"JESUS E PEDRO CAMINHAM SOBRE AS ÁGUAS"
Espírito da Verdade - Alziro Zarur
P – Todos estão ansiosos por ver explicada a passagem
do Evangelho em que Jesus
e Pedro caminham por sobre o mar. Como a interpreta, pelo CEU da LBV, o
Espírito da Verdade?
R – Vamos harmonizar Mateus XIV: 23-33 e Marcos, VI
46-52.
MATEUS: 23 –
Tendo despedido a multidão, Jesus subiu a um monte, para falar com Deus. Ao
cair da noite, lá se achava ele só. 24 – Entretanto, a barca era impelida de um
lado para outro pelas ondas, no meio do mar, pois o vento era contrário. 25 –
Mas, na quarta vigília da noite, Jesus veio ter com eles, caminhando por sobre
o mar. 26 – Ao vê-lo andando sobre as águas, eles se turbaram e diziam: “É um
fantasma!” E, apavorados, se puseram a gritar. 27 – Logo, porém, Jesus lhes
falou assim: “Tende confiança! Sou eu! Não temais!” 28 – Pedro lhe respondeu:
“Senhor, se és tu mesmo, ordena que eu vá ao teu encontro caminhando sobre as
águas!” 29 – E Jesus lhe disse: “Vem!” E Pedro, descendo da barca, andou sobre
as águas em direção a Jesus. 30 – Mas, vendo que o vento estava forte, teve
medo, e, como principiasse a submergir bradou: “Salva-me, Senhor!” 31 - Ato
contínuo, Jesus estendendo-lhe a mão o segurou e lhe disse: “Por que duvidaste,
homem sem fé?” 32 – Assim que subiram, para a barca, o vento cessou. 33 – Então
os que estavam na barca se aproximaram dele e o adoraram, dizendo: És,
verdadeiramente, o Filho de Deus!
MARCOS: 46 –
Depois de haver despedido o povo, Jesus subiu a um monte, para orar. 47 – Ao
cair da noite, a barca estava no meio do mar, e Jesus estava sozinho em terra.
48 – Vendo que seus discípulos tinham grande dificuldade em remar, por lhes ser
contrário o vento, Jesus, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com
eles, caminhando sobre o mar, pois queria passar-lhes adiante. 49 – Eles,
porém, desde que o viram caminhando sobre o mar, supuseram ser um fantasma e
começaram a gritar. 50 – pois todos o viram e ficaram apavorados. Ele logo lhes
falou, dizendo: “Acalmai-vos! Sou eu! Não tenhais medo!” 51 – Subiu para a
barca onde eles estavam e o vento cessou, e eles ficaram ainda mais espantados,
52 – visto que não tinham compreendido a multiplicação dos pães e peixes é que
seus corações estavam cegos.
Facilmente deveis compreender o fato de Jesus andar
sobre as águas. Do mesmo modo que o Espírito pode atravessar os ares, podia o
Mestre – unicamente pela ação da sua vontade - PRIVAR O SEU PERISPÍRITO
TANGÍVEL DO CUNHO HUMANO QUE LHE IMPRIMIRA E DAR-LHE AS CONDIÇÕES ETÉREAS DAS FORMAS
ESPIRITUAIS. No momento em que, caminhando por sobre o mar, veio ter com
seus discípulos, Jesus se colocara nas condições perispiríticas das aparições.
