriu a força do Império Romano e o grande Rei do Oriente caiu morto na sua torre de treva, a pilhagem de uma obscura cidade dos confins da Assíria foi o prelúdio de uma poderosa revolução. Os invasores eram os adeptos de Maomé. Seu frenético valor tinha subido do deserto.
    E este POÇO DO ABISMO? 
    O original grego pode se referir a qualquer lugar devastado, inculto e solitário. Aplica-se à terra o seu originário estado de caos, como vemos em Moisés, livro do Gênesis, cap. 1º, vers. 2. Neste caso pode-se, com propriedade, referir às planícies do deserto da Arábia de cujos confins irromperam as hordas dos serracenos como nuvens de gafanhotos e a queda de Cosroe, o Rei da Pérsia, pode bem ser representada como a abertura do POÇO DO ABISMO no sentido de ter preparado o caminho para os homens de Maomé.

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