"A TRADIÇÃO DOS ANTIGOS E A DOS CRISTÃOS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Nosso Posto deseja focalizar, na Cruzada do Novo Mandamento, estas palavras de Jesus: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa macular Não é o que entra na boca do homem que o torna impuro: o que sai da boca é que o macula”. Como o Espírito da Verdade interpreta esse ensinamento do Mestre?
R – Os costumes aditados às Leis Reais é que constituíam a tradição dos antigos: o termo "costumes", aqui, indica TODAS AS DOUTRINAS, PRESCRIÇÕES, PRECEITOS E MANDAMENTOS CRIADOS PELOS HOMENS E POR ELES ESTABELECIDOS. Por Leis Reais designamos as Leis Divinas que, em obediência à vontade do Senhor, foram reveladas aos hebreus por Moisés. Vós outros, CRISTÃOS DO NOVO MANDAMENTO tendes igualmente a vossa tradição dos antigos, representada pelas doutrinas, prescrições, preceitos e mandamentos que os homens formularam, alterando, deturpando falseando com os seus acrescentamentos, a Lei Divina que, em obediência à vontade de Deus, Jesus lhes revelou, durante o desempenho da sua missão terrena. Mas aquela Lei – com exclusão de qualquer outra – se contém integralmente na palavra do Cristo que, velada pela letra ENQUANTO ISSO ERA NECESSÁRIO, constituiu a base, a fonte e o fundamento da Nova Revelação, que vem explicá-la, desenvolvê-la e fazê-la compreensível, na época marcada pelo Senhor para  o  advento  do   ESPÍRITO QUE VIVIFICA, SUBSTITUINDO A LETRA  QUE  MATA. Assim como Jesus veio combater, entre os judeus, a tradição dos antigos, arrancando desse modo toda planta que não foi plantada pelo Pai Celestial, TAMBÉM HOJE O ESPÍRITO DA VERDADE QUE REPRESENTA O CRISTO DE DEUS, VEM COMBATER ENTRE VÓS TUDO O QUE CONSTITUI A TRADIÇÃO DOS ANTIGOS, ARRANCANDO   IGUALMENTE   TODA   PLANTA QUE  PELO   SENHOR   NÃO  FOI   PLANTADA. O que Jesus disse aos escribas e fariseus daquele tempo se aplica aos escribas e fariseus de hoje - repelindo e rejeitando a Nova Revelação, trazida aos homens pelos Espíritos do Senhor, órgãos do Espírito da Verdade – se esforçam também por manter a tradição dos antigos, honrando a Deus com os lábios, ensinando doutrinas e mandamento humanos! Entendei: DEUS PODE ADMITIR A PUREZA EXTERIOR, QUANDO VÊ. QUE O CORAÇÃO ESTÁ SUJO? PODE ACEITAR O CULTO DOS LÁBIOS QUANDO VÊ QUE O CORAÇÃO ESTÁ CHEIO DE HIPOCRISIA? PODE ABENÇOAR O HOMEM E PERDOAR-LHE, QUANDO VÊ QUE ELE AMALDIÇOA E SE VINGA? Eis por que vos dizemos: honrai a Deus do fundo de vossos corações, vivei a Lei do Amor sintetizada no Novo Mandamento; não sejais sepulcros caiados por fora.  Então, sim, estareis limpos integralmente, não apenas porque lavastes as mãos ou o corpo.



"AS TRADIÇÕES E A HIPOCRISIA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Os escribas e fariseus censuraram os discípulos do Cristo por não lavarem as mãos antes de comer. A resposta do Mestre parece; a muitos opositores, apologia da falta de higiene. Como explica essa parte do Evangelho, no CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Vamos reunir Mateus, XV: 1-20 e Marcos, VII: 1-23.
MATEUS: 1 – Então, alguns escribas e fariseus que tinham vindo de Jerusalém, se aproximaram de Jesus e lhe disseram; 2 – Por que os teus discípulos transgridem a tradição dos antigos, não lavando as mãos antes de comer? 3 – Jesus lhes respondeu: "E por que vós transgredis os Mandamentos de Deus, em obediência à vossa tradição? Deus ordenou; 4 – “Honra a teu pai e tua mãe” e Moisés acrescentou: “Seja punido de morte aquele que houver ultrajado a seu pai e sua mãe”. 5 – Vós, porém, dizeis, quem quer que haja dito a seu pai ou sua mãe: “Tudo o que ofereço a Deus vos é útil”, satisfaz à lei, 6 – embora, a seguir, deixe de honrar e assistir seu pai e sua mãe. Assim, tornastes nulo o Mandamento de Deus pela vossa tradição. 7 – Hipócritas, bem profetizou de vós Isaías, dizendo: 8 – “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 9 – Portanto, é em vão que eles me honram, ensinando doutrinas e mandamentos de homens!” 12 – Os discípulos, então, aproximando-se, disseram a Jesus: “Sabes que os fariseus, ouvindo o que disseste, se escandalizaram?” 13 – Ele respondeu: “Toda planta que meu Pai Celestial não plantou será arrancada pela raiz. 14 – Deixai-os, são cegos que conduzem cegos: ora, se um cego se faz guia de outro cego, ambos caem no fosso”. 15 – Disse, então, Pedro: “Explica-nos esta nova parábola”. 16 – Jesus lhe replicou: “Também vós sois tardos de entendimento? 17 – Não compreendeis que tudo que entra pela boca desce ao ventre e é lançado fora? 18 – Mas o que sai da boca vem do coração e mancha o homem, tornando-o impuro, 19 – pois do coração vêm os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as blasfêmias, os roubos, os falsos testemunhos, as maledicências. Estas são as coisas que mancham o homem; mas comer, sem lavar as mãos, não o torna impuro.
MARCOS: 1 – Alguns escribas e fariseus, vindo de Jerusalém, foram ter com Jesus, 2 – e, tendo visto seus discípulos tomarem a refeição com as mãos não lavadas, os censuraram; 3 – pois os fariseus não comem sem terem lavado as mãos muitas vezes, guardando a tradição dos antigos. 4 – E, quando voltam da praça pública, não comem, sem se haverem banhado, mantendo muitos outros costumes mais, cuja observância lhes foi transmitida pela tradição e eles conservam, como o de lavarem os corpos, os jarros, os vasos de bronze e os leitos. 5 – Perguntaram-lhe, pois, os escribas e os fariseus: “Por que não seguem teus discípulos a tradição dos antigos, comendo sem terem lavado as mãos?” 6 – Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: “Este povo me honra com os lábios mas o seu coração está longe de mim. 7 – É em vão que eles me honram ensinando doutrinas e mandamentos de homens”; 8 – pois, deixando de lado o Mandamento de Deus, observais com cuidado a tradição dos homens, lavando os jarros e os cálices, e fazendo muitas outras coisas semelhantes”. 9 – E lhes dizia: “Anulais totalmente o Mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição. 10 – Assim, enquanto Moisés diz: “Honrai a vosso pai e vossa mãe” e “seja punido de morte aquele que tenha ultrajado a seu pai ou sua mãe”, 11 – vós dizeis: “Se um homem diz a seu pai ou sua mãe “Tudo o que ofereço a Deus vos é útil”, ele satisfaz à lei”. 12 – E lhe permitis que não faça mais coisa alguma por seu pai ou sua mãe. 13 – Revogais, assim, a palavra de Deus pela tradição, que vós mesmos estabelecestes, e deste modo fazeis muitas outras coisas semelhantes”. 14 – Chamando novamente o povo para perto de si, Jesus lhe disse: “Ouvi-me vós todos e compreendei: 15 – Nada há do que existe fora do homem que, entrando nele, o possa macular e tornar impuro. 16 – Se alguém tiver ouvidos de ouvir, ouça!” 17 – Logo que apartando-se do povo, entrou em casa seus discípulos lhe perguntaram o que significava aquela parábola. 18 – Jesus lhes disse: “Tão pouco inteligentes sois ainda? Não compreendeis que tudo que está fora do homem e entre nele não o torna impuro, 19 – pois nada disso entra em seu coração, mas desce ao ventre e é lançado fora?” 20 – E acrescentava: “O que macula o homem é o que sai do próprio homem, 21 – pois de dentro do coração é que saem os maus pensamentos, os adultérios, os homicídios, 22 – a avareza, o roubo, o orgulho, a felonia, as iniquidades, os desregramentos. 23 – Todos esses males vêm de dentro do coração do homem e, por isso o maculam”.
Como Jesus, também nos vos dizemos: DESCONFIAI DAS TRADIÇÕES! SUAS PALAVRAS, DIRIGIDAS AOS FARISEUS, SE APLICAM PERFEITAMENTE AOS TEMPOS ATUAIS. Desconfiai das tradições, porque elas deturparam a Lei do Amor que o Cristo nos deu, ao decretar seu Novo Mandamento. Dessa Lei sublime a tradição fez o que já fizera com o Decálogo, dado a Moisés no Sinai. Por isso mesmo, deixai de lado a tradição e retornai ao Cristianismo do próprio Cristo, mesmo que os fariseus de hoje se escandalizem: ELES FALAM E PROCEDEM, COM RELAÇÃO A VÓS OUTROS, EXATAMENTE COMO FALARAM E PROCEDERAM COM RELAÇÃO A JESUS, OS FARISEUS DE OUTRORA. Sim, deixai que eles se escandalizem porque serão forçados a abandonar suas tradições e voltar a eterna Lei do Mestre, mãe de todas as virtudes! Mas preservai-vos de tudo o que vos possa manchar: maus pensamentos, palavras e atos! Conduzi-vos com humildade tirando boas coisas do bom tesouro do vosso coração e repartindo-as com os vossos irmãos! Os judeus, fazendo voto ou oferenda podiam dispor, em favor do culto de uma certa parte dos seus bens. Desde então pretextando que essa parte representava tudo o de que poderiam dispor em benefício de seus pais, se consideravam dispensados de lhes dar assistência: ALEGAVAM, PARA SE JUSTIFICAREM, QUE DO QUE OFERECIAM AO SENHOR OS PAIS APROVEITARIAM SOB A FORMA DE BENÇÃO CELESTES! HIPOCRISIA TANTO DO ÍMPIO QUE DESSE MODO DESONRAVA A DIVINDADE, QUANTO DO SACERDÓCIO INDIGNO, QUE TOLERAVA E ANIMAVA SEMELHANTES PROFANAÇÕES. Não houve apologia à falta de higiene: O Mestre combatia um exagero com outro exagero, o do Bem contra o Mal. E o exemplo, escolhido por Jesus, tinha por objetivo induzir os escribas e os fariseus a refletirem sobre o que chamavam A TRADIÇÃO DOS ANTIGOS E REJEITAREM TUDO O QUE ESSA TRADIÇÃO ENCERRAVA DE CONTRÁRIO À LEI DIVINA TAL QUAL O SENHOR A REVELARA POR INTERMÉDIO DE MOISÉS E DOS PROFETAS. 
"A FÉ E A AÇÃO MAGNÉTICA"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur


P – Um episódio que motiva controvérsias é o da cura dos enfermos que tocavam as vestes de Jesus. Como a explica o Espírito da Verdade?
R – Vamos reler Mateus XIV: 34-36 e Marcos, VII 53-56.
MATEUS: 34 – Tendo atravessado o lago, vieram eles à terra de Genesaré, 35 – e, reconhecendo-os, os do lugar espalharam a notícia por todo o país e lhe apresentaram todos os doentes; 36 – e lhe pediam que os deixasse, apenas tocar na fímbria de suas vestes. E ficaram sãos todos aqueles que as tocaram.
MARCOS: 53 – Tendo atravessado o lago, vieram à terra de Genesaré, onde aportaram. 54 – Assim que desembarcaram, os habitantes do lugar reconheceram Jesus. 55 – Transmitiram a notícia a todo o país e começaram a trazer, de todos os lados, os doentes em seus leitos, para onde quer que o ouviam dizer que ele estava. 56 – Em qualquer lugar que entrasse – burgo, aldeia ou cidade – punham os enfermos nas praças públicas e pediam lhes fosse permitido tocar somente a fímbria de sua capa; e todos os que tocavam nela ficavam imediatamente curados.

Já vos explicamos O PODER MAGNÉTICO DE QUE JESUS DISPUNHA. O tocar-lhe nas vestes – fato que, devido à ignorância das causas e dos efeitos, os homens tinham por “milagroso” – não passava de UM MEIO MATERIAL, QUE LHES ERA INDISPENSÁVEL. A cura se operava pela ação daquele que exercia poder soberano sobre os elementos etéreos. Era, portanto, resultado da união desse poder com a fé que os curados possuíam. Entendei: os doentes se curavam NÃO POR TEREM TOCADO NA FÍMBRIA DA CAPA OU DAS VESTES DE JESUS, MAS PELA AÇÃO DA SUA VONTADE PODEROSA, SOLICITADA PELA FÉ INABALÁVEL DOS ENFERMOS QUE TOCAVAM O MESTRE. A cura era feita, como dissemos pela ação magnética exercida por Jesus; pela emissão que ele fazia – sob o influxo desta ação – dos fluidos apropriados a cada espécie de doença, os quais eram dirigidos para o organismo do enfermo. Com o mesmo critério deveis entender as curas operadas por “lenços e panos” e até pela “sombra” dos Apóstolos, das quais vos falaremos quando chegar a hora: TUDO É MAGNETISMO, COMPLETADO PELA FÉ, SEM A QUAL É IMPOSSÍVEL AGRADAR A DEUS.
                                                



"CORAÇÕES CEGOS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Diz o Evangelista: “O espanto de que ficaram tomados os discípulos, quando viram Jesus caminhando sobre as águas, mais ainda cresceu quando cessou o vento, logo que ele entrara na barca; pois não tinham compreendido a multiplicação dos pães e dos peixes porque seus corações estavam cegos”. Qual o significado real dessas palavras, segundo o Espírito da Verdade?
R – Estas palavras “porque seus corações estavam cegos” significam: PORQUE NÃO PROCURAVAM COMPREENDER. Seus olhos espirituais ainda estavam velados. Para os discípulos, a multiplicação dos pães e dos peixes se produzira a bem dizer, por si mesma, pois OS PÃES E OS PEIXES, QUE JESUS PARTIA, PARECIAM RENOVAR-SE INCESSANTEMENTE, NAS SUAS PRÓPRIAS MÃOS, DO MESMO MODO QUE NOS CESTOS OS PEDAÇOS SE MULTIPLICAVAM SEM ELES PODEREM VER POR QUE MEIOS, E SEM MESMO PROCURAREM INTEIRAR-SE DO FATO! Na verdade, não vos acontece, algumas vezes, serdes testemunhas de acontecimentos que, na aparência, se produzem com derrogação das leis comuns à humanidade, observá-los sem os compreenderdes e sem, sequer, fazerdes o menor esforço por consegui-lo? O fato de Jesus caminhar por sobre as águas e a tentativa de Pedro, para fazer o mesmo, IMPRESSIONARAM MAIS OS DISCÍPULOS QUE A MULTIPLICAÇÃO DOS PEIXES E DOS PÃES, porque – para o entendimento humano deles – o primeiro fato surpreendia mais, por isso que MAIS PERCEPTÍVEL LHES ERA A IMPOSSIBILIDADE DE QUALQUER CRIATURA TRANSFORMAR A SUPERFÍCIE MÓVEL DO MAR EM TERRENO CAPAZ DE LHE RESISTIR AO PESO. Concorrendo cada um daqueles fatos reciprocamente, para avivar a impressão do outro ambos contribuíram para que seus olhos se desvendassem; e eles acabaram por compreender os dois acontecimentos que num dia só, presenciaram. E os compreenderam NÃO PORQUE TIVESSEM ADQUIRIDO O CONHECIMENTO DE SUAS ORIGENS E CAUSAS, E DOS MEIOS PELOS QUAIS SE PRODUZIRAM, POIS SÓ A NOVA REVELAÇÃO ESTAVA RESERVADO DAR ESSE CONHECIMENTO AOS HOMENS, MAS PORQUE “APRENDERAM” QUE TAIS FATOS DENUNCIAVAM A AÇÃO DE UMA POTÊNCIA TÃO SUPERIOR AO HOMEM QUE SÓ MESMO DEUS OS PODIA PRODUZIR. DAÍ ACHAREM QUE FORAM “MILAGRES” OPERADOS PELA PRÓPRIA DIVINDADE ONIPOTENTE. Portanto, não foi por não terem compreendido o fato material da multiplicação que os discípulos se encheram de espanto, vendo Jesus caminhar sobre as ondas: foi porque na ocasião, não encararam aquele fato como obra do próprio Deus como posteriormente o consideraram. Se assim o tivessem considerado logo que se deu, não se teriam admirado do outro: O PRIMEIRO “MILAGRE” OS TERIA FEITO COMPREENDER DO MESMO MODO O SEGUNDO.



"JESUS NÃO É DEUS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Lemos no capítulo em exame: “Então os que estavam na barca se aproximaram dele e o adoraram dizendo: – És, verdadeiramente, o Filho de Deus”. Como devemos entender tais palavras nos ensinos do Espírito da Verdade?
R – Para o homem fatos que tanto o surpreendiam SÓ PODIAM PROVIR DO PRÓPRIO DEUS. Ora, sendo Jesus quem servia de intermediário para a produção dos fatos “milagrosos”, o cognome que ele a si mesmo dava de Filho de Deus lhe valeu imediatamente, aos olhos dos homens, o cunho da Divindade. Sem atinarem com o sentido genérico das palavras MEU PAI, que ele frequentemente empregava, falando do Criador Universal, os homens lhes deram de pronto o sentido restrito, e assim o consideraram COMO TENDO SIDO GERADO PELO PRÓPRIO DEUS: SENDO, PORTANTO, UMA PERSONIFICAÇÃO DA DIVINDADE ONIPOTENTE. Em, consequência, eles o adoraram, o que deu causa ao erro – que tão profundamente se arraigou – segundo o qual Deus, querendo salvar a Humanidade e resgatar-lhe as faltas, se oferecera a si mesmo em HOLOCAUSTO DE PROPICIAÇÃO. Aliás, não foi um mal que tal erro se houvesse generalizado, pois serviu àquela época e PREPAROU O FUTURO RESERVADO A NOVA REVELAÇÃO DO PARÁCLITO. O homem, sempre orgulhoso do seu valor pessoal julgou-se tão importante aos olhos do Criador QUE ENTENDEU SÓ PODEREM SUAS FALTAS SER RESGATADAS COM O SACRIFÍCIO DO ONIPOTENTE EM PESSOA, NA CONDIÇÃO HUMANA! Só mesmo Deus, isto é, somente Aquele que, por efeito exclusivo de sua vontade, segundo o modo de ver do próprio homem precipitaria, se o quisesse, no completo caos todos os mundos disseminados pelo Infinito, poderia operar resgate tão precioso, MEDIANTE UM SACRIFÍCIO IMOLANDO-SE A SI MESMO, REBAIXANDO-SE, PORTANTO, AO NÍVEL DAS SUAS INDIGNAS CRIATURAS! SÓ ASSIM, SEM DÚVIDA, A VÍTIMA IMOLADA SERIA DIGNA DAQUELES CUJO RESGATE REPRESENTARIA O PREÇO DA IMOLAÇÃO! Orgulho, delirante orgulho do homem que sempre se considerou “o rei da criação”, quando não é mais que um miserável inseto que passa despercebido, por assim dizer, como insignificante mosquito que voa num raio de sol! Felizmente, a Nova Revelação, rompendo o véu da letra e todas as suas superstições, que ocultavam à Humanidade a Luz e a Verdade vem na hora certa, predeterminada pelo Senhor quando as inteligências se desenvolveram e o progresso espiritual se realizou DAR-VOS A CONHECER QUEM É O FILHO E QUEM É O PAI RESTAURANDO O ENSINO DO PRÓPRIO CRISTO QUE SEMPRE DEIXOU BEM CLARO PARA TODOS OS SÉCULOS: JESUS É O FILHO, COMO TODOS VÓS QUE “SEREIS DEUSES” E DEUS É O PAI ETERNO!




"JESUS E PEDRO CAMINHAM SOBRE AS ÁGUAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Todos estão ansiosos por ver explicada a passagem do Evangelho em que Jesus e Pedro caminham por sobre o mar. Como a interpreta, pelo CEU da LBV, o Espírito da Verdade?
R – Vamos harmonizar Mateus XIV: 23-33 e Marcos, VI 46-52.
MATEUS: 23 – Tendo despedido a multidão, Jesus subiu a um monte, para falar com Deus. Ao cair da noite, lá se achava ele só. 24 – Entretanto, a barca era impelida de um lado para outro pelas ondas, no meio do mar, pois o vento era contrário. 25 – Mas, na quarta vigília da noite, Jesus veio ter com eles, caminhando por sobre o mar. 26 – Ao vê-lo andando sobre as águas, eles se turbaram e diziam: “É um fantasma!” E, apavorados, se puseram a gritar. 27 – Logo, porém, Jesus lhes falou assim: “Tende confiança! Sou eu! Não temais!” 28 – Pedro lhe respondeu: “Senhor, se és tu mesmo, ordena que eu vá ao teu encontro caminhando sobre as águas!” 29 – E Jesus lhe disse: “Vem!” E Pedro, descendo da barca, andou sobre as águas em direção a Jesus. 30 – Mas, vendo que o vento estava forte, teve medo, e, como principiasse a submergir bradou: “Salva-me, Senhor!” 31 - Ato contínuo, Jesus estendendo-lhe a mão o segurou e lhe disse: “Por que duvidaste, homem sem fé?” 32 – Assim que subiram, para a barca, o vento cessou. 33 – Então os que estavam na barca se aproximaram dele e o adoraram, dizendo: És, verdadeiramente, o Filho de Deus!
MARCOS: 46 – Depois de haver despedido o povo, Jesus subiu a um monte, para orar. 47 – Ao cair da noite, a barca estava no meio do mar, e Jesus estava sozinho em terra. 48 – Vendo que seus discípulos tinham grande dificuldade em remar, por lhes ser contrário o vento, Jesus, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, caminhando sobre o mar, pois queria passar-lhes adiante. 49 – Eles, porém, desde que o viram caminhando sobre o mar, supuseram ser um fantasma e começaram a gritar. 50 – pois todos o viram e ficaram apavorados. Ele logo lhes falou, dizendo: “Acalmai-vos! Sou eu! Não tenhais medo!” 51 – Subiu para a barca onde eles estavam e o vento cessou, e eles ficaram ainda mais espantados, 52 – visto que não tinham compreendido a multiplicação dos pães e peixes é que seus corações estavam cegos.
Facilmente deveis compreender o fato de Jesus andar sobre as águas. Do mesmo modo que o Espírito pode atravessar os ares, podia o Mestre – unicamente pela ação da sua vontade - PRIVAR O SEU PERISPÍRITO TANGÍVEL DO CUNHO HUMANO QUE LHE IMPRIMIRA E DAR-LHE AS CONDIÇÕES ETÉREAS DAS FORMAS ESPIRITUAIS. No momento em que, caminhando por sobre o mar, veio ter com seus discípulos, Jesus se colocara nas condições perispiríticas das aparições. Seu corpo perispiritual, conservando a aparência do corpo humano, a visibilidade e a tangibilidade, era – quando deu a mão a Pedro – MAIS LEVE DO QUE A ÁGUA, TENDO-SE EM VISTA O PESO ESPECÍFICO DA ONDA DO MAR. Seus discípulos, como diz o Evangelista, julgaram tratar-se de um fantasma, quando o viram caminhando sobre as ondas. Ficaram sem saber se o que viam era, mesmo o Cristo ou uma simples aparição. É que nessa ocasião, como dissemos, Jesus se colocara, NAS CONDIÇÕES PERISPIRÍTICAS DAS APARIÇÕES, QUE ALGUNS DELES JÁ TINHAM PODIDO OBSERVAR. É QUE, EM TODOS OS TEMPOS O MUNDO INVISÍVEL ESTEVE SEMPRE EM COMUNICAÇÃO COM A HUMANIDADE TERRESTRE. Suas manifestações, que os homens não compreendiam por lhes desconhecerem as causas, passavam – mesmo no tempo do Mestre – por ser ou: fantasias da imaginação ou obra dos Espíritos maus; ou, ainda, uma graça especial, que Deus se dignava de conceder a esta ou àquela das suas criaturas na Terra. Entre os idólatras, vós o sabeis muito bem, essas aparições deram causa à multiplicação dos deuses e deusas DOS QUAIS FOI VÍTIMA A CREDULIDADE DO POVO, EXPLORADA PELA AMBIÇÃO OU PELA CUPIDEZ. Os judeus, como os outros povos, tinham, nas suas famílias, médiuns videntes que, às vezes, observavam a aparição de um amigo, de um parente e, mesmo, de alguns de seus patriarcas e profetas, pois – não o ignorais – OS ESPÍRITOS PODEM REVESTIR TODAS AS FORMAS. Daí o fato de não ter o Apóstolo Pedro – que era médium audiente e vidente muito adiantado, muito desenvolvido, e também médium de efeitos físicos – podido reconhecer o Mestre, tomando-o por um fantasma. Ele via em Jesus apenas a aparência inconsistente das aparições que já tinha observado. Só quando o Cristo o segurou pela mão, verificou que era realmente Jesus, pois AINDA NÃO TIVERA ENSEJO DE EXPERIMENTAR A TANGIBILIDADE DAS APARIÇÕES. Estando Pedro decidido, pela sua fé, a obedecer a Jesus, ordenou este mentalmente, aos Espíritos que o cercavam – prepostos ao efeito de sustentarem o Apóstolo sobre as ondas – que o sustentassem: assim, pôde ele, também, caminhar sobre as águas. Foi, ainda, obedecendo a uma ordem mental do Mestre, que os mesmos Espíritos deixaram que ele submergisse um pouco. NO MOMENTO EM QUE LHE VOLTAVA A DÚVIDA. Não era preciso que Jesus desse a mão a Pedro para que este, caminhando com ele sobre as águas, voltasse à barca: teria bastado o amparo dos Espíritos prepostos à sustentação do Apóstolo. O Cristo, porém, querendo demonstrar a Pedro que era mesmo, o seu Mestre (que ali se achava e o sustentava com o seu poder), lhe estendeu a mão. De fato, assim era, porque – se Jesus não o houvesse ordenado – os Espíritos não teriam ajudado o Apóstolo a manter-se em equilíbrio, caminhando pela superfície do mar. Como dissemos, Pedro era (para nos servirmos de uma expressão consagrada) médium de efeitos físicos, da mais alta categoria. Assim, foi com o auxílio dos fluidos nele existentes que os Espíritos prepostos conseguiram sustentá-lo, de modo a poder caminhar sobre as ondas FOI, TAMBÉM, GRAÇAS A ESSA MEDIUNIDADE QUE ELE CONSEGUIU (AUXILIADO PELOS ESPÍRITOS PREPOSTOS A REALIZAÇÃO DESSE OUTRO FATO) LIBERTAR-SE DAS CORRENTES COM QUE O ATARAM NA PRISÃO (ATOS DOS APÓSTOLOS, XII: 6-7). E QUE DE OUTRO MODO NÃO TERIA EXPLICAÇÃO.  Mas, mesmo, que o Apóstolo não fosse médium de efeitos físicos, nem por isso deixaria de ser sustentado pelos Espíritos prepostos e de caminhar, com o auxílio deles, sobre as águas do mar, JÁ QUE O MESTRE O QUERIA. Desde que essa era a vontade de Jesus, os Espíritos reuniriam em torno de Pedro os fluidos, de que necessitavam para sustentá-lo: o fato se produziria exatamente como se deu. Logo que Jesus e Pedro entraram na barca, cessou a ventania. CESSOU PORQUE ASSIM O ORDENOU JESUS MENTALMENTE AOS ESPÍRITOS PREPOSTOS AO GOVERNO DOS VENTOS E DAS ÁGUAS, COMO ACONTECEU COM RELAÇÃO À TEMPESTADE QUE SE DESENCADEOU NO MAR E QUE POR ORDEM DO CRISTO, CESSOU IMEDIATAMENTE FAZENDO-SE GRANDE BONANÇA. Pois, sempre que, tenhais merecimento, o Mestre aplacará todas as tempestades que ameaçarem as vossas vidas por causa da pregação e da EXEMPLIFICAÇÃO DO NOVO MANDAMENTO DE JESUS!


"PRODUTOS, CESTOS E PEDAÇOS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur

P – Os cinco mil não notaram qualquer diferença no gosto do pão e do peixe? E qual o destino que tiveram os cestos? Que aconteceu, ainda, com os pedaços de pão e peixe que sobraram? São perguntas que fazem os componentes do nosso Posto, com relação ao capítulo em pauta. Como as responde o Espírito da Verdade?
R – Os cinco mil receberam os produtos da multiplicação como se não tivesse havido multiplicação: era o gosto perfeito do pão e do peixe. E não existe, aí nada que vos deva espantar. Os sonâmbulos magnéticos não tomam a água, o vinho, ou qualquer alimento COMO SENDO O QUE SE LHES DIGA QUE SÃO? Não sabeis qual seja o poder da influência espiritual no homem? Como então, ignorar A INFLUÊNCIA DE JESUS E DA FALANGE INUMERÁVEL DE ESPÍRITOS QUE O RODEAVAM? Não tendes visto aparecerem, sem que ninguém saiba como, sob a forma de coisas materiais, próprias para a alimentação humana, PRODUTOS OBTIDOS COM O EMPREGO DE FLUIDOS PRODUTORES E QUE TEM PARA O HOMEM, O ASPECTO E O SABOR DOS PRODUTOS HUMANOS QUE REPRESENTAM? Dizem os Evangelistas que todos comeram e ficaram saciados e ainda levaram doze cestos, cheios dos pedaços que sobraram. Não dizem o que foi feito desses doze cestos, nem que os cinco pães e os dois peixes estivessem com os Apóstolos. Não dizem, ainda, se foram conservados os pedaços que sobraram. É que tudo isso pouco importa. Qualquer que tenham sido a quantidade dos peixes e dos pães, as pessoas que forneceram os cestos e o destino dado a estes e àquilo que continham, o fundamental é que O FATO PRODUZIDO POR JESUS REALMENTE SE VERIFICOU. Isto, sim, importa que todos saibam. Deveis compreender que, em multidão considerável como aquela, há sempre uma certa agitação. Terminada a distribuição dos pães e dos peixes, os Apóstolos deixaram no chão os cestos, de que se tinham servido para fazê-la, e foram tomar a barca, a fim de se transportarem à outra margem, onde – de acordo com a ordem recebida – esperariam o Mestre, que ficava assistindo à dispersão do povo. Mais preocupados com suas necessidades espirituais do que com as do corpo, que no momento se achavam satisfeitas, os Apóstolos não cuidaram de mais nada. A influência oculta, que sobre eles era exercida, lhes dirigia a atenção para aquilo que os pudesse impulsionar, sempre que se fazia preciso desviá-la de outros pontos. A ordem de Jesus – passarem, antes dele, para a outra margem – tinha por objetivo preparar um novo fato que se devia produzir. Na sua retirada desordenada e confusa, aquela grande massa de homens, mulheres e crianças, ia tropeçando nos cestos, alguns dos quais foram apanhados vazios, enquanto outros já ficavam esmagados, SEM QUE NINGUÉM SE PREOCUPASSE COM ELES NEM COM O SEU CONTEÚDO. Os fluidos componentes dos “produtos fluídicos” que, sob as formas de pedaços de pão e de postas de peixe, sobraram da distribuição, voltaram à fonte de onde tinham sido tirados, logo que – sob a ação dos Espíritos – desapareceu dos mesmos produtos a tangibilidade e tudo entrou de novo na ordem da humanidade terrena. TUDO FORA PREVISTO, PREPARADO PARA A EXECUÇÃO DAS OBRAS DO CRISTO ENTRE OS HOMENS. Notai, por último, que a narrativa evangélica, feita sob a influência mediúnica, tratando do fato que acabamos de apreciar, reproduz mais uma vez – como convinha que ocorresse sempre – AS IMPRESSÕES E CONCLUSÕES HUMANAS. Notai, ainda, que o Mestre, segundo decorre dessas impressões e conclusões, TEVE POR FIM, COMO SEMPRE, DESPERTAR E CHAMAR SOBRE SI A ATENÇÃO DE SEUS DISCÍPULOS E DA MULTIDÃO, DE TAL MODO QUE – ACREDITANDO TODOS (COMO ACREDITARAM) SER JESUS DE NATUREZA IGUAL A DOS OUTROS HOMENS – FICASSEM VIVAMENTE IMPRESSIONADOS POR SEUS ATOS E PALAVRAS.