Seu corpo perispiritual, conservando a aparência do corpo humano, a
visibilidade e a tangibilidade, era – quando deu a mão a Pedro – MAIS LEVE
DO QUE A ÁGUA, TENDO-SE EM
VISTA O PESO ESPECÍFICO DA ONDA DO MAR. Seus discípulos,
como diz o Evangelista, julgaram tratar-se de um fantasma, quando o viram
caminhando sobre as ondas. Ficaram sem saber se o que viam era, mesmo o Cristo
ou uma simples aparição. É que nessa ocasião, como dissemos, Jesus se colocara,
NAS CONDIÇÕES PERISPIRÍTICAS DAS APARIÇÕES, QUE ALGUNS DELES JÁ TINHAM
PODIDO OBSERVAR. É QUE, EM
TODOS OS TEMPOS O MUNDO INVISÍVEL ESTEVE SEMPRE EM COMUNICAÇÃO COM A
HUMANIDADE TERRESTRE. Suas manifestações, que os homens não compreendiam
por lhes desconhecerem as causas, passavam – mesmo no tempo do Mestre – por ser
ou: fantasias da imaginação ou obra dos Espíritos maus; ou, ainda, uma graça
especial, que Deus se dignava de conceder a esta ou àquela das suas criaturas
na Terra. Entre os idólatras, vós o sabeis muito bem, essas aparições deram
causa à multiplicação dos deuses e deusas DOS QUAIS FOI VÍTIMA A CREDULIDADE
DO POVO, EXPLORADA PELA AMBIÇÃO OU PELA CUPIDEZ. Os judeus, como os outros
povos, tinham, nas suas famílias, médiuns videntes que, às vezes, observavam a
aparição de um amigo, de um parente e, mesmo, de alguns de seus patriarcas e
profetas, pois – não o ignorais – OS ESPÍRITOS PODEM REVESTIR TODAS AS
FORMAS. Daí o fato de não ter o Apóstolo Pedro – que era médium audiente e
vidente muito adiantado, muito desenvolvido, e também médium de efeitos físicos
– podido reconhecer o Mestre, tomando-o por um fantasma. Ele via em Jesus
apenas a aparência inconsistente das aparições que já tinha observado. Só
quando o Cristo o segurou pela mão, verificou que era realmente Jesus, pois AINDA
NÃO TIVERA ENSEJO DE EXPERIMENTAR A TANGIBILIDADE DAS APARIÇÕES. Estando
Pedro decidido, pela sua fé, a obedecer a Jesus, ordenou este mentalmente, aos
Espíritos que o cercavam – prepostos ao efeito de sustentarem o Apóstolo sobre
as ondas – que o sustentassem: assim, pôde ele, também, caminhar sobre as
águas. Foi, ainda, obedecendo a uma ordem mental do Mestre, que os mesmos
Espíritos deixaram que ele submergisse um pouco. NO MOMENTO EM QUE LHE VOLTAVA A
DÚVIDA. Não era preciso que Jesus desse a mão a Pedro para que este,
caminhando com ele sobre as águas, voltasse à barca: teria bastado o amparo dos
Espíritos prepostos à sustentação do Apóstolo. O Cristo, porém, querendo
demonstrar a Pedro que era mesmo, o seu Mestre (que ali se achava e o
sustentava com o seu poder), lhe estendeu a mão. De fato, assim era, porque –
se Jesus não o houvesse ordenado – os Espíritos não teriam ajudado o Apóstolo a
manter-se em equilíbrio, caminhando pela superfície do mar. Como dissemos,
Pedro era (para nos servirmos de uma expressão consagrada) médium de efeitos
físicos, da mais alta categoria. Assim, foi com o auxílio dos fluidos nele existentes
que os Espíritos prepostos conseguiram sustentá-lo, de modo a poder caminhar
sobre as ondas FOI, TAMBÉM, GRAÇAS A ESSA MEDIUNIDADE QUE ELE CONSEGUIU
(AUXILIADO PELOS ESPÍRITOS PREPOSTOS A REALIZAÇÃO DESSE OUTRO FATO) LIBERTAR-SE
DAS CORRENTES COM QUE O ATARAM NA PRISÃO (ATOS DOS APÓSTOLOS, XII: 6-7). E QUE
DE OUTRO MODO NÃO TERIA EXPLICAÇÃO.
Mas, mesmo, que o Apóstolo não fosse médium de efeitos físicos, nem por
isso deixaria de ser sustentado pelos Espíritos prepostos e de caminhar, com o
auxílio deles, sobre as águas do mar, JÁ QUE O MESTRE O QUERIA. Desde
que essa era a vontade de Jesus, os Espíritos reuniriam em torno de Pedro os
fluidos, de que necessitavam para sustentá-lo: o fato se produziria exatamente
como se deu. Logo que Jesus e Pedro entraram na barca, cessou a ventania. CESSOU
PORQUE ASSIM O ORDENOU JESUS MENTALMENTE AOS ESPÍRITOS PREPOSTOS AO GOVERNO DOS
VENTOS E DAS ÁGUAS, COMO ACONTECEU COM RELAÇÃO À TEMPESTADE QUE SE DESENCADEOU
NO MAR E QUE POR ORDEM DO CRISTO, CESSOU IMEDIATAMENTE FAZENDO-SE GRANDE
BONANÇA. Pois, sempre que, tenhais merecimento, o Mestre aplacará todas as
tempestades que ameaçarem as vossas vidas por causa da pregação e da EXEMPLIFICAÇÃO
DO NOVO MANDAMENTO DE JESUS